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Capítulo 16: Nuance cruel

Park Seonghwa se encontrava transtornado.

Após receber a desmoralizante notícia de que Changgu havia sido baleado, e estava a um passo da morte, se encaminhou ao hospital onde ele iria realizar a cirurgia. Era uma propriedade a qual era mantida com o dinheiro do crime organizado, logo todos eram extremamente devotos à Seonghwa e aos membros que preenchiam a alta hierárquica dentro da organização. Por isso, quase nenhum caso envolvendo o seu pessoal era de fato reportado, e ninguém de fora saberia sobre o que acontecia ali dentro.

O sistema de segurança era refinado e ninguém entrava ou saía de certos corredores especiais sem o aval dos superiores que estavam na elite do cartel. O lugar era inteiramente vigiado, sem saída ou entrada.

Andava de um lado para o outro com a ansiedade lhe tomando cada célula. Yeo Changgu era um de seus mais confiáveis homens. Ele era eficiente, e nunca chegou a realmente apresentar muitos problemas ligados ao seu ofício. Tinha a simpatia de Seonghwa, que se preocupava com todos os seus gerentes como se fizessem parte de sua família. A confiança era mútua, trabalhavam bem sobre aquela estrutura. Além de tudo, Changgu era o seu estimado irmão, sangue de seu sangue.

Além de tudo, Changgu era fiel tal qual um cão. Nunca desafiou a hierarquia por acreditar que sua existência possuía fundamento para que as estruturas organizacionais da família funcionassem em um sistema orgânico e co-dependente. Propriamente dito, ele estava ali desde o começo. Ajudou a construir degrau por degrau para que fizessem o trajeto da alta escalada. Eram compatíveis num todo; personalidades silenciosamente conflituosas e há quem diga que são a imagem e semelhança um do outro.

Definitivamente Seonghwa não poderia postergar o risco de que aquele dia ostentava chances proporcionalmente injustas para ser um dos mais difíceis de sua existência. E apenas o pensamento transbordando em sua consciência borrada e nebulosa, doía. Rasgava com facilidade o seu coração tão vulnerável quanto papel machê. O peso de perdê-lo equivalia a morte de um irmão, pois, afinal, estavam caminhando juntos desde o início. Sofreram e derramaram sangue juntos; tiveram perdas significativas e provaram da angústia um do outro. Passaram pelo mesmo deserto e tiveram todos os efeitos colaterais violentos de uma escalada. Sobretudo, Changgu e Seonghwa sobreviveram juntos e essa era a proporção do quão valorizavam um ao outro; por reconhecer seus sacrifícios e correr os mais diversos perigos para honrar o laço e a família que formaram.

— Como isso foi acontecer? — se dirigiu à Juyeon após andar de um lado para o outro na sala de espera, exasperado. Apertou os punhos ao não ter uma resposta de imediato. — Eu te fiz uma pergunta, responda!

Juyeon iria abrir a boca para falar, porém foi interrompido pela chegada de uma médica.

— Senhor Park, me acompanhe, por favor — ela solicitou, categoricamente.

Seonghwa se prontificou a segui-la, sendo acompanhado de perto por Lee até o quarto onde Changgu estava internado.

A cirurgia havia sido concluída há algumas horas, e portanto as horas de repouso foram concluídas, o que explicava a razão para Changgu já estar desperto. A doutora explicou à Seonghwa que o projétil havia penetrado nas costas de Changgu, entre os rins e o estômago. A cirurgia reconstruiu tecidos e removeu a bala, ele também havia passado por uma transfusão — seu estado atual era instável. Não podia realizar qualquer movimento, e era incapaz de falar por ter um tubo preenchendo a sua boca. Se encontrava debilitado, imobilizado e levaria tempo para poder comer normalmente e andar, caso sobrevivesse, a saúde frágil que pereceria a qualquer instante.

— Eu ainda não acredito que isso aconteceu — Seonghwa se achegou para perto do leito, encarando Changgu que lhe olhava de volta apaticamente, pálido e doente. — Como diabos isso foi acontecer?

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora