Capítulo 35: Palácio das moedas
Park Seonghwa vestiu uma de suas peças de grife mais caras ostentadas em seu closet. Na verdade ele não era interessado por moda ou ostentar o que tinha para que os outros vissem. Contudo, especialmente naquela noite ele gostaria de sentir orgulho de si mesmo quando olhasse seu reflexo no espelho.
Penteou os cabelos negros elegantemente para os lados e perfumou cada centímetro de pele a mostra em seu blazer vermelho decotado com um perfume amadeirado com aroma seco e frio composto por cedro, couro e ébano. Ele se perguntou internamente para que estava se esforçando tanto para tornar a sua aparência ainda mais impecável que o habitual, tentando forçar a sua mente a desviar de qualquer indício de que estava alimentando uma ilusão alinhada à um encontro que não existia. Isto é, Seonghwa não precisava se preocupar psicoticamente com o que iria vestir ou qual era a quantidade de gel ideal para usar no cabelo. De qualquer forma, não era como se recebesse convite para saídas casuais aos rodos desde que Wooyoung e ele deixaram de ter um relacionamento — os jantares resumiam-se em reuniões de negócios ou assuntos relacionados à empresa e à Quincy, nunca ao seu pessoal em si. Então era justificável a animação que se manifestava do fundo de seu ser, não apenas porque Yeosang o convidou, e sim porque na verdade era realmente um jantar sem fins, com o objetivo de reunir-se para comer e conversar e passar um tempo entre pessoas conhecidas.
Parou para imaginar qual roupa Yeosang iria exibir e qual penteado de cabelo iria deixá-lo ainda mais belo. Seonghwa notou a forma como Yeosang chamava atenção nos lugares em que seus pés pisavam; ele era raro e bonito como uma pedra de painite e exuberante feito rubi. Seus traços lapidados e seu comportamento educado e gentil atraíam além do incontável, e Seonghwa temia sofrer com essa fissuração de natureza desconhecida.
Alinhou perfeitamente o blazer vermelho que desenhava as curvas de seu corpo enquanto expunha pedaços de sua pele, o que lhe proporcionava um ar sedutor. A calça preta dava um contraste ainda mais reluzente, em conjunto com as correntes no pescoço, os anéis de ouro e pedras preciosas e o rolex que pertencia a sua coleção. Ele chegou a ver um dos casacos que já chegaram a guardar o perfume de Wooyoung em algumas das vezes que ia buscá-lo no trabalho, ou passar algum tempo em sua casa, e suspirou dolorosamente com um peso abraçando o seu coração em um vislumbre fantasmagórico.
— Isso precisa ficar para trás — murmurou para si mesmo, com uma apreensão infantil, hesitante. — Não adianta mais sofrer pelo mesmo motivo.
Era uma concepção lógica. Se algo está fora de seu controle, resta que seja abandonado ou se espere desta falta de contenção um desastre incalculável.
Seguiu para fora de seus aposentos, digitando uma última mensagem antes de guardar o aparelho no bolso de sua calça. Indicou para o motorista preparar o carro, e para que o mínimo de seguranças possíveis lhe acompanhassem, pois planejava uma noite descontraída, porém, possuía noção de que não poderia dar sorte para o azar e ser desprevenido. O que ele queria não mudava quem ele era.
O brilho da lua desvaneceu quando seus olhos foram de encontro aos de Wooyoung na cozinha, fatiando vegetais e legumes com uma feição despreocupada. Ele não notou a proximidade de Seonghwa e acabou sendo pego de supetão, recebendo um susto que congelou seu coração antes de seu estômago afundar para baixo. Abandonou a faca afiada que segurava e correu as mãos para secá-las no avental que pegou emprestado sem o consentimento de ninguém, com exceção do cozinheiro que havia recebido um dia de folga.
A inimizade que atualmente sustentavam era palpável e cortante como uma foice em contato com o vento. Ele respirou tão fundo, mas tão fundo, que Seonghwa sentiu o fôlego que ele tomou invadindo os próprios pulmões. A frieza que não combinava com Wooyoung começou a congelar centímetro por centímetro dos ossos de Seonghwa, que ficou ali parado sem ter uma ação, como se houvesse chegado acidentalmente até aquela área de sua casa. E ele de forma alguma poderia dizer que se sentia familiarizado com a atmosfera do lugar onde morava há anos.
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CASHIT | MAFIA ATEEZ | TEMP I
Fiksi PenggemarEm um mundo de poder e ganância, Seonghwa busca incansavelmente elevar seu grupo ao topo da hierarquia na Coréia. Choi San, especializado em negócios ilícitos, cruza caminhos com Mingi, Jongho e Hongjoong, formando uma teia mortal de rivalidade e in...