- 33 - Power

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Primeiro, obrigada pelos 2K!!! Estou super feliz!
Segundo, muito drama e desgraça envolvida nesse capítulo, cuidado com as emoções e pule se não quiser ler esse capítulo, sua saúde mental é o mais importante:)

Terceiro, desculpa pela demora pra postar♡︎

🎱

-Se essa rua se essa rua fosse minha...- O grito da canção cantarolada ecoa pelo corredor junto com o som de passos arrastados - Eu mandava eu mandava melhorar! - continua um dos pacientes e Luísa chega a sorrir enquanto come a maçã que guardava a um tempo. - Com dinheiro, com dinheiro da mamãe morta...- Mais passos são escutados fazendo o homem gargalhar com a voz maníaca e gritar mais alto- Que morreu,que morreu assassinada! Ah! Nao! Não, não, não, não gosto do remédio, não!!!- os gritos são abafados mas ainda é possível ouvir o choro despertando gritos dos outros pacientes que batem no porta e gritam também.

-Se essa rua, se erra rua fosse minha...- sussurra Luisa se sentando encolhida na cama.- eu mandava, eu mandava ladrilhar.- Cantarola fechando os olhos sentindo lágrimas escorrerem pelos seu rosto- com pedrinhas, com pedrinhas de diamante. - Suspira mordendo novamente a maçã - Só pra ver, só pra ver meu amor passar.- Resmunga por fim abraçando o próprio corpo.

A canção virou um ritual para o frio e a fome, canções de ninar eram cantadas em alto e bom som pelos pacientes, como uma mensagem de dor para todos, vozes roucas e cansadas a espera de liberdade e paz que seria a morte, canções de ninar as vezes alteradas o que uma vez ou outra provocava risos ou reclamações, não importava se os guardas o ameaçassem por pensar que era um hino para escapar,não importava se toda noite às dez quando costumavam cantar logo depois do jantar eram forçados a dormir com um remédio de sonífero,se precisavam dormir que cantassem mais cedo, o canto era a única coisa que ainda os restavam e não iriam abrir mão daquele hino de súplica.

Luísa lembrava daqueles dias como se tivesse visitado o inferno e o diabo pudesse a prender lá novamente assim que quisesse, mas gostava de pensar que por já ter vivido e passado por tanta coisa ela estaria pronta, o diabo que tentasse.

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Luísa narrando
...

-Chrstina!- Grita Ramon pro andar de baixo e escuto sua voz abafada com a confirmação que ainda estava ali.- Conseguimos passar pela escada?

-Eu estou dando um jeito nisso!- Ouvimos e  quase suspiramos- A fumaça! O fogo vai diminuir mas a fumaça só fica mais forte! Vocês tem que sair daí!- Ela grita nos avisando.

-Bom é o que estamos tentando fazer.- Resmunga Coringa bufando.

-Ela vai liberar a escada,saímos pelos fundos como os outros e a levamos pro hospital.- Fala Ramon virando o rosto pra tossir.

-Nao desmaie,não desmaie.- Sussurro limpando seu rosto e ela choraminga,não tinha 22,tinha 19. Agora eu lembro. - Eu sei, aguente.

-Estou... com sede.- sussurra e ergo mais sua cabeça pra ajuda-la a beber a água.- L-luisa?

-So me reconheceu agora?- sussurro sorrindo e ela fecha os olhos soltando uma risadinha.

-Venham! Segurem a respiração a fumaça está forte!

-Nem percebi!- Grito em resposta pondo o rosto pro lado pra tussir- Consegue se levantar?

-Posso carrega-la.- Oferece Coringa assim que Ramon abre a boca e Blair se encolhe.

-Acho que não quer ser tocada por um homem agora.- Falo me levantando - Vou te levar tudo bem?- Sussurro e ela assente a pego no colo balançando meu cabelo com uma mecha em meu rosto- Com licença.- Resmungo passando por Ramon, eles me olhavam e estavam entre assustados e admirados. - Prenda a respiração.- Falo e ela assente fechando os olhos e prendendo enquanto desço as escadas o mais rápido e cuidadoso com consigo- Christina!- Grito e ela logo aparece me olhando assustada

-Ela respira?

-Bom,acho melhor não fazer no meio de tanta fumaça,abre a porta do carro.- Falo e ela obedece rapidamente,ponho Blair no banco  suspiro.- Segura.- Sussurro antes de sair.- Cadê o Coringa?

-Aqui!- Fala surgindo ao meu lado e quase suspiro novamente assentindo.

-Vamos vazar daqui!- Diz Hazel e concordo.

-Merda minha chave tá lá dentro.- resmungo e Coringa ergue as chaves me fazendo suspirar mesmo suspirar dessa vez.- Cara,eu te amo.- Resmungo pegando as chaves e olho pra Blair que estava encolhida no banco.- Blair pode ir com a Christina por hospital?! Vou logo atrás.- Falo e inclino a cabeça tentando a ver melhor- Blair?- Sussurro abrindo a porta novamente- Merda,Blair! Não, não, não.

-Ela desmaiou?!- Perguntam atrás de mim e me inclino tentando ouvir seus batimentos

-Blair por favor.- sussurro tentando encontrar sua pulsação e baixo a cabeça suspirando, eu começo a fazer massagem cardiaca nela ouvindo eles resmungar em xingamentos atrás de mim.

-Muller. Muller ela não está respirando. Não adianta querida.- Christiana põe a mão em meu ombro tentando me fazer parar com aquilo, eu já estava ofegante quando paro finalmente.- Ela se foi.- Eu encaro Valor exausta e balanço a cabeça.

- Se essa rua,se essa rua fosse minha. Eu mandava, eu mandava ladrilhar,com p-pedrinhas, com pedrinhas de diamante... só pra ver, só pra ver tua alma passar, - Resmungo cantarolando e me inclino fechando seus olhos com delicadeza antes de me afastar e sair do carro em silêncio.

- Pra onde a levamos?

-Pros fênix,vao na frente já alcanço vocês.- Falo indo indo em direção a frente da casa e Coringa me acompanha.

-O que está fazendo?-  pergunta enquanto arrasto um dos corpos dos seguranças e aponto pras marcas de bala. - Morreram, tiros. O que?

-Os tiros formam uma cruz invertida.- explico apontando.

-Canibais.- Resmunga e concordo, Canibais era um grupo não tão grande mas famoso por contratar gente que não se importa em morrer ou matar por uma quantia qualquer, os desesperados e desequilibrados normalmente se juntam a eles quando desistem da vida mas o preço a se pagar e não pode sair sem completar um número determinado de mortes, é como assinar um contrato com um agiota ou diabo.
- O que vai fazer? pergunta e dou de ombros.

-Eles mataram quem queriam. matei o Marcos Marshall e fim.- Falo indo em direção ao carro e entro sem pronunciar mais nada esperando ele me seguir,quando ele entra tentava não me olhar e pressionava os lábios olhando pra estrada. - Desculpe pelo baile ruim.- Falo ligando o carro. 

- não foi sua culpa,e agora posso colocar "fugir de um incêndio" na minha lista de coisas que já fiz.

-ow foi seu primeiro incêndio!- Falo fingindo emoção o fazendo sorrir enquanto acompanho Christina que ia no frente com Ramon. - Parabéns.

-Ah obrigado, fiquei muito nervoso entende?- Zomba me fazendo soltar uma risada nasal.

-vou abrir as janelas.- Aviso e sem o olhar, eu as abro sentindo o vento bater em meu rosto com um tiquinho de brutalidade,ainda assim aproveitei olhando fixamente pra estrada e pro carro a minha frente que eu acompanhava. Seria uma longa noite.

...

Feliz ano novo atrasado!!!!
...eu realmente queria um capítulo mais animado pra desejar isto mas okay...

Entre cicatrizes e recomeços - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora