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Capítulo 10: Corrupção

Jeong Yunho havia se reunido em sua villa — residência campestre da classe alta — na praia em Jeju com os seus familiares, a família do diretor do Banco Central e outro dono de um grande monopólio na área da tecnologia durante o final de semana a fim de estreitar relações e criar bons laços.

A senhora Choi, sua mãe, era dona de empresas ligadas à área têxtil, portanto possuía muitos contatos com grandes empresários. Já os contatos políticos de Yunho foram herdados de seu pai, um figurão importante naquele país, não lhe era difícil estender sua rede de amizades e encontrar um tempo para aproveitar um bom jantar com vista para o oceano junto da família do diretor do banco mais importante da Coreia. Logo ao fim de sua pequena pausa na agenda, teve de voar até o Nepal para prestigiar a inauguração de uma usina elétrica a qual havia investido certo dinheiro público e fechado acordos milionários com empreiteiras internacionais.

Contudo, o seu maior motivo para estar naquele pequeno país não era exatamente este. Estava em um prédio executivo após um jantar de negócios, e a visita à nova usina, acompanhado de homens e mulheres de renome. O presidente do Nepal estava ao seu lado, o prestigiando com algumas nobres palavras enquanto trocavam risos e simpatia.

Yunho tinha uma taça de vinho na mão e ele caminhava tranquilamente.

— Chegou até mim que um dos parlamentares envolvido no esquema de emendas e falsificação de documentos para o recebimento de recursos públicos, está sendo caçado pelo Ministério. O desembargador não vai deixar barato dessa vez, Jeong.

A expressão do coreano não se alterou em uma linha, ele seguia expondo uma frieza incontestável.

— O desembargador não vai adivinhar que todo o dinheiro foi usado para a compra de contratos e investimentos no exterior. A sua usina apenas está de pé por causa dos meus recursos, ou... estou errado? — o encarou de soslaio, como se desafiasse que ele negasse. A taça de vinho seguia girando em sua mão, ele a segurava com maestria segundo as regras de etiqueta.

Suas vestes eram impecáveis, o terno preto lhe caía bem no corpo alto e ele possuía um aspecto elegante. Era difícil não se sentir pequeno perto do político.

— Não está errado em nenhuma linha. Mas, e se a promotoria começar a pressioná-lo e ele falar sobre mim?

— Basta negar, presidente — disse, casto. — Terei algum problema com isso? Revele as receitas do governo que correspondem aos gastos na usina, mostre os documentos falsos e os recibos. Diga que fez isso para aumentar o emprego no país e estender o acesso à energia.

— Não posso arriscar tanto.

Yunho parou de imediato, o fitando com petulância.

— Você pode — concluiu, firme. — Eu cuido dos assuntos no meu país e você cuida dos assuntos no seu país. A menos que seja processado por um tribunal internacional, nada poderá te acontecer. Os meus investimentos e acordos ao redor da Ásia apenas trazem benefícios, e as empreiteiras sul-coreanas estão lucrando como nunca antes. Não vejo problema. Então, fique calado.

Um homem que exalava poder feito ele jamais poderia ser contestado.

— E o empréstimo pego com os chineses?

— Será pago com a receita, você pode tirar um pouco de dinheiro do cofre público também. Enfim, presidente, é bom que não diga nada que possa nos comprometer... ou senão, a fama do seu pequeno país estará arruinada, assim como o seu governo — deu de ombros, retirando o celular do terno de tecido nobre para checar algo. — Eu tenho uma viagem agendada para hoje. Irei acompanhar o diretor-executivo do banco em um encontro com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora