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Capítulo 18: Filtros

Choi San viu o mundo se acelerar ao seu redor. Ele não quis ouvir, não quis falar mais sobre aquilo. Ficou torpe, preso em um silêncio perturbador enquanto sentia seu cérebro derreter. Odiou o que escutou, odiou pensar que poderia ser verdade. Trouxe um sentimento terrível e inexplicável para dentro de seu âmago dilacerado.

Repreendeu-se internamente ao ver que estava a um pé de partir para cima de Seonghwa.

— Não, não, não! — repetiu inúmeras vezes, passando a andar de um lado para o outro do cômodo. — Acha que eu sou idiota? Isso seria coincidência demais, é impossível — riu novamente, irônico. — É claro que é mentira, o que eu poderia esperar de você?

— Se não acredita em mim, pode perguntar para ele quando encontrá-lo — vagou para o seu closet, trazendo de lá o laptop que confiscou da casa do mais novo, o entregando. — Use essa porcaria para rastrear o celular dele. Eu tenho certeza que ele estava com um antes de desaparecer, e se tivermos sorte, ainda haverá bateria e você poderá encontrá-lo pelo GPS.

San tomou o computador das mãos dele grosseiramente.

— É claro que vou fazer isso — disse com rispidez, tentando controlar a raiva que emergia de dentro de si. Era uma emoção desconhecida para ele, mal sabia como classificá-lo, porém tinha noção de que era nocivo. — Posso rastrear qualquer coisa, ligada ou não. Eu vou encontrar Wooyoung... não importa o que eu precise fazer.

Enquanto lançava comandos através daquele computador, o mais novo era incapaz de se concentrar devidamente naquilo. Tinha acabado de descobrir que Wooyoung tinha disparado contra alguém, e matado essa pessoa. E ele fez isso para proteger Seonghwa... Era loucura. Jamais imaginaria que eles se conheciam, que Seonghwa era o cara. Isso era inesperado, e o perturbava como o inferno.

Poderia ser qualquer pessoa a ter que competir pelo amor de Wooyoung, menos o seu melhor amigo... o seu irmão.

O que iriam fazer agora se Seonghwa estivesse contando a verdade? Como tudo seria, poderia lidar sem que sentisse que iria perder a sanidade a qualquer momento por isso? Que diabos... Se dividia entre ficar absorto em tudo o que havia descoberto, e em trabalhar para achar a localização de Wooyoung o mais rápido possível. Era uma tarefa árdua, nem mesmo sabia como estava fazendo isso, embora estando à beira de uma crise de nervos ocasionada por todo aquele estresse físico e psicológico.

Após algum tempo, San conseguiu encontrar o sinal do celular de Wooyoung. Relativamente, ele era muito eficiente enquanto realizava atividades daquele gênero — e agradecia mentalmente por suas máquinas estarem em posse de Seonghwa, ao menos poderia usar todo o seu conhecimento para trazer Wooyoung de volta fazendo uso delas.

A falta que sentia dele o partia ao meio.

— Ele está na área de Yongmasan? — questionou a si mesmo, perplexo, analisando o mapa exibido em sua frente. Rapidamente se levantou, trazendo o laptop consigo. — Eu vou ir atrás dele.

— Eu também vou — Seonghwa se apressou em seguí-lo, sendo impedido pelo outro que o parou com uma das mãos em seu peito.

— Não, você vai ficar bem aqui — ditou, sério. — Eu tenho certeza que você é a última pessoa que ele quer ver nesse momento, veja toda a merda que você o colocou... Vou sozinho, e irei trazê-lo de volta sem precisar da sua ajuda.

— San, não seja estúpido! E se ele precisar de ajuda? Se estiver desmaiado ou... — foi interrompido prontamente.

— Não fale besteiras. Wooyoung é forte, não precisa que você fique esperando que algo ruim tenha acontecido com ele sabendo de tudo o que ele foi capaz de fazer... por você — dizer aquilo era ainda mais difícil do que pensar, porém julgou que fosse necessário. Era como vomitar pedregulhos no chão.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora