112| O fim é apenas o início de outra história

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       O dia amanhecia levemente enquanto o movimento no hospital era um caos entre feridos, mortos e sobreviventes. A guerra enfim tinha chegado ao fim, tudo acabou e por mais que fosse impossível de acreditar, foi eu a terminar com ela. Em todos telejornais o caos da guerra era explanado, junto com a polícia que investigava tudo e a própria cidade que tentava se reerguer depois de todo o pesadelo da noite passada. O fato é que demoraríamos voltar ao normal, porém agora toda Washington conhece sobre uma máfia local, uma máfia que eles não fazem ideia de quem comanda, mas sabe que anda entre eles.

   Enquanto Kaanadan terminava de levar os últimos pontos pelo corpo, eu descansava em um sofá. Eu estava bem, tive alguns arranhões de leve e os bebês ainda estavam intactos em minha barriga, acho que o único abalo que tenho é o abalo psicológico, já que ainda não acredito que matei Gabriel com minhas próprias mãos... que o vi morrer e além de tudo me tornei a verdadeira culpada por sua morte — como anos atrás eu era acusada injustamente. Suspirei, virando meu rosto e vendo D'Ângelo se retirar do quarto, deixando-me sozinha com Kaanadan.

   Kaanadan se virou para mim e o mesmo me analisava silenciosamente.

   — Como está? — Pergunto, mudando minha posição e sentando no sofá.

   — Bem e você? 

   Balanço minha cabeça positivamente. — Acho que bem também...

   — Vem aqui.

   Me levantei e caminhei até a cama ao qual  ele estava deitado, me sentei ao seu lado e olhei os pontos em seus ombros; ele também terminava de tomava uma bolsa de sangue. Kaanadan estava meio pálido, mas lentamente voltava a sua coloração normal.

   — Deveria descansar... — Comentei, alisando levemente a sua mão. — Luigi está com meu tio, ambos estão resolvendo como podem sobre as pontas soltas e eu creio que é até bom mantê-lo fora de serviço.

   — Não. — Nega de imediato. — Não consigo ficar quieto, sabe disso. — Então olha a bolsa de sangue que já está chegando ao fim. — Daqui a pouco eu irei encontrá-los.

   — Nem a pau. — Rebato séria e ele me olha. — Não, não mesmo. Está todo ferido, Kaan, e não foi algo leve, até poucas horas atrás estava com três balas no corpo.

   — Por causa do seu plano, ou então seria uma bala no corpo. — Diz sério e me fita nos olhos. — Como fez aquilo?

   Engoli em seco. — Aquilo o que?

   Seu olhar se cerra e suspiro.

   — Eu disse a você que eu faria aquilo. — Digo na defensória. — Só não falei como.

   — E acha que ninguém vai questioná-la sobre como o fez? Você não só colocou organizações para desistirem da guerra, como também armou algo para que três pessoas importantíssimas naquela guerra, morressem. — Kaanadan se senta, bufando um pouco pela dor, porém antes que eu chegue a reclamar, o mesmo segura minhas mãos e fixa seus olhos nos meus. — Os Capos, os filhos de Romanov e Chuang, vão querer respostas. De Romanov principalmente, já que você...

    — Eu entendi. — O cortei, lembrando-me da morte de um dos filhos do russo naquela ilha italiana. — Mas não foi eu que os matou, foi Gabriel! Eu só... dei eles de graça.

   — Como?

   Respiro fundo e assinto.

   A verdade é que isso não estava no plano, não até Romanov e Chuang entrarem no escritório do Cassino naquela tarde...

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora