KAANADAN SALVATORE
A verdade por trás do encontro de Gabriel e Celeste, foi o ápice do meu controle. Uma hora eu estava no corredor, conferindo que nada houvesse entre pai e filha, no outro momento era eu a estar socando a cara de Santiago contra o piso liso do corredor.
Eu o via com fúria, mesmo com sua face já entrando em um lago de sangue; minhas mãos já tinham vida própria a cada soco em sua bochecha cheia de uma barba avermelhada; meu corpo já criava um peso além para poder prensá-lo no chão; o fato de que ELE poderia ser a causa para que eu perdesse Celeste, fez com que toda minha força multiplicasse... por milhões.
Suas mãos, que lutavam para chegar em meu pescoço, logo foram enfraquecendo, seus olhos assustados foram clareando, e enfim um grito inundou minha cabeça.
— Kaanadan! Pare!
Celeste...
Me virei para vê-la, notando que suas mãos estão agarrando minha camisa já manchada de respingos de sangue. Fora de transe, olhei direto para seus olhos; Celeste não tinha um olhar apavorado, mas preocupado, tenso assim como sua respiração que fazia seu peitoral subir e descer rapidamente.
— Kaanadan... pelo amor de Deus, estamos em um lugar público! Largue ele!
A mesma puxou minha blusa e me voltei para Santiago, que respirava com dificuldade.
— Olha para mim. — Ordenei ao mesmo. Santiago olhava para o lado, tentando respirar. — Olhe para mim! — Grunhi, encontrando seus olhos finalmente. — Irá dizer que caiu. Você é um velho, essas coisas acontecem... Bateu na pia e ficou com a cara acabada. E antes que dê uma resposta que me me faça trincar sua cara, eu já aviso que isso não é uma alternativa; é o que irá dizer.
O mesmo me olhou de forma que não conseguia deduzir. Decidi me levantar.
— Louco! — Celeste grunhiu, olhando minha blusa. — Vá se lavar, a essa hora já estão chamando os seguranças.
— Seu pai merecia. — Seus olhos me encontraram, depois se voltaram para seu pai.
— Ele também precisa se lavar.
O fitei e Santiago nos olhou.
— O que irá dizer, Celeste? — Borbulhou contra o sangue da boca.
Celeste o fitou seriamente. — Que já o encontrei assim... acabado.
A vi afastar e ir até o pai, o ajudando a levantar. Enfim segui para o banheiro.
Em frente ao espelho, vi que o respingos de sangue já estava destacado em minha blusa, então lavei minhas mãos e no instante que Celeste apareceu, ajudando Santiago a caminhar em direção a pia, o segurei por ela.
— O que está fazendo? — Celeste pergunta confusa.
— Minha blusa vai dar na cara, preciso de uma desculpa. — Fito Santiago. — Você entende, não é?
— Vá se foder. — Responde.
— Qual é a sensação? Você já está bem fodido em minhas mãos. — Retruco e o mesmo bufa.
O viro na pia e Santiago liga a torneira, começando a lavar o rosto.
Quase como de imediato, o banheiro começa a ter presenças de seguranças e um baixo homem que deduzo ser gerente; Gina e toda a família aparecem junto. Todos os Savoia alternam os olhares em mim e Celeste, que muda a expressão rapidamente, pondo uma alta preocupação. Então disse algo em português, o que logo fez os seguranças tirarem as mãos das armas presas em seu quadril e seguir até Santiago.
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PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIA
RomanceNascida em uma das principais máfias brasileiras, Celeste Brandão luta para fugir do destino que a aguarda. Porém, aos dezesseis anos, a mesma foi a escolhida para ser a aliança que uniria duas maiores máfias americanas, em uma luta de honra e poder...