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Capítulo 43: O leilão

Choi Jongho pensava que algumas coisas apenas eram puníveis com a morte.

Ele estava esgueirando enquanto vigiava um túmulo. Segurava uma arma em uma das mãos, um buquê de flores na outra. Nos lábios, havia um cigarro que já tinha perdido o efeito sob o seu corpo há algum tempo. Jongho voltou a ouvir vozes, e ele pensou que teria que tomar uma ação que pudesse confortá-las ao ponto de silenciá-las.

Mais uma vez, os seguranças de Yunho estavam no chão. Jongho sabia que ele poderia estar ali, mas duvidou que essa coincidência tão amarga pudesse se evidenciar tal qual a realidade que tanto desprezava. Pensava que, se quisesse matar Yunho, provavelmente já teria feito isso, porém, para ele, não era o suficiente. Aquela punição não estava ao seu nível; Jongho o odiava, odiava o suficiente para dedicar a sua vida a criação de uma boa punição para ele.

— Quanto tempo mais você vai se esconder? — Yunho pronunciou, erguendo uma das mãos para frear os últimos dois seguranças que restaram ao seu lado, enquanto os que estavam guardando os portões estavam derrubados sem que tivesse conhecimento.

Jongho cansou de brincar de esconde-esconde. Cuspiu o cigarro no chão e avançou passando por cima dele, usando a sola do sapato para apagá-lo. Caminhou carregando as flores e a arma, tudo à vista, com uma expressão neutra, incoerente com os sentimentos correndo em seu peito.

— Estava observando até onde sua hipocrisia poderia chegar — proferiu ao estacionar a alguns metros de seu irmão, com despeito ressaltado em seus traços. — Não tem ninguém olhando, então por que você está montando esse teatro?

Yunho checou os girassóis que havia deixado em frente a lápide, os incensos e velas acesos antes de se voltar para Jongho, suspirando.

— Não entendo o que está falando.

— Você agiria como se se importasse com alguém na frente de um público, mas, agora, não tem ninguém.

— Se fosse você nesse túmulo, eu realmente não me daria o trabalho de acender incenso.

Conternado, Jongho mordeu o inferior e sorriu com raiva, escárnio, pressionando a manilha de seu revólver.

— Eu realmente estou confuso — confessou, sentindo mais cólera, porque ele detestava o quanto Yunho era complexo. — O que está fazendo aqui?

— O que parece? — Yunho desviou o olhar, buscando um isqueiro e um cigarro nos bolsos de seu terno. — Vim visitar a Yuri.

— Você não tem esse direito! — vociferou, raspando a sola do tênis na terra. — Yunho, você não ama ninguém! Você está aqui por quê? O que você quer?

— Quer você queira ou não, Yuri era minha esposa — tragou, apreciando a aliança de ouro em seu anelar. — Você não é ninguém para definir se já amei alguém ou não.

Jongho simplesmente não conhecia uma boa parte de seu irmão. Ele era ruim, ele apenas agia em prol dos próprios interesses. Era um monstro com uma pele humana, com uma máscara bonita.

— Eu sei que você gosta de esfregar isso na minha cara — Jongho cuspiu com asco. — Quando estava casado, fazia questão de exagerar nas suas declarações só porque eu estava por perto e poderia ver o quanto ela estava feliz com você.

— Ela era minha, Jongho — Yunho ditou na defensiva, soltando um som de desaprovação. — E foi minha até o fim, até os seus últimos dias. Bae Yuri era a minha mulher.

— Se vangloriar por ter algo que você roubou de mim realmente soa patético.

— Eu não roubei ela de você — sorriu de canto, irônico. — Não roubei. Ela se apaixonou por mim e te largou, foi o que aconteceu.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora