Las Vegas. Eu poderia imaginar qualquer outro local em que Kaanadan deveria estar, mas Las Vegas? Esse claramente não estava no catálogo.
Rafaelle analisava a agenda de trabalho que Kaanadan tinha em uma pasta oficial da Salvatore, e o evento marcado para amanhã sugeriu ao soldado que não tinha como Kaanadan ir sem se preparar antes. Não tinha como ele ir sem verificar toda a situação da guerra pela cidade. Claro, Rafaelle rodou bastante possibilidades até enfim ir em busca de uma pasta na empresa, mas como ele mesmo disse: "Quem imaginaria que no meio da guerra, ele fosse ter contato, logo, com a empresa?"
Mandei um carro buscar Celina — que acabara de me avisar por mensagem que já estava em terra norte americana —, e em meio a sua chegada, eu buscava por planos que querendo ou não, me levaria a sair.
O evento que estava marcado na agenda da Salvatore, contava com uma "festa" em um dos cassinos principais de Las Vegas, de um tal de Ryan Sanches. O que tínhamos informações — que claramente puxamos da internet —, era que uma nova colaboração estaria vindo entre ele e outro empresário misterioso, que estaria propondo uma revolução desejada por Sanches. Ou seja, era um grande marco e eles desejavam celebrar com toda a mídia.
Kaanadan entrava no evento como CEO da Salvatore, e por isso presumo que tenha um plano dele envolvido nessa sua aparição.
— E então? — Rafaelle disse, tirando o olhar da tela do PC que tinha em sua mesa e o trazendo até mim.
Estava sentada em um sofá, perto da janela que tinha a vista do jardim. O que eu olhava até um pouco antes de sua voz soar.
— Curioso..., mas não temos outra escolha, então devemos ir até lá. — Afirmo convicta e Rafaelle balança a cabeça de forma afirmativa.
— Ok, mas eu não posso entrar no cassino. — Franzi as sobrancelhas e Rafaelle suspira desdenhoso. — Já trabalhei para Ryan Sanches... eu era um dos seguranças principais dele, no tempo em que ele estava vasculhando demais a nossa organização. Plano de Kaanadan, é claro.
— Certo... — Comentei meio duvidosa, mas não pelo o que me disse em si, mas por um ponto central: um interesse de Sanches na organização a um determinado tempo atrás... Bem, oculto isso da face. — Então o que acha que daria certo?
Rafaelle pensa, olhando o PC e depois coçando a mandíbula recém depilada, que revelava brandamente a grande cicatriz que ali tinha. O mesmo passou a mão pelo ruivo cabelo e então me olhou sério.
— Disse que sua irmã é ótima com tecnologia e sabe montar muitas coisas... — Assinto. — Acha que ela consegue montar literalmente uma van com esses equipamentos?
— Sim, mas está realmente pensando em levar uma van equipada daqui até Las Vegas? Isso seria um gasto terrível de tempo e ainda desnecessário, não acha?
— Precisamos nos comunicar de alguma forma, ou acha mesmo que vou deixar você entrar sozinha naquele cassino? — Balanço a cabeça, tentando entender o problema que isso teria. Rafaelle suspira. — Celeste, sinto te jogar na cara, mas você e problema andam juntinhos. Mesmo sem querer, você sempre arranja confusão.
— Falou o que me conhece. — Reviro os olhos.
— Falou a doida que entrou em um caixote de pesca e se enfiou em um barco para ir parar em uma cidade que nem conhecia.
— Isso não foi um problema! — Retruco.
— Jura? E ficou sabendo que aquele mesmo barco afundou horas depois que te tiramos da caixa e deixamos ele seguir viagem? — Me calei. — Seria um problema.
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PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIA
RomanceNascida em uma das principais máfias brasileiras, Celeste Brandão luta para fugir do destino que a aguarda. Porém, aos dezesseis anos, a mesma foi a escolhida para ser a aliança que uniria duas maiores máfias americanas, em uma luta de honra e poder...