18| Prováveis rebeldes

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KAANADAN SALVATORE

   A conversa que tive com Silvério não me acalmou. Olhando os papéis de relatórios, eu tive a noção de que tudo está perto demais para o que seria apenas uma guerra por território. É como se tivesse bem mais do que apenas isso. O que claro, me deixa com uma grande preocupação.

   Não dormi direito devido a esse fato. Mas acostumado com o cansaço, não tive ele como inimigo. 

   Saio do carro, parado em frente ao cassino subterrâneo no centro da cidade, o que por fora não passa apenas de um restaurante italiano. A sede da organização fica aqui, e por ser um lugar movimentado, qualquer alteração de movimento da máfia, passa despercebida.

    Arrumo meu paletó e sigo direto, me desviando de mesas e seguindo pelo o escuro corredor de poucas luzes, que logo vão sumindo de acordo com a proximidade da escadaria. Desço-a rapidamente, tendo meus olhos se adaptando na luz amarelada das lâmpadas incandescentes. O cassino fica a vista, e mesmo de manhã, tem pessoas a ocupando.

   — Que bom que chegou.

   Silvério se aproxima, me olhando seriamente.

   — Aconteceu algo? — Pergunto, temendo mais um ataque.

   — Claro que aconteceu. Savoia é o problema. — Diz nervoso e eu o entendo. — Ele não sai até falar com você. Acredite, não vai gostar nadinha do que ele vai dizer...

   Suspiro frustrado e sigo ao lado do meu primo, em caminho para minha sala.

   Homens de honra vagam pelo o local. Vejo algumas funcionárias já ajeitando seus serviços e enquanto isso, percebo Scott no bar conversando com uma das garçonetes. Viro meu rosto, vendo Fiore se aproximar e logo se por ao meu lado vazio.

   Caminhamos em silêncio até a sala. Logo que abro a porta, dou de cara com Santiago, olhando algumas armas presas em um mural na parede.

   — Diga. — Falo o fazendo me olhar. Sigo para trás de minha mesa e me sento na poltrona de couro marrom.

   — Nem um bom dia? — Santiago ri e eu o encaro seriamente. — Certo. — O mesmo se senta à frente e me olha. — Precisamos conversar sobre negócios. Acho que nossa aliança  não está valendo muito.

   O encaro confuso. — Me explique.

   — Meus homens estão morrendo e você não faz nada. Não ajuda em nada. Os russos e chineses não apenas nos atacaram, como deixaram marcas. — O mais velho faz uma careta irritada. — Escreveram a faca na barriga de um: "Estamos bem aqui". Me pergunto se eu posso realmente confiar que não seja um dos seus traidores.

   O fito. — Está insinuando que eu estou pedindo para torturar seus homens?

   — Estou dizendo que não posso confiar em um Capo que não tem controle da sua própria organização. Ou que tem e quer acabar com a minha.

   Me inclino para frente, fitando os olhos escuros de Santiago. O mesmo tem uma face brutal demais para eu perceber algo, mas ainda sim é claro alguns traços que Celeste puxou. Acabo sentindo pena da mesma por isso.

   — Não ousa subestimar meu comando. — Digo friamente. — Porque quem está buscando ajuda é você e não eu.

   Santiago não hesita em repetir meu ato e se inclinar em minha direção. — Então espero que cuide dos traidores do seu grupinho... não quero mais homens da minha organização morrendo.

   A porta abre e Fiore, que até pouco estava perto da mesma, se afasta com a entrada de Victório. O alto homem magro, olha para seu chefe e depois para mim. 

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora