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Capítulo 13: Perda de consciência

Jeong Yunho permaneceu olhando para a saída de forma muito suspeita. Cruzou os braços e, ainda com algo em mente, se dirigiu até Mingi. Ele estava parado no mesmo lugar, tentando se recompor e estabilizar as suas emoções.

Assim que notou o parlamentar parado em sua frente, o assistindo chorar sem que um traço de sua feição sofresse qualquer alteração, tratou de limpar o rosto apressadamente e preparar-se para se retirar.

— Espera — Yunho disse em um tom neutro, o analisando. — Por que estava chorando?

— Desde quando um desalmado como você se importa? — questionou entre um soluço e outro.

— Eu não dou a mínima para o fato de você estar chorando, e sim me importo com o motivo — se apressou, dizendo de maneira categórica. — Aquele garoto fez alguma coisa pra você?

— Não é da sua conta! — respondeu grosseiro, os olhos marejados. — Ele não fez nada pra mim, é só...

— E Jongho? — foi certeiro em sua indagação, ainda frívolo. Mingi ficou em silêncio, sem coragem de encará-lo. — Onde ele está?

Mingi sentia um grande desejo de contar a verdade, porém foi instruído a não fazer isso ou acabaria gerando uma guerra com Jeong Yunho. Sua face guardou uma certa áurea mortífera, como se estivesse morrendo por dentro. O mais velho não se compadeceu. Ele já sentia o cheiro de alguma coisa ruim, algo estava fora do lugar. Era perspicaz para chegar a essa conclusão de forma independente. Estava acostumado a farejar tramoias contra si, e a sua volta, era arisco e experiente o suficiente para pegar mentiras pairando no ar — a premissa era: "O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta".

— Jongho... — engoliu em seco, o estômago revirou pela ansiedade. — Por que está perguntando sobre ele pra mim? Que diabos... Por que eu saberia?

— Ele não entra em contato há dias — comentou, sutil. — Nem mesmo uma mensagem, nada.

— Ele nunca gostou de manter muito contato com você. Apesar de vocês dois jogarem sujo, o Jongho nunca gostou disso. Ele sempre odiou viver na ilegalidade e cometendo inúmeros crimes que iriam o conduzir à uma pena máxima. Diferente de você, certo?

"Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis" — recitou, categórico. — Maquiavel disse isso. Eu sou aquele que entende por mim próprio, e segundo o que eu penso, para se ser bem sucedido e conquistar bons patrimônios, é necessário virtude e fortuna. Virtude em questão de sorte, fortuna em questão de dinheiro e prestígio. Mas, além desses dois, é necessário se parecer com o que você não é, e tomar atitudes por baixo dos panos para que as coisas continuem funcionando de forma devida.

— Tudo o que eu ouvi não se trata de uma desculpa para toda a sua sujeira. Independente de quantos livros você tenha lido, nada que você recitar pode justificar as merdas que você vem fazendo — pontuou, alisando os cabelos num gesto de singela cólera. — Você pode ser profundo como for em seus discursos porque está acostumado a repeti-los, mas não passa de um frasco vazio e sem conteúdo, no fim. Repetir não te faz um bom governante, Yunho, apenas te faz ser como os outros.

— A sua mãe segue a mesma premissa que eu — proferiu, casto, sem demonstrar qualquer mínimo abalo. — Dinheiro é sujo, Mingi. Mas, é como aquele ditado: um homem é capaz de esquecer-se primeiro da perda do pai do que do patrimônio. É importante que nós tenhamos poder para sobreviver.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora