Era como um mar sombrio invadindo as gigantes grades por trás de tiros e mais tiros que disparavam a cada segundo. De onde eu estava, conseguia ver plenamente a entrada dos soldados Norte Sul, matando qualquer soldado rival que vinha à frente. No chão. Nas varandas dos andares. Nas janelas. Nas torres. Sempre um corpo caía..., mas eu sabia, não ia demorar a ser algum dos nossos a terem o mesmo fim.
Joguei o fuzil para minhas costas e saí de onde me abaixava, voltando-me até a moto coberta e a puxando com força o bastante para subir e mantê-la em pé ao meu lado. Larguei o capacete de lado e montei na moto, ligando e disparando-a para o morro acima; como diria o plano.
Enquanto subia cada vez mais rápido — temendo um ataque contra mim —, estava inundada por uma trilha sonora de fundo que se resumia a gritos e tiros, o cheiro de sangue começando a reinar pelos ares. A área de entrada era um ataque cruel de soldados contra soldados, e eu podia ver claramente o banho de sangue que era aquilo.
E não era nenhum choque, a surpresa foi um ataque cruel... Sempre é.
Desci no fundo da arena e podia ver alguns dos meus soldados fazendo barreiras de proteção em meio as sombras. Eram os meus escudos, ou pelo menos o muro que me daria tempo para aproximar da base de comando e explodi-la.
Acelerei a moto e somente a deixei quando meus olhos avistaram a parede da escadaria, onde encostei-a e desliguei. Nisso, desci e puxei o fuzil para meus braços, em silêncio.
Em um total silêncio.
Um dos primeiros treinamentos para um soldado, é a capacidade de ocultar sua presença de um local, isso envolve passos, a respiração correta, a camuflagem correta. Victório sempre afirmava algo: O predador sempre vê a presa, mas a presa nunca deverá ver o predador; ou então não faria sentido sua morte.
Pensando nisso que puxei uma boa quantidade de ar e tentei aliviar os pesos de meus passos a cada degrau que subia. Pelo fundo, o sinal do ataque era distante, tanto que não estranhei que nenhum alarme ainda tenha soado. Ajustei a arma em meus braços e apontei-a na porta da central — pronta para atirar em qualquer um —, mas a encontrei vazia.
Apontei e procurei por cada canto, mas nada foi visto. Nem ninguém.
— Celina... — Falei a procura de minha irmã pelo ponto.
Um toc chiado soou no ponto e logo sua voz:
— Sim?
— Estou na Central, mas não tem ninguém.
— Então agiliza, porque pelos cálculos de Grey, não vai demorar nem um minuto a chegada da guerra nessa região.
Joguei o fuzil de volta a minhas costas e fui procurando as pastas de câmeras, tentando ativá-las rapidamente para Celina. Era essa a necessidade central, para que ela consiga se conectar com a central subterrânea mais rápido, depois dessa explodir.
As telas digitais iam se revelando a cada pasta, enquanto Celina respondia "Ok" a cada carregamento com sucesso.
Assim que terminamos, desliguei tudo, me erguendo.
— Exploda e chegue em segundos na área livre. Rafaelle já "limpou" o corredor. Está a poucos passos dos tiroteios te encontrar.
Bufei e escutei o ponto chiar novamente, desconectando a ligação de Celina a mim. Puxei a granada e assim que ia puxar seu "gatilho", um tiro soou raspando minha orelha. Ao mesmo tempo que meu corpo se abaixou em reação, o vidro do comando estilhaçou a minha frente.
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PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIA
RomanceNascida em uma das principais máfias brasileiras, Celeste Brandão luta para fugir do destino que a aguarda. Porém, aos dezesseis anos, a mesma foi a escolhida para ser a aliança que uniria duas maiores máfias americanas, em uma luta de honra e poder...