32| Um único acordo; Mas não válido.

5.6K 400 62
                                    


KAANADAN SALVATORE


   Entro ao lado dos cinco. A mansão Cavallaro nos recebe como se já soubesse de nossa chegada. Sou permitido sozinho a seguir pelo corredor que entra para um espaço subterrâneo, e assim que entro, encontro Ignácio falando tranquilamente com Judith.

   Juro que um peso saiu dos meus ombros, mas é impossível acreditar no que vejo. Eu esperava tudo, até mesmo vê-la amarrada e em prantos, mas em vez disso, a vejo rindo de algo que o  mais velho disse a mesma.

   Ignácio se vira para mim em sua cadeira e sorri. 

   — Quanto tempo, Cavaleiro da Morte. Não sabia que minha falta seria tão grande. — Odeio seu tom irônico.

   Judith me olha assustada e eu bufo incrédulo. 

   Deveria lembrar-me que Ignácio não é um típico mafioso 100% cruel e assustador. É apenas um imbecil vestido de preto e com poder nas mãos...

   Encaro a jovem ruiva da forma mais nervosa possível. — Judith, suba e vá até Mário. Agora.

   A mesma se encolhe e desce da mesa onde estava sentada, seguindo em direção a saída. Ignácio ri, me olhando com diversão.

   — Antes de ser inimigo  da família, eu era o cunhado preferido da Jud. — Diz e se levanta. Pega um pouco de whisky e prepara dois copos. — Como foi a reação da Marga? Aposto que quase perdeu o útero.

   O mesmo trás seus escuros olhos em minha direção e caminha até mim, me entregando um dos copos. Nego, mas ele põe em minha mão mesmo assim.

   — O que quis com isso? — Pergunto. — Nos provocar medo?

   Ignácio me olha ironicamente. — Medo? Claro que não... Quero mesmo é acabar com a paz daquela ruiva maldita que se casou com seu primo. Margarida era minha noiva. Quero deixar um recado.

   — Usando Judith?

   — Usando a minha futura noiva.

   Paro e o encaro por um tempo. Ignácio não podia estar falando sério. E como se ouvisse meu pensamento, seu olhar frio veio em minha direção ao mesmo momento que deu um gole único para acabar com sua bebida, e assim que termina, diz:

   — Essa é a última e única condição, se quiser uma nova aliança, Kaanadan. Me dará a mão de Judith Gonzáles. — Sorri e pega meu copo e vira de uma vez. — E então?

                                                                                 ***

   — Faz isso e eu não respondo por mim! — Margarida grita ao entrar em meu escritório, batendo a porta em seguida como um furacão.

   Silvério a segura pela cintura e vejo Judith tensa em um dos sofás no canto da sala. Encaro a mesma e logo Silvério, que bufa e firma a esposa no chão, murmurando um "Calma".

   — Kaanadan... — Marga me olha e vejo sua clara aflição.

   — Primeiro: Deveria ensinar a sua irmã que aquele imbecil não é mais alguém da família. — Marga me olha confusa. — Pergunte a ela. Pergunte como ela foi parar na mansão do seu ex-noivo. — A mesma encarou sério a irmã. Judith se encolheu e eu bufei. — Enfim, depois vocês resolvem isso.

  Olho Silvério depois de Marga se acalmar e peço que ambos sentem nas poltronas a frente da minha mesa.

   Quando meu primo a sequestrou do casamento, tudo estava perdido. A única solução óbvia para que esse novo casamento acontecesse seguro de um novo ataque, era passando Marga e com ela, a irmã, Judith, para minha organização. Foi logo após o casamento com Silvério, e meses depois ambas eram mais uma responsabilidade de Washington.  Guerras, problemas, encerramento de uma aliança de décadas, tudo para que no fim, meus problemas acabassem... Algo que claro, não aconteceu.

PELA HONRA E PODER #LIVRO 1| TRILOGIA SAVOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora