- 56 - Perigo?

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Coringa narrando
...

Franzo a testa olhando para o notebook e sou surpreendido quando Luísa pula ao meu lado da cama, fecho imediatamente a tela sorrindo pra ela que me olha com uma careta estranha enquanto eu colocava o notebook de lado.

-O que foi?

-Hm, nada? Conseguiu colocar a Heather pra dormir?

-Ah, sim! Eu fiquei quinze minutos para descobrir que ela só consegue dormir depois de duas historias. Exigente ein.- Brincou e sorri concordando.- O que estava fazendo? - Insiste novamente.

-Trabalho, só estava resolvendo umas coisas, vem aqui.- Chamo a puxando pela cintura e ela sorri se sentando em meu colo.- Estava pensando em algumas coisas, daqui uns dias os documentos de adoção da Heather ficam prontos pra não ter nenhum problema com o registro dela entende?- Falo pondo seu rosto em meu peito e Luísa confirma devagar.- Pensei que poderia pedir pra pôr o resto do sobrenome da Ramona...- Sussurro e ela franze a sobrancelha confusa. 

-Não entendi. Ramona tem sobrenome, eu lhe adotei e coloquei meus sobrenomes nela.- Ela me olhou se afastando do meu peito e ficou olhando para meu rosto até entender por si só.- Você quer...

-É. Colocar Alcântara. Como o Lukas. E a Heather.- Sussurro em explicação e ela assente devagar saindo do meu colo.- Só não quero que ela se sinta excluída, ela me pediu pra fazer isso se um dia fossemos...- Eu pigarreio tentando não ficar constrangido e suspiro antes de falar.- Se fossemos um dia nos casar, ela queria meu sobrenome. E nós não vamos se casar, eu sei que você se sente constrangida com a possibilidade de um casamento enorme bem clichê, mas a Heather vai ter meu sobrenome, e só ela e você não tem, mas eu queria...

-Eu meio que não entendi se você me pediu em casamento, recusou a ideia de um casamento futuro ou só... Pediu pra ser o pai da Ramona oficialmente.

-A t-terceira opção. É com certeza a terceira opção.- Sussurrei nervoso e ela me encarou por alguns longuíssimos segundos antes de rir balançando a cabeça.

-Ridiculo. - Sussurrou vindo em em minha direção novamente. - É o que você é, huh? Se a Ramona te quer como pai é claro que pode colocar o sobrenome nela. E por isso que você está estranho ou tem mais coisa?

-Tem mais coisas. Bem mais, senta aqui. - Lhe puxo pro meu colo de volta e ela suspira me olhando pronta pra escutar. - Talvez a gente precise de outra casa se vamos ter outro filho.

-Claro, a gente pode se mudar depois que a gente tiver a confirmação...

-E talvez devêssemos perguntar o que a Ramona e o Lukas acham dessa ideia também. O filho, a casa e tudo mais...- Comento e ela concorda pensativa.

-É uma ótima ideia...

-E eu tenho que fazer uma missão longe de casa e sair por alguns dias, vou ter que te deixar cuidar das coisas por aqui...

-Espera, o que?- Ela me interrompe franzido a testa em confusão.

-E no fim, você ainda quer se casar?  algum dia que seja?- Pergunto por fim parando de falar e sorrio de canto lhe observando. - Luísa?- Lhe chamo novamente.

-Voce vai embora?

-Você não ouviu direito. Eu só vou em uma missão, nós fazemos isso tempo todo.- Falo fazendo círculos imaginários em suas bochechas com o polegar.- É normal certo? Só não é uma boa hora, mas eu preciso ir.

-Qual é a missão?

-Eu só tenho que matar um cara, amor. Nada de mais. O usual. - Eu dou de ombros, mas ela me olha balançando a cabeça enquanto tenta se afastar, eu insisto em segurar sua cintura. - Luísa.- Sussurro quase em súplica, mas ela vê em meus olhos e no meu rosto que não é uma simples pessoa, não é só mais um.

Entre cicatrizes e recomeços - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora