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Capítulo 5: Uma fórmula estranha

Choi San possuía um grande sorriso adornando seus lábios. Ele respirou profundamente assim que pôs os seus pés dentro do escritório de Seonghwa, e deslizou como se estivesse voando, mal sentindo os pés no chão, até a confortável poltrona na sala ampla, arremessando seu corpo sobre ela e encarando o teto como se nele houvesse o céu cheio de estrelas.

Seonghwa abandonou tudo o que estava fazendo e o encarou, com um cigarro no meio dos dedos. Ele não estava mesmo mais interessado em contar todo aquele dinheiro disposto sobre a sua mesa, era cansativo. Suspirou. Se não tivesse quebrado a sua máquina contadora em um momento de raiva, isso não estaria acontecendo... Bem, precisava de outra, e disso cuidaria após saber o que fazia San tão feliz naquela manhã.

— Por que não pede para o Juyeon cuidar disso? Aquele cara entende muito bem de dinheiro. Ele não é o seu braço direito? — perguntou o mais novo curioso, erguendo as sobrancelhas.

— Do meu dinheiro cuido eu — retalhou, sem perder a concentração na tarefa. O outro deu de ombros. — E a faculdade?

— Faltei — San respondeu de imediato, suspirando de novo. — Eu sei toda a matéria da aula de hoje, então não preciso ir.

— Quem disse?

— Eu disse.

Seonghwa revirou os olhos, desistindo daquela discussão inútil. No fim, o mais novo sempre terminava lhe vencendo pelo cansaço.

— Por que está com essa cara?

— É a única que eu tenho — encarou Seonghwa, deslizando a mão por sua própria face. Ele amava se exibir. — Bonita, não é?

— Eu não sou burro, pequeno gafanhoto — declarou, retornando sua atenção às notas de dinheiro, tragando do cigarro e espalhando a fumaça no ar. — Abra as janelas, sim? Esse cheiro vai se impregnar em tudo se a sala não estiver ventilada.

San levantou-se e preguiçosamente fez o que o mais velho mandou.

— São cinquenta mil wones. Vou esperar o pagamento cair na minha conta bancária até hoje à noite.

— E então? — Seonghwa ergueu a cabeça, direcionando sua atenção ao outro e postergando o que ele havia dito anteriormente. — Vai me contar o que aconteceu ou não? Roubou o que dessa vez? San, juro que se a polícia bater na sua porta de novo, eu...

— Calma, pai, não se preocupe — brincou, e Seonghwa arremessou a bituca do cigarro nele. San foi rápido em desviar, rindo. — Não roubei nada dessa vez, eu juro. Apenas... estou feliz.

— Com o quê? — quanto mais aquela conversa se estendia, menos interessado o mais velho ficava.

— Ontem eu conheci uma pessoa — ele suspirou pela milionésima vez apenas ao se lembrar da noite passada, genuinamente contente. Seu rosto de feições belas se iluminou, ele parecia sonhar acordado. — Eu não imaginava que alguém poderia ser capaz de despertar em mim o mesmo que eu sinto quando estou dirigindo aquele seu Porsche 911 Turbo Project Gold.

— Isso soou tão materialista que eu fui incapaz de entender... por favor, reformule.

San pulou do lugar, se colocando a andar de um lado para o outro, meio rodopiando.

— Sabe... aqueles romances ridículos que você sempre está lendo em um daqueles seus livros estúpidos de algum escritor que eu não me interesso em saber o nome? — não pode perder a oportunidade de alfinetar Seonghwa, que somente aquiesceu, postergando a ofensa gratuita. — Sinto que vivi um pouco disso na noite de ontem.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora