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NOTAS INICIAIS

AVISO: Haverá um trecho que começa em negrito onde aborda tentativa de suícidio. No fim da cena, há outra marcação em negrito. Caso isso possa trazer desconforto, por favor, não leia. Pule esse trecho e siga para o próximo, onde apenas haverá contexto sem descrição gráfica.

Capítulo 36: Reencontro

Kim Hongjoong tinha o coração disparado e dolorido. Ele estava sentado sob a cama do quarto em que passou infinitas noites angustiantes, com os olhos fechados para não captar a imagem do ambiente ao seu redor. Ele estava gelado feito uma pedra dos mares mais fundos, com o estômago queimando e seus componentes em estado de alerta iminente. Era impossível que encontrasse calma durante aquela madrugada caótica.

Atualmente a sua única tarefa era esperar que um enviado de San fosse buscá-lo, e depois ele seria colocado em um carro e enviado para outros lugares. Uma tarefa superficialmente simples se não fosse pelo numeroso volume de pessoas que precisam ser passadas para trás.

Hongjoong era incapaz de se concentrar em seus sentimentos conflitantes. Wooyoung estava lhe fazendo companhia, mas se encontrava em um estado de nervos calamitoso do tipo que o faz perder o sentido a cada vez que se esforçava para formar uma frase. Ele disse que estava com pressentimento ruim e era ainda pior quando não poderia neutralizá-lo com uma ligação para o seu irmão. Não parava de falar o quanto era contra envolver Yeosang nesse plano, e que era absolutamente terrível obrigá-lo a estar perto de Park Seonghwa, além de todos os riscos envolvidos pela personalidade que ele era, o topo da hierarquia que ele praticamente monopolizava em um setor ou outro.

A mente de Hongjoong escolheu não processar mais nada externo ao planeamento, então ele ficou em silêncio e parou de ouvir, não por vontade, e sim porque atualmente já possuía carga demais para administrar. Tudo no que conseguia pensar era que, se tudo desse certo e o elaborado fosse executado conforme estipulado, iria reencontrar Mingi.

Ele ficou curioso sobre a ocorrência de se sentir tão afetado especialmente pelo fator atrelado a falta que Mingi estava fazendo. Estava preocupado e gostaria de se certificar que ele estava bem, mas, sobretudo, Hongjoong mataria apenas para poder abraçá-lo por alguns míseros segundos e acalentá-lo, convencê-lo de que tudo iria ficar bem.

Era estranho, quer dizer, Hongjoong passou a noite chorando por ele e torcendo para que estivesse ao menos vivo e que um dia pudessem se ver novamente. Ele chorou ao ponto de suas pálpebras incharem e seu rosto ser camuflado por tons avermelhados, enquanto soluços dolorosos escapavam de sua garganta. Chorou na presença de Wooyoung quando estava tocando em uma música que expressivamente era sobre Mingi, e o personagem principal daquela canção era ele. Porque Mingi era seu garoto sonhador da "Ilha Laranja", onde não há nada além de sentimentos felizes. Ele estava verdadeiramente preocupado. Era como se um fio de seda estivesse esgueirando por suas costelas. Alguma coisa estava cruelmente se partindo dentro dele e isso fazia com que instintivamente tomasse passos para se distanciar de seus devaneios relacionados à Mingi, como se permitir o acesso deles não fosse seguro, como se sua proximidade fosse tóxica ou nociva o suficiente tanto quanto uma superfície pelando.

Lembrou-se da noite que tiveram juntos, ironicamente essa foi a última. Hongjoong não criou uma grande questão sobre isso já que a casualidade sempre poderia ser usada como pretexto e explicação, contudo, sinceramente ele não esperou que fosse acontecer e se aconteceu era porque o desejo estava guardado em seu subconsciente em um espaço que ele sequer sabia da denominação. O ponto era que o relacionamento entre eles saltou perigosamente e Hongjoong não podia se impedir de ter medo de estar interpretando errado, ou sendo precipitado em seus sentimentos.

Perambulou os olhos pelo perímetro em busca de um sinal de San, sem receber nada em troca de sua apreensão e ansiedade. Respirou fundo e audivelmente, chamando a atenção de Wooyoung que cobriu os fios com as mãos, enterrando os dedos para puxá-los para trás, apresentando um claro sintoma de estresse. Era visível que Wooyoung estivesse se remoendo por dentro, procurando opções que oferecessem uma informação sobre o seu irmão ou uma luz do futuro lhe dizendo para acreditar que nada iria dar errado. Mas algo dentro dele lhe dizia que não, sinalizava uma grande bandeira vermelha.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora