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Capítulo 23: Hotel

Choi Jongho possuía os seus sentidos entorpecidos. Sua cabeça girava como se estivesse presa em uma montanha-russa, e seu estômago retorcia dentro do corpo. Os reflexos da quantidade de drogas que lhe aplicaram finalmente lhe acertaram em cheio, enquanto se mantinha acordado e se esforçava para permanecer são. Ponderou sobre os seus membros não o obedecerem feito o usual, seus reflexos iam e vinham, as pupilas dilatam e ele mal era capaz de focar sua visão em um ponto.

O carro onde estava parou de correr ao alcançar uma estrada mais calma e afastada da cidade. Na velocidade em que Mingi corria, cruzaram um trajeto normalmente feito em uma hora, em somente vinte minutos. Jongho não sentia estar em plenas condições para avaliar o que de fato estava acontecendo; suas faculdades mentais denunciavam sua falta de lucidez e suas respostas eram praticamente automáticas. Ele nem mesmo poderia dizer como foi capaz de empunhar uma arma e destruir dois carros, possivelmente isso se devia ao costume. Era o seu trabalho, afinal ele era profissional em eliminar outras pessoas.

Uma voz gritava dentro de sua cabeça. Ela repetia incansavelmente o nome de Song Mingi, e depois levava Jongho à viajar de volta ao dia em que se desentenderam e ele lhe desferiu tiros à queima roupa. Se existia uma pessoa despida em insanidade, em comparativa entre os dois, Mingi estava muito longe de possuir qualquer equilíbrio. Jongho ponderava sobre, se ele só atuava muito bem, tão esplendoroso ao ponto de enganar até a si mesmo, ou se o louco era ele por tirar tais constatações. O fato era que seu ressentimento pesava densamente dentro do peito.

A perturbação foi tão latente, que quase chegou a quebrar a própria mão ao mesmo tempo que a retorcia, inconscientemente. Respirou fundo e pestanejou, a cabeça pendendo para frente e para trás, pesada. Sentou-se no banco e se manteve naquela posição o quanto pode, percebendo que o automóvel deixou de estar em movimento, estacionando em um campo deserto onde somente uma construção de beira de estrada, bastante antiquada, se fazia presente, maltratada pelo tempo.

Mingi foi o primeiro a descer do carro. Ele estava assustador com o rosto machucado e coberto por hematomas, as roupas brancas sujas de sangue e o cansaço em evidência. Jongho saiu logo em seguida, cambaleando em passos tortos, agarrando o revólver disposto no assento ao seu lado, embora tivesse ciência de que não havia mais qualquer bala no carregamento. Para ele, estar com uma arma trazia uma segurança acalentadora para o seu coração.

Seguiu o Song pelas costas, e se alarmou quando ele virou-se bruscamente contra si. Jongho saltou contra ele, lhe desferindo um soco na bochecha. Mingi tropeçou para trás, caindo sobre os próprios pés.

A poeira no chão levantou. Não se dando por satisfeito, Jongho subiu para cima dele e o golpeou com mais um soco, os punhos bem fechados, os nós dos dedos pálidos por conta da pressão aplicada pela raiva que chamuscava em seu âmago.

Mingi não revidava. Ele julgou merecer apanhar de Jongho; até poderia matá-lo se isso fosse fazê-lo sentir-se vingado.

— Que porra você está fazendo? Sai de cima dele! — Hongjoong segurou os ombros do Choi e o puxou para trás usando o restante da força que ainda existia dentro dele, o jogando no chão cheio de terra. — Mingi te salvou! Por que está batendo nele?

— Me salvou? — Jongho esbravejou, aturdido, as unhas cravando-se contra a terra. — Mingi me condenou! É culpa dele tudo isso estar acontecendo. Se não fosse por ele, eu... — a voz embargou, os olhos transbordaram.

As emoções de Jongho cresciam em uma intensidade incalculável.

Atormentado, Mingi se ergueu do chão e constatou o gosto metálico do sangue em seu paladar. Sua bochecha estava dolorida, assim como cada minúsculo centímetro de seu rosto ferido. O nariz voltou a sangrar, sua cabeça latejava.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora