CASHIT | MAFIA ATEEZ | TEMP I

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Capítulo 9: Um reencontro inesperado

Jung Wooyoung conduzia o seu trabalho como de praxe. Atendia as mesas, falava com os clientes, fazia os pedidos e cuidava da limpeza do salão e do caixa. Não era uma cafeteria muito grande, mas bastante frequentada.

Particularmente naquele dia estava sem movimento, então sua patroa decidiu que fecharia as portas mais cedo. Assim que Wooyoung concluiu suas tarefas, cumpriu a ordem e seguiu andando pelas ruas já escuras.

Em sua cabeça havia muitos pensamentos, era como uma locomotiva. Não parava nunca, e cada vez mais turbilhões lhe aturdem. Park Seonghwa era o maior culpado por isso, ele não saía de sua mente por um só segundo. Já não o via há algumas semanas, sequer tinha notícias dele e seu orgulho lhe impedia de mandar uma mensagem. Sentia estar no direito de sentir raiva e frustração mediante às decisões dele.

As suas emoções estavam desordenadas. Apenas cogitar a ideia de nunca mais ver Seonghwa, sequer tê-lo como seu amigo — que era o que ele estava disposto a ser — o perturbava. Criava um nó na garganta. Ele estava exausto por chorar por isso. Há meses sofria por razões diversas e tudo era relacionado à mesma pessoa. Antes, machucava o fato de não poder contar para Seonghwa que gostava dele há anos. Agora, o que lhe feria era a possibilidade de ser rejeitado.

Seonghwa era aquela pessoa que servia como seu porto-seguro. Quando ele se sentia triste, bastava uma ligação para animá-lo. Quando estava com problemas, bastava conversar com ele e sua mente clareava. Quando sentia desejo, era apenas ele que morava em seus devaneios. Quando precisava de um abraço, ele estava lá de braços abertos. Aquele por quem se apaixonou era alguém generoso, gentil e inteligente. Tinha uma aparência de tirar o fôlego e um bom estilo. Os dois tinham os mesmos gostos, gostavam de comer as mesmas coisas e assistir os mesmos filmes. Era quase como se fossem feitos um para o outro... Wooyoung aceitaria envelhecer ao seu lado até chegar ao ponto de não falar e andar mais.

Se lembrava perfeitamente do primeiro beijo deles, e do quanto aquilo atiçou suas esperanças. Inicialmente achou que Seonghwa tinha percebido os seus sentimentos e estava fazendo aquele tipo de coisa por pena. Porém, depois ele passou a tratá-lo como o seu namorado, indo o visitar no trabalho e acompanhá-lo até em casa. Ele dizia coisas agradáveis, a conversa fluía. Ele até dizia que gostava de Wooyoung também, e os dois trocavam beijos apaixonados — mas ambos nunca pararam para encarar isso, faltava coragem.

Não encaravam a situação e o que ela representava. Certamente, estavam apaixonados um pelo outro e isso afetava a relação que tinham. Se queriam aprofundar aquilo, precisam assumir primeiro. E novamente Wooyoung foi o primeiro a fazer isso, como todas as outras vezes que teve que tomar a iniciativa ou nada aconteceria. No entanto, Seonghwa se afastava cada vez mais, como se tivesse medo de algo. Como se escondesse alguma coisa que não queria que Wooyoung soubesse, ou não gostasse dele de verdade. Isso deixava Wooyoung tão confuso, tão amargurado.

Se era um livro aberto para o outro, gostaria que ele fosse igual e lhe deixasse ler suas páginas.

Com a finalidade de relaxar um pouco, Wooyoung foi até o mesmo bar do outro dia. Já da porta, pode avistar um rosto conhecido.

Aquele com quem havia trocado beijos há semanas atrás. Ele estava no balcão, no mesmo assento do outro dia, batendo um papo com o barman — os dois pareciam como velhos conhecidos.

Wooyoung recuou para fora e respirou fundo, sentindo seu interior aquecendo. Não sabia o nome dele, não sabia nada sobre ele, apenas que tinha um bom beijo e habitava algumas de suas noites de sono onde acordava suado e ofegante, sentindo a pele formigar por ainda ter os toques dele vivos em seu corpo. Era loucura, reconhecia, afinal... apenas haviam se visto uma única vez.