08| Plano A

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  Já tinha passado pelas mil questões das mulheres casadas, a maioria estavam realmente preocupadas em como eu me sentia. Entre elas, Gina era a que mais me olhava em busca de alguma revelação. 

   Consegui responder o básico que entendia sobre o tema e dizer que a dor não era tanta.

   O lençol estava exposto em uma parede, enquanto todos que queriam ver a prova da consumação e da honra da esposa, passavam por ele e observava. Meu pai estava estufado, orgulhoso de que seu plano tenha dado certo. Um alívio, por mais que meu medo maior ainda não seja que ele descobrisse que eu não fiz nada além de revelar meu pavor.

   Segui pelo salão, tomando um pouco de vinho suave que me ofereceram. O almoço seria no gramado, em uma mesa enorme que puseram para a grande família Savoia Salvatore. Senti um braço enrolar no meu e me virei rapidamente, vendo Celina tensa.

   — Podemos conversar? — A mesma pergunta e eu assento.

   Seguimos para fora, em um lugar menos movimentado. Rapidamente Celina pegou minhas mãos e me fez olhá-la.

   — Ele te machucou, não foi? É por isso que está com receio de dizer sobre. — A mesma pergunta e vejo sua preocupação. — Ele foi um cretino. Está claro.

   — Celina, calma... — Acaricio sua mão em forma de acalmá-la. — Não houve nada disso.

   — Como não? E aquele sangue? E o jeito que Kaanadan disse para todos os homens o que fez e deixou em você?

   Sua raiva é nítida.

   Respiro fundo. Olho para a mesma e abro a boca para dizer a verdade. Basicamente eu podia confiar em minha irmã, não tinha motivos para eu deixá-la preocupada por algo que nem chegou e nem vai acontecer. 

   — Não houve... 

   Uma tosse grossa soou e eu virei meu rosto, vendo sair da porta central, Kaanadan, ao lado de seu Consigliere, Fiore, e Scott, o meu guarda-costa. O mesmo me olhou claramente em um sinal perigoso caso eu dissesse para Celina. Ia ignorá-lo, mas então ele me olhou mais firme e eu senti Celina balançar minhas mãos.

   — Não houve o que? — A mesma pergunta e eu a olho. Dou-lhe um leve sorriso.

   — Melhor almoçarmos. Terei tempo para te dizer depois, mas agora não precisa se preocupar com isso. Juro que não estou dolorida ou algo do tipo.

   A mesma não se convence, mas também não se insiste. Logo me acompanha para a mesa do almoço.

   É melhor não irritar Kaanadan agora...

                                                                   ***

   Um banquete enorme era servido. Massas eram acompanhados com vários tipos de molhos, sendo um, o meu preferido: Molho quatro queijos. Alguns pratos de saladas verdes com tomates cerejas, também acompanhavam, embelezando o prato.

   Comia calmamente, sentindo a pressão nos olhos de Celina toda vez que Kaanadan me tocava e eu discretamente me afastava. Ela o olhava com fúria e confusão, o que fez o mesmo suspeitar de algo. Senti seu halito em minha orelha e eu suspirei tensa.

   — Disse algo a ela, não foi? — O mesmo sussurrou e eu neguei, limpando minha boca com um guardanapo.

   — Não. Ela só está com raiva... é típico dela. Celina acha que você me machucou, então é óbvio que ela te olhe de maneira negativa.

   O encaro e o mesmo volta a sua posição. Sério, continua a comer.

   O som do relógio no topo da casa marca a matade do começo da tarde. O momento que eu esperava e que agora me deu um frio na barriga.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora