101| Uma grande responsabilidade

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   Joguei todas as minhas coisas na cama e esperei a terceira chamada soar pelo o celular.

Celeste?

A voz de Rafaelle soou mais surpresa do que o normal. Eu não sabia se Kaanadan estava do seu lado ou não, não conseguia pensar se tinha alguém suspeito próximo de si que fosse nos comprometer. Na verdade, eu só queria acalmar meu desespero, um desespero explicável e que uma hora ou outra, me levaria a loucura se eu ficasse calada.

— Gabriel me colocou como Capo dele. — Falei direto, sem rodeios, sem preparação.

Que?? — Gritou ele, ou seja, provou que nada nos comprometeria.

— Estou desesperada, Rafaelle. Ele mudou totalmente ou então está entrando no nosso jogo. Não sei, não sei o que pensar... — Me joguei na cama e retirei meus saltos. — Ele anunciou hoje no meio de um evento com as grandes famílias tradicional da Sette Chiavi, provavelmente aliados que lógico que enlouqueceram com a notícia. — Bufo. — Eu não posso atacar vocês, mas se eu não atacar... serei mais uma traidora, Rafaelle. Você consegue entender?

Mal conseguia respirar, estava nervosa demais desde quando a notícia foi explanada por Gabriel naquele evento. Sozinha, eu só conseguia enxergar a tragédia que era aceitar esse cargo.

Calma, Celeste. — Rafaelle respira fundo, buscando de alguma forma se acalmar. — Como ele falou isso do nada? Ele nem te questionou antes? Não falou coisas que desse a entender essa decisão? Nada?

— Acha que eu estaria desesperada se ele tivesse me preparado para o baque? — Perguntei séria. — Gabriel somente falou! E eu não posso entrar nessa sem que de fato eu possa agir.

Então você negou?

— Óbvio que não. Eu sorri, agradeci e agi como se fosse uma honra... — Suspiro e passo a mão pelo meu rosto. — Rafaelle me ajuda... como vou ajudar eles e ao mesmo tempo não destruir vocês?

Rafaelle fica em silencio e suspiro.

Consigo me ver mais próximo de um ataque de surtos e seu silêncio só me desespera mais. Tento me acalmar, tento agir como uma pessoa neutra, mas na verdade é que eu nunca esperei entrar na jogada de Gabriel tão rapidamente. Eu deveria estra feliz? Deveria, mas também devo estar desconfiada... muito desconfiada.

Assim que me liberto dos saltos, caminho até o guarda-roupa, escolhendo uma camisola para me trocar. Preciso fazer algo, ou enlouquecerei até que Rafaelle abra a boca para algo.

Vamos fazer assim — sua voz soa do nada —: aja como a Capo que ele quer, planeje seus ataques e tudo mais. Porém, assim que decidir algo com ele, me avisa. Vamos ver o que podemos modificar no já decidido.

— Eu vou morrer... — Digo baixo.

Não, não vai. Coloque isso na sua cabeça: tudo que estamos fazendo agora, é para amanhã essa guerra enfim acabar.

— Sempre positivo? — Desdenho.

Só te motivando a não desistir do que já está no forno...

Suspiro. — Precisamos nos reunir...

Logo, logo... vamos mantendo contato primeiramente. Kaanadan e os aliados já decidiram que sua traição tem a pena de morte. — Arfo e Rafaelle suspira. — Só precisa se manter longe de nós... bem longe.

— Tentarei...

Celeste, não pode desistir, entendeu? — A preocupação em sua voz era clara.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora