CASHIT | MAFIA ATEEZ | TEMP I

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Capítulo 11: Falsa reverência

Choi San despertou após uma boa noite de sono. A luz da manhã já adentrava pelas janelas de cortinas claras e era possível escutar Wooyoung cantarolando na cozinha enquanto conversava com Yeosang sobre uma série de televisão que acompanhavam juntos.

Era o terceiro dia que passava na casa do Jung. Isso porque, se San não se sentia confortável em ir para um hospital, e não mudaria de ideia tão cedo sobre isso, Wooyoung decidiu que ele ficaria sob sua supervisão até que pudesse ao menos levantar e caminhar. Não sabia sobre a família do Choi, pensava que, possivelmente, não havia ninguém mais para cuidar dele uma vez que sua mãe havia falecido, e o rapaz jamais citou sobre seu pai ou uma pessoa que estivesse se relacionando.

Além do mais, San não via problema nenhum nisso. Ele não poderia estar mais satisfeito. No seu primeiro dia de estadia, Jung precisou ligar para a sua chefe e pedir por um dia de folga — trataria de recompensá-la entrando mais cedo e fazendo horas extras. Foi um dia agradável o qual passaram desfrutando um ao lado do outro. Wooyoung era uma pessoa bastante cuidadosa, ele sempre zelava pelo bem dos outros e estava a disposição de San caso ele precisasse de algo, já que todos os seus membros haviam sido, de alguma forma, atingidos por golpes e estavam doloridos.

Havia a necessidade de tomar os analgésicos nos horários certos, trocar curativos e o uso devido de bolsas de gelo e compressas quentes.

No segundo dia, Wooyoung precisou ir trabalhar e San ficou sob os cuidados de Yeosang. Resumidamente, Choi se sentiu um homem de sorte por ter uma boa lábia e conseguir arrancar informações do irmão de Wooyoung que gostava de conversar quando ficava a vontade. Ele era o tipo de pessoa que não tinha papas na língua. Então, acabou fofocou sobre o cara.

Contou também que Wooyoung e ele moravam há alguns meses sozinhos em Seul, e que agora eram apenas os dois. Explicou que eram de outra cidade pequena. Embora não houvesse dinheiro para ficarem fazendo viagens, Yeosang disse que Wooyoung fazia o possível para manter contato com seu pai.

E sobre o cara... San apenas não sabia o nome dele. Descobriu que era um homem alto e bonito, que sempre ia ver Wooyoung na cafeteria e os dois voltavam para casa juntos. Provavelmente eram namorados, porém, suspeitava que algo os fez romper e não esperava que Wooyoung fosse contar o que foi porque era um tópico extremamente pessoal de sua vida; seria doloroso para ele lembrar de seu antigo relacionamento, San pensou.

No geral, Jung Wooyoung era uma pessoa muito agradável, e San sentia como se os dois se conhecessem de vidas passadas, por isso a liberdade com ele nasceu tão precocemente.

Descobriu que o loiro era apaixonado por séries que abordam o tema medicina, e que ele gostava de plantas e tinha um monte delas no jardim em frente à sua casa. San até sabia que Wooyoung tinha uma cicatriz pequena na testa que ele tratava de esconder com uma franja, pois quando criança acabou caindo de bicicleta. Cresceu em uma fazenda em uma família de oficiais. Seu pai era um militar que servia ao exército nacional. Wooyoung ajudava instituições e organizações sempre que podia, era um fiel doador. Foi um aluno de destaque em sua turma, no colégio militar onde estudou. Ninguém fazia um mocha lattes como aquele garoto. Ele era um sujeito bem fascinante, em suma.

Com razoável dificuldade, San se sentou sobre o sofá e apenas se levantou quando Wooyoung abriu a porta para ir até o jardim, com um regador em mãos. Ainda bastante sonolento, se levantou e foi atrás dele. Não se importou com o vento frio acometendo sua face amassada e que bagunçava ainda mais seus cabelos desgrenhados. Durante um tempo, assistiu o Jung regar as plantas e conversar com elas, então um bocejo denunciou sua presença.