25| Um jogo nosso

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   Os olhos de Kaanadan me olhavam além do que era possível. Meu pobre coração teria um infarto rapidamente se continuasse assim. Seu olhos azuis e sérios era o símbolo de um predador, enquanto eu tinha minha respiração pesada, e uma posição idêntica a uma presa.

   Respirei fundo e desviei do seu corpo, me afastando do mesmo. Segui até a mesa de sinuca e passei a mão em meu cabelo, criando forças para voltar a olhar Kaanadan.

   — Olha, eu só quis descontar o que você fez comigo. — Tento explicar. — Não vai acontecer nada e seja lá o que planejou, acho melhor desistir.

   — Desistir?

   — Exato.

   O mesmo me olha e eu retribuo o olhar. Deus, que olhar...

   Olho para outro canto e Kaanadan se aproxima, volto olhá-lo para repreendê-lo, mas ele me puxa de uma forma que meu corpo entra em pane, e então não hesita em me beijar de sua forma voraz e intensa. Me forço a negar a aceitar. A não ceder. A não corresponder. Mas então ele adentra os dedos em meu cabelo e aprofunda o beijo, fazendo meu corpo me trair.

   Correspondo sem muito esforço após segurar sua nuca.

   O beijo parece algo de outro universo, delicioso demais para que eu me deixe negar. Seus lábios são macios, mas sua intensidade é brutal e firme. Kaanadan sabe o que faz e deixa isso bem visível quando me toma nos braços e me junta mais em seu tronco. O mesmo separa nossos lábios e eu o encaro um pouco perplexa.

   Um olhar vitorioso surge em seu rosto e eu bufo frustrada. Não quero dar-lhe mais uma vitória, não quando eu detesto esse ar nele.

   Me viro para a mesa de sinuca e o ignoro. Porém Kaanadan ainda permanece ali, atrás de mim, e não tem outra ação a não ser deslizar as mãos pela minha cintura.

   — Kaanadan...

   — Vai negar que sentiu algo? — O mesmo aproxima do meu ouvido. — Vai dizer que não queria isso?

    Sinto uma aflição. Mas não me dou por vencida. — Exatamente, não senti nada.

   — Não foi o que disse de manhã...

    Engulo em seco atrás de uma resposta. — Mas já passou, até porque você saiu e não vou cair novamente em seu jogo.

   Suas mãos deslizaram por meu quadril e eu me segurei na mesa. Detesto me sentir elétrica quando suas mãos passam por mim. Detesto mais ainda, saber que isso o alegra, e eu quase posso senti-lo sorrir. Kaanadan aproxima do meu ombro e o beija. Me arrepio, nervosa comigo mesma.

   — Tem certeza? Acho que seu corpo diz o contrário. — Provoca-me, aproximando o rosto mais do meu, enquanto suas mãos alternam em me acariciar levemente e me apertar com firmeza. Algo que meu corpo reage facilmente.

   — Tenho certeza... — Minha voz não soa tão firme quanto eu desejava.

   Kaanadan desliza o nariz por trás da minha orelha e fecho meus olhos, com uma sensação de choque por minha pele. Aperto mais a mesa e me pergunto o porque de eu não ter saído ainda.

   Porque você também quer, sua boba. Assim como queria essa manhã. Minha mente praticamente grita em resposta. Até ela está contra mim? Está.

   Inspiro e Kaanadan mordisca minha orelha, apertando no mesmo momento, suas fortes mãos em meu quadril.

   — Já disse uma vez que seu medo é seu pior inimigo. Não consegue agir quando não sabe o que fazer, mas sabe agir quando está nervosa e seu medo some.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora