- 27 - Êxtase

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Luísa narrando
...

A noite veio com as nuvens carregadas, cinzas e meio avermelhadas, o que significava que iria chover, isso me dava um pressentimento ruim, havia ligado para Serpente Major, mandando mensagens e áudios e ainda assim nada, e ela sempre me responde. Algo não cheirava bem mas mesmo assim eu iria encarar, afinal tudo aquilo poderia ser somente coisa da minha cabeça, coisa que eu não duvidava, mas mesmo assim...

Ponho uma adaga presa a minha coxa mão visível pelo vestido e ponho uma pistola dentro da minha bolsa Chanel, ponho meus anéis e minhas correntes ainda me encarando no espelho com o vestido preto que não era rodado o que facilitava uma série de coisas, minhas costas mostravam minhas cicatrizes que mesmo não estando feias ou coisa parecida ainda eram cicatrizes, e eu quase chorei por elas hoje de manhã mas quando fui comprar meu vestido com Coringa ele fez questão de fechar o zíper beijando toda a extensão delas, beijos que me arrepiaram e quando eu pensava por mais de alguns segundos sentia a mesma coisa, hoje eu estava disposta a fazer elas contarem uma historia silenciosa do que eu havia aguentado, um aviso para aqueles que tentarem me enfrentar, mostra-los que não foram os primeiros e que está longe de serem o ultimo, mas que mesmo assim eu irei renascer, porque é o que uma fênix faz, e antes de tudo, é o que uma Muller obstinado faz.

Mas olho melhor para mim mesma e troco minhas correntes por um colar de serpente e sorrio de canto ainda me olhando no espelho, cruzo os braços abaixo do peito me avaliando. É, eu estava bonita.

Escuto alguém bater na porta e falo um "Entra" agora ocupada com meu salto.

-Oi.- Escuto baixo e direciono o olhar a porta onde Coringa estava segurando a caixa da minha máscara,ela usava o terno vinho que eu havia feito ele comprar, seus músculos marcavam um pouco o terno, ele usava um relógio dourado e preto e alguns poucos anéis, havia feito a barba e estava perfeito da cabeça aos pés, o homem tinha um pequeno sorriso nos lábios e eu poderia ficar muito tempo o olhando, poderia seca-lo e o comer com os olhos embora eu não tenha duvidas que é mil vezes fazer do que imaginar aquilo.

-Oi.- sussurro finalmente pondo o pé no chão e sorrio ladino enquanto ele me observava.

-Você está...- sussurra se aproximando e fica parado a minha frente bem perto de mim, então se inclina até meu ouvido e posso sentir o cheiro do seu perfume que me faz fechar os olhos pressionando os lábios para não beijar e deixar uma marca no seu pescoço imaculado. - Perfeita.- sua voz baixa era rouca,eu amava isso nele,fazia os pelos da minha nuca se eriçarem e uma parte da minha sanidade sempre se perdia quando isso acontecia. Ele sente o meu perfume por alguns segundos antes de se endireitar e voltar a olhar em meus olhos.- O vestido ficou ótimo.

-Obrigada,o terno também ficou...- Ele segura minha mão com uma de suas mãos e põe a caixa da máscara nela enquanto tento falar, sua mão para no meu pulso onde ela acaricia olhando minhas mãos fixamente quase as massageando.- ficou muito bom...- tento falar e continuo olhando pra sua mão na minha mas ergo o olhar para olha-lo logo depois, ele faz o mesmo. - em você.- termino em um sussurro quase inaldível e ele se aproxima com a orelha perto da minha boca.

-O que disse?

-Está bonito.- sussurro e ouço ele inspirar com força.- Muito bonito.- resmungo e sinto um arrrepio percorrer minha espinha quando sua boca lentamente parecia se aproximar do meu pescoço,seu perfume me inebriava e senti um gemido preso em minha garganta antes mesmo dele encostar os lábios no meu pescoço. - a cor ficou boa em você.

-Ficou?- sussurra beijando meu pescoço com lentidão, fazendo círculos com a lingua em minha pele antes de beijar com força provavelmente pronto pra deixar marcas. Concordo com um aceno bem devagar e quase nulo.- Desejo te impreensar em alguma coisa sólida e te beijar desde que entrelaçamos as mãos essa manhã, pelos seus ciúmes.

-De novo essa historia? - resmungo quase bufando e posso sentir seu sorriso contra minha pele, posso imaginar claramente aquele sorriso também.

-Estava com ciúmes, tudo bem, você fica sexy com ele. - Comenta e me sinto tentada a lhe afastar, mas não ouso fazer isso, sua voz era prazerosa de mais e seus beijos em minha pele eram bons de mais para isso. Não valia a pena.

-Estava com ciúmes, admito. Não toque no assunto novamente se não me quiser ver com uma raiva sem sentido.- Aviso e ele sorri voltando a beijar meu pescoço, ergo o queixo lhe dando mais espaço e ele põe as mãos na minha cintura me empurrando aos poucos para trás,jogo a caixa pro lado sem me importar se ela iria cair ou não e me deixo ser levada e imprensada contra o espelho por ele,onde todo seu corpo quente ficava bem perto do meu e seus lábios pareciam mais inebriantes que nunca.

-Posso fazer algumas coisas com você ou...

-Por favor.- Cochicho e ele segura meu rosto como segurou no dia que nos encontramos, põe uma das mãos na minha cintura apertando ali com um pouco de força por um momento e me olha me fazendo sentir como se fosse a mulher mais bonita e amada que ele já havia visto, seu olhar transmitia o desejo e adoração que ele parecia sentir e eu desejei como uma tola egoísta que ele nunca olhasse pra mais alguém além de mim daquele modo
Seu polegar vai até meus lábios que ele umidece sem tirar os olhos da minha boca.

-Senhor, eu te daria os céus se você me pedisse.- Cochicha e suspira quase em uma tortura pessoal, ele me olha por mais alguns segundos então pressiona os lábios contra os meus e sua mão vai até meu pescoço o pressionando com cuidado, sua outra mão puxando minha cintura contra a sua, o tecido não sendo grosso o suficiente, eu conseguia pela extrema proximidade sentir sua ereção e agradeci aos céus por ele estar basicamente me segurando porque eu não sabia que podia contar com minhas pernas agora.

Tento por minhas mãos em sua nuca mas ele me impede com uma rapidez impressionante só com uma de suas mãos, ele prende meus pulsos acima da minha cabeça e ofego, algo que sai mais parecido com um gemido pelo seu gesto abrupto, ainda bem que ele não tirou a mão da minha cintura ou eu teria derretido ali mesmo.

- Hoje você que não tem permissão para por as mãos em mim, ainda não.- sussurra com um sorriso em seus lábios e antes que eu tenha tempo de reclamar seus lábios estão nos meus e sua ereção tão perto de mim só me fazia me sentir ainda mais inebriado pelo êxtase e tesão.

-Coringa...

-Sim querida?- resmunga ainda me dando beijos. - quando o maldito baile começa?

-as dez.- ele ergue o olhar para seu relógio no pulso acima de mim e observo seu pescoço novamente, havia uma correntinha ali,com dois anéis de noivado

-Nove e vinte e cinco,estamos bem adiantados.- sussurra, continuo a olhar confusa pros anéis na corrente e ele ergue meu olhar com delicadeza. - o que?

-Que anéis são esses?- sussurro e ele baixa o olhar e suspira.- o que?

-São de 16 anos atrás, eu ia te pedir em casamento. - sussurra e o encaro incrédula, ele solta meus pulsos suspirando mais uma vez e quando tenta se afastar ja prestes a começar a se explicar eu o seguro pela lapela e sem pensar muito eu o beijo sentindo meus olhos quase inconscientemente ficarem um pouco marejados, e ele alguns segundos depois retribuí e me pega no colo pressionando minhas costas novamente contra o espelho. As supostas lágrimas sendo substituídas por um gemido baixo que vai mudando ainda mais com o passar do tempo e derrepente não me importo com mais nada além de ter tudo que eu poderia daquela noite, daquele homem.

...


Entre cicatrizes e recomeços - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora