92| Um traidor tão perto...

2.5K 193 32
                                    


Dias se passaram desde o último ataque. Por mais tenso que tivesse sido os dias e as noites após aquele banho de sangue, hoje, Washington acordou mais calmo.

É véspera de Ano Novo e a cidade se movimenta para todos os lados e todos os cantos. Nisso, me pergunto como os meses puderam passar tão rápido, para mim era como se mês passado eu estivesse me casando contra minha vontade, e hoje..., bem, hoje já sou uma mafiosa.

Respiro fundo e olho o relógio pela tela do celular. 13h40. Nesse instante eu imaginaria que alguns soldados já tenham saído para viagem — permitida, é claro — para passar a virada do ano junto a família. Muito deles decidiram ficar e por mais que eu desconfie desses, Rafaelle me certificou de que vários realmente não tem com quem passar.

Bom, ao menos indefesa a organização não iria ficar.

O carro parou no jardim da mansão Salvatore, como sempre a todo instante. Me retirei do automóvel e logo segui para a grande casa, onde agora se tornava uma nova base oficial. O cassino ficou em segundo plano, não que eu quisesse assim, mas lá não tinha como trabalhar de fato. Ou eu escondia os planejamentos que todos necessitavam saber, ou então até os jogadores saberiam que poderiam morrer a qualquer instante naquele lugar.

E quando eu falo morrer. De fato, é a morte.

— Concluímos as últimas contagem, senhora.

A voz de Demétrio, um dos soldados carregado por monitorar os armamentos, soa assim que entro na grande sala principal.

— E quantos ainda nos restam? — Pergunto, sem ao menos parar meus passos em direção a escadaria.

— Ainda a cima da média. Temos 23 mil em armas e munições. 15 mil em granadas. Temos por volta de 25 mil em grandes armamentos mais pesados e os carros estão intactos, conseguimos arrumar aqueles cinco fraturados.

Me segue pela escadaria e assinto.

— Ok, pelas duas bases conquistadas, até que está sendo uma boa contagem. — O mesmo assente. Então paro e o encaro. — E sabe me dizer quantos soldados perdemos e quantos de fato morreram? Eu sei que um grupo retirou as câmeras e pontos antes mesmo de entrarmos naquela base.

Demétrio fica tenso, olhando para os lados antes mesmo de me responder.

— 15 soldados fugiram. Todos contados depois que fui analisar a enfermagem. — Diz-me baixo, provavelmente temendo que outros soldados o escutassem.

Suspiro. Isso não é uma boa notícia.

— Tem nomes? — Questiono mais uma vez.

— Sim, coloquei em uma das suas pastas sobre a mesa. Também coloquei os históricos deles e com quem eles possuem mais contato na organização.

Assinto e vejo que mesmo na tarde, eu ainda ia ter um bom trabalho para ter que executar.

— Obrigado, Demétrio. Pode seguir...

— As ordens, senhora.

Sai e logo sigo escadaria a cima, indo em direção ao escritório que se nomeou minha sala.

Assim que abro a porta, Rafaelle já está ali, coçando a cabeça enquanto olha alguns papéis em minha mesa.

— Duvidando do meu trabalho ou o que? — Me aproximo, vendo o celular ao seu lado. — Se eu fosse você não confiaria tanto no Google Tradutor.

O ruivo me olha sério. — O que tanto teme para não escrever as coisas em inglês?

— Nada, mas prefiro escrever em português. Escrevo mais rápido.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora