Uma semana depois da explosão, ou pelo menos, um dia antes disso se concretizar.
Pelo celular, conversava com Ivan, que estava na emergência com alguns soldados brasileiros feridos.
— E? — Pergunto enquanto bebo um pouco de café e olho a cidade pela vidraça de casa.
— Estão se recuperando, mas de informações, a maioria narra uma van que chegou buscando vários soldados da base antes mesmo da explosão. Henrique, um dos mais novos, chegou a declarar que acharam que era você que estava recrutando-os, então ficaram à espera de outra van, mas antes que isso ocorresse, ele viu um movimento e em minutos era a explosão.
Suspiro.
Como já imaginado, a explosão era de fato o plano de Gabriel para recrutar os soldados aliados a ele. Demoramos quatro dias para nos estabilizar e hoje logo cedo a contagem de soldados caíram mais de 45% das contagens feita no último ataque. De mortos, tivemos 2%.
Estávamos abertos, sem muitos soldados para proteção e se tínhamos, ainda estavam no hospital pelos ferimentos graves ou por sequelas que começavam a aparecer. A mansão ainda tinha seus aliados, nenhum soldado dali foi recrutado, o que eu não sabia se deveria agradecer...ou temer.
— Está bem, Ivan. — Digo um pouco exausta. — Assim que tiverem mais notícias, me avisem, irei para a mansão um pouco mais tarde.
— Ainda está passando mal? — Pergunta preocupado.
— Não, já passou. É outra coisa.
— Certo. Até mais.
— Até...
Desliguei a chamada e me virei, vendo Celina trocando mensagens enquanto tomava seu café. Sorrisos liberados pela mesma, me fazia questionar se de fato era quem eu pensava ou era coisa da minha cabeça...
— Posso saber quem arranca esses sorrisos da minha irmã? — Pergunto, me aproximando do sofá em que estava e me sentando.
Celina me olha, e pelo brilho em sua íris escura, eu já não tinha tantas dúvidas.
— Ele disse que provavelmente virá mês que vem. — Diz-me e suspira. — Estava preocupada, sabe... aqui está bem pesado, então não duvido de que lá esteja pior.
Scott, é claro.
— Celina, não é sendo rancorosa, mas vocês dois tem que manter discrição. Assim como a mim e todos na organização, você sabe muito bem que...
A mesma assente desdenhosa. — Que um soldado nunca será permitido a se casar com a filha de um Chefe. Eu sei. — Diz e responde algo da mensagem recebida, então deixa o celular de lado. — Mas ele prometeu que assim que tudo isso se acalmar, a gente vai dar um jeito de ficar juntos. Você sempre desafiou o papai para conseguir seus propósitos, não vai ser eu a temer fazer o mesmo para ficar com o Scott.
Não mentia. Bebi meu café e fitei minha irmã.
— Sabe que se for para sua felicidade, eu vou te apoiar..., mas já adianto que conhecendo papai até pelo seu lado mais cruel... essa briga será feia demais.
Celina sorri. — Ele irá me pedir em casamento, iremos junto desafiar o papai e se ele não aceitar eu fujo.
— Celina. — Digo séria.
— Eu o amo, Céu... Muito. E nunca pensei que diria isso, mas eu tenho absoluta certeza do que sonho em viver com aquele soldado exibido. — Ri e me olha docilmente. — Eu quero lutar por ele, por nós, mesmo que eu tenha que ir contra tudo.
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PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIA
RomanceNascida em uma das principais máfias brasileiras, Celeste Brandão luta para fugir do destino que a aguarda. Porém, aos dezesseis anos, a mesma foi a escolhida para ser a aliança que uniria duas maiores máfias americanas, em uma luta de honra e poder...