31| Florença

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   Celina não estava errada, a gente realmente iria para Florença, na Itália. Não afirmo que tudo passou e que o clima está perfeito. Na verdade a tarde ficamos responsáveis por arrumar uma pequena mala e só encontrei Kaanadan no fim do dia, quando me esperou já dentro do carro para irmos ao aeroporto. 

   O clima o mesmo: Tenso.

   Saímos no carro e logo atrás, Marga e Silvério também saíram do seu automóvel. Jud e Celina se juntaram e Marga se aproximou de mim, me olhando e já percebendo o caos que está entre eu e Kaanadan. Fato: nunca nos entendemos e sempre um tem que agir por impulso. Dessa vez não oculto o fato de eu ser a errada.

   — Brigaram novamente? — Marga tira os óculos escuros e me olha.

   A fito e permaneço com os meus. — E alguma vez a gente já conseguiu ficar dois dias sem discursão? Não dá.

   Cortamos o assunto e Silvério chamou a ruiva, ambos para adentrarem o avião. Não sei o porque, mas eles também não perecem estar na sua melhor fase. A mesma me olhou e me deu um olhar tenso, logo se retirando. Celina se juntou a mim, animada demais pela viagem.

   — Olha, se sempre for assim... Eu aceito que você fique casada. — Diz e eu a encaro. Sei que brinca, mas no momento não estou muito a fim de ouvir isso. A mais nova percebe e me olha. — Ei, me desculpa.

   — Tudo bem. Mas não posso prometer que poderá sair... Eu e Kaanadan nem estamos trocando palavras, pior ainda pedidos.

   Celina assente compreensiva e toca meu braço. — Tudo bem. Depois, quando você estiver trabalhando em um banco e sendo milionária, a gente vê isso.

   Não contenho um riso, porém logo some quando Kaanadan nos chama e logo entra no avião da frente.

 Suspiramos e seguimos em sua direção.

   Me sento em uma poltrona no fundo, vendo Celina se sentar em um isolado, a uma poltrona a frente do que faz paralela com o meu. A mesma, que por mais que goste de viajar, toma um remédio para não enjoar na viagem e logo se encosta. Paro de olhá-la e fito a janela, vendo os carros que nos trouxeram, saírem.

   Não demora muito para decolarmos, e assim o aeroporto sumir de vista em um troca com as nuvens.

   Tiro meus óculos e os guardo na bolsa. Me encosto e vejo Kaanadan se fixar ao lado de Fiore. Ambos nos bancos da frente das duas fileiras. Nisso, lembro da pergunta de Victório e minha cabeça metralha questões.

   Será que Gabriel esteja ao lado de Fiore? Pior ainda, será que ele forjou a própria morte?

   Suspiro, insatisfeita com as várias perguntas sem respostas.

   — Deseja algo, senhora? — Uma aeromoça se aproxima e saio dos meus pensamentos com sua voz.

   — Não, obrigada. — Dou um leve sorriso e a mesma assente, seguindo para frente.

   Volto a olhar para a janela e fecho meus olhos. Em certo momento, enfim adormeço.


KAANADAN SALVATORE

    — Acho bem difícil essa retomada a aliança. — Fiore diz enquanto pensa. — Olhe bem, o estrago foi grande.

   — Mas precisamos da Cosa Nostra com a gente. Não importa o prejuízo.

   Ele assente.

   A viagem para Itália não é algo impensado. Decidi buscar uma antiga aliança com a maior máfia italiana, algo perdido depois que Silvério sequestrou Margarida no dia do seu casamento com o Capo da casa italiana. Uma praga foi aquele dia. Tudo desmoronou em uma guerra que quase acabou com todos nós. Agora farei o que nunca pensei em fazer: voltar e pedir desculpas por um erro do passado.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora