Entre cicatrizes e recomeços - Livro 2

- 19 - Instabilidade e pequenas mentiras.

Votem e comentem!!!

Ramona narrando
...

A vida é instável,instável de mais pra sabermos o que vai acontecer,instável de mais pra um chute certeiro, instável de mais pra ela não virar de cabeça pra baixo a qualquer momento, segundo, dia, ou simplesmente só com palavras, toda decisão que tomamos tem uma consequência, é um caminho que escolhemos ir mesmo não sabendo o que irá aparecer durante ele.

Todos já passamos por uma quebra de expectativa que te deixou sem chão, todos já tiveram a vida virada de cabeça pra baixo, se não, vão ter, e o que podemos fazer quanto a isso?

Bom,nada além de tentar lidar da melhor forma possível para o seu bem. Eu não sou uma excessão,também tive minha vida virada de cabeça pra baixo ainda pequena,quando Luisa me encontrou, ou melhor,quando me flagrou, minha vida começou a mudar. Porque era um dia qualquer em Nova York,pessoas iam e viam sem perceber o que acontecia ao seu redor ou com seus bolsos, minha não era rápida e obstinada e meus bolsos eram largos e haviam de ser preenchidos para eu ter alguma comida, então eu vi uma mulher andando calmamente na multidão, ela era firme e mesmo com as pessoas trombando nela a mesma não perdia a paciência nem voltava pro lado, tinha passos firmes e já que não desviava os outros tinham que desviar, exalava poder mesmo quando não queria. Foi loucura, foi loucura mas tentei roubar seu relógio, e consegui. Bom,até ela dar falta e pela primeira vez correr,e eu quase escapei, mas ela tinha seguranças infiltrados naquela multidão também.

Então minha vida mudou, porque Luisa Muller não precisava ligar pra minha existência depois que eu a devolvesse o relógio, ela poderia seguir sua vida normalmente,mas ela diz que viu algo, um brilho nos meus olhos que refletiu nela,então a doida resolveu me sequestrar basicamente.

Tá ela não me sequestrou, ela disse "Se quiser casa, comida e grana me siga. Ou me ligue." e me deu um cartão,eu pensei por um minuto. Depois corri até ela alcançando seu encalço a fazendo sorrir

"-Nao devia aceitar ofertas tao rápido,elas podem acabar com você.

-As ruas também podem acabar com você.- Retruquei ainda andando e entrei em seu carro luxuoso, foi um ato inconsequente e mal planejado de uma criança que daria de tudo pra um lar, e poderia dar muito errado ou muito certo. "

Fugi quando soube quem ela era. Então voltei quando não me restava outra opção,porque eu era so uma criança em busca de comida e uma casa,afeto seria só um bônus impossível,eu era só uma criança e ela viu isso,e me criou,e tentou me fazer parar de roubar afirmando que eu não precisava fazer daquilo,bastava a pedir e ela daria

"-Mas por que?!- pergunto irritada quando ela alcança minha mão bem quando eu ia enfiar ela na bolsa de uma mulher

-Porque você é uma criança. E porque não precisa disso. Vem vamos comprar suas roupas logo,não pode vestir isso.- e me puxou."

Algo louco,algo quase impossível,mas foi o que aconteceu,foi o que mudou minha vida.

E eu retribui o favor a fazendo voltar pro morro.

"Por que eu deveria?- Pergunta,mas sabia que ela queria.

-Porque é o que precisa fazer,porque é o melhor,e você não pode se esconder pra sempre."

Ninguém pode se esconder pra sempre,de nada e de ninguém. Todas as coisas te alcançam,seja o amor,seja sua ruina,as vezes,os dois em um só.

~×~

-Quer?- sussurra Coringa me oferecendo seu vinho e dou de ombros esticando o braço pra pegar,mas então ele para.- Quantos anos você tem?

-Hm... 18?- Forço um sorriso e ele serro os olhos- 17 e meia eu juro,um gole não mata ninguém- Falo falo minha mais gentil cara e ele morde o lábio- Qual é, é a Luísa,experimentei vodka com 15!- minto,nunca havia tocado em um copo de vodka,nem sequer pra levar pra alguém. Mas parece convencer ele,porque me entrega me fazendo sorrir de verdade bebericando.

-como ela foi como mãe?

-nao me ensinou o que mães normais ensinam,mas se minha mãe estivesse viva ela sequer me ensinaria alguma coisa entao a Luísa foi literalmente a melhor coisa que já me aconteceu. - falo sincera bebendo de golinhos,ele pega outra taça pra ele se servindo e se encostando novamente ao meu lado no seu grande sofá. - Já amou?- pergunto abruptamente e ele se vira confuso

-oi?

-Nao sei,Luisa me disse que teve um amor verdadeiro um dia,eu perguntei se ele/ela retribuia e ela disse que sim,então eu perguntei porque ela não estava com ele,e ela soltou "As coisas são mais complexas do que parecem." Pensei que era você.- Falo e ficamos uns poucos segundos em silêncio,ele bebe um longo gole de vinho. - Era? - pergunto bebendo um pouco também e ele tira do pulso seu relógio de prata erguendo pra mim,me aproximo serrando os olhos e arregalo os olhos

"-Lᴜɪsᴀ Mᴜʟʟᴇʀ-"

-Você, você...- Tento falar meio gaguejando e volto a olha-lo dividindo sob ele e a tatuagem no seu pulso agora não mais coberta.- Uou. quando fez?

-A maioria das minhas tatuagens nesses últimos anos teve um toque dela. Essa fiz três anos depois,mas a primeira que eu fiz depois da morte dela foi um pequeno copo de vodka. responde sua pergunta?

-Voce é louco por ela não é?

-Sinceramente, quando ela me irritava eu me perguntava o que via nela.

-Entao O que você vê nela?

-Luisa Muller, Ramona, é o nono pecado capital. E eu quero ser o pior dos pecadores. Porque se trata dela. E você ja viu alguém parecido com ela?- pergunta e nego prontamente- Entende então?- pergunta voltando a beber e antes que eu concorde ouço a voz de Luisa atrás da gente abruptamente

-Ramona Muller isso é álcool?- Pergunta ainda longe da gente.

-Nao!- minto e ela cruza os braços- Só um pouquinho?- forço um sorriso enquanto ela desce as escadas.

-Coringa! Você deu a ela!?

-Do que você tá falando? Achei que ela já bebia,com quinze vodka não? Além do mais não já tem 17 e meio? só falta um pouco pra 18.- Fala igualmente confuso e mordo o lábio.

-Ela fez 17 mês passado! E eu nunca deixei ela sequer tocar em um bebida minha! álcool cedo é ruim,não quero que ela experimente agora!- Reclama vindo até nós,coloco o copo em cima da mesa de centro suspirando.- Você o enganou.- Acusa e abaixo a cabeça concordando- Peça desculpas.

-Desculpa.- Falo erguendo o olhar pra coringa que observava com curiosidade enquanto colocava seu relógio

-tudo bem,mas não faça isso com outras coisas, odeio mentira. - Fala se levantando e pega meu copo na mesa, reparo agora na sua tatuagem de copo de vodka atrás do pescoço.

-Posso?-Pergunta Luisa apontando o vinho e ele a entrega,eles sorriem de canto antes de bebericarem as bebidas.

Vou morrer com tanto tesão acumulada aí meu redor.

Penso revirando os olhos antes de sair da sala indo a caminho da cozinha.

...

Demorei para cacete me desculpem.
Estava passando por algumas coisas merdas e só tive tempo de revisar e postar agora, o capítulo foi curto então peço desculpas por isso também, mas aproveitem e não deixem de comentar!

Alias, aquela ideia de dias para postagem ou perguntas para os personagens foi pro fundo do poço, nunca consigo lembrar de fazer ou postar, eu sou instável de mais pra isso então perdão