CASHIT | MAFIA ATEEZ | TEMP I

53

Notas Iniciais

Pessoal, esse é o último capítulo! <3

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Capítulo 53: Traído

Song Mingi e Yoon Keeho costumavam ser próximos na infância. Embora Keeho vivesse em Toronto e vez ou outra em Vancouver porque ele frequentemente tinha que se mudar por segurança, quando crianças, a mãe de Mingi sempre ia até o Canadá com o pretexto de visitar a sua irmã por parte de pai. A mãe de Keeho se absteve de sua família para viver em paz com o seu filho na América, sendo assim, poucas pessoas sabiam de sua localização. No entanto, Soeun geralmente era uma dessas pessoas. Isso fazia com que Keeho e Mingi fossem extremamente próximos, como unha e carne. Então Keeho ia até à Coreia para estudar ou para visitar, e os dois acabavam viajando para o chalé nas montanhas ou para a casa de veraneio em Jeju ou Gangneung.

Na infância, eles combinavam. Eram excluídos pelos outros da família porque não eram tão habilidosos e os outros verdadeiramente tinham inveja deles, com exceção de Eunwoo que tinha como função principal cuidar de Mingi até o fim de sua vida.

Tudo apenas mudou com a traição por parte de Keeho.

— Você não tem ligado pra casa — proferiu Keeho, receoso. — Você está aqui há algumas semanas e não pode receber visitas. Agora você pode receber ao menos uma visita semanal de um familiar. Para entrar aqui eu tive que provar que além de seu parente, nunca fiz uso de qualquer coisa. Isso me deixa um pouco alívio... Eles estão sendo bem cautelosos. Mas como você está com isso? Apenas a senhora Song vem até aqui, Eunwoo não está no país e...

Era um momento delicado para Mingi, afinal. Ele realmente não queria ver muitas pessoas agora. Sua aparência não era como antes, havia perdido peso consideravelmente, estava deprimido e lidando com todos os efeitos que a abstinência é capaz de causar, lembrando-se de tudo o que lhe empurrou para aquele caminho quase em período integral. Seu relacionamento com externos era restrito e sua maior companhia além de si mesmo, eram profissionais que foram contratados para auxiliá-lo a conseguir se abster de substâncias químicas.

Estava nos Estados Unidos em prol da criação de uma prótese para a sua perna quando houve o pior surto em anos. Então sua mãe resolveu postergar todo o tratamento envolvendo o uso da prótese para voltar para a Coréia e interná-lo compulsoriamente em uma clínica de reabilitação, pois ela considerou que isso fosse mais importante ou o seu filho acabaria se matando. Ela não sabia mais como ajudar... Talvez soubesse que apenas estava fazendo o oposto.

O ambiente em que estavam era uma sala agradável para visitas. Era grande e haviam outros pacientes recebendo familiares em sofás com mesas de centro redondas à disposição. O intuito era ser despojado como uma sala domiciliar, porém, honestamente, Mingi não se sentia dessa forma. Ele entendia que era problemático receber pessoas em seu alojamento e por isso o hospital não ia permitir sem ter um pretexto viável. Talvez ficar sozinho com outra pessoa ainda não fosse saudável pra ele.

— Por que você veio? — Mingi perguntou com a voz baixa, sem manter contato visual. Não era raiva em sua entonação, era somente tristeza misturada com frieza.

— Achei que quando eu voltasse pra Seul, pudéssemos passar o tempo todo juntos como antes — Keeho disse. — Eu queria ver você.

— Isso não aconteceria mesmo que eu não estivesse aqui.

— Eu... — abatido, Keeho abaixou a cabeça e começou a brincar com os dedos, nervoso. — Quando soube da sua internação, eu fiquei... — seus olhos encheram-se de lágrimas, mas ele riu discretamente. — Primeiro eu só pude lembrar de como era quando éramos crianças e você ia me visitar em Toronto com a sua mãe. Geralmente estava frio e nós fazíamos bonecos de neve juntos, ou anjos na neve, guerra de bola de neve para no fim brigarmos e nossas mães terem que nos acalmar. Cinco minutos depois, estavam dentro de casa, com banho tomado e dormindo abraçados. Quando você ia embora — sua voz travou na garganta, as lágrimas estavam se acumulando em seus olhos. — Eu sempre me sentia vazio. Nós trocávamos mensagens de texto e você sempre dizia que estava bem na Coréia — buscou o olhar de Mingi, que agora o encarava com o mesmo teor de dor. — Por que você mentiu pra mim, Mingi?