CAPÍTULO 1- a chegada dos 35 anos.

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          "Existe um pássaro que acha que morre sempre que o sol se põe. De manhã, ao acordar, ele fica chocado de ainda estar vivo, então, canta uma linda canção. Eu canto toda manhã desde que te conheci.""""
Inquietos.

                  ISABELI SOARES

Uma noite fria de inverno,  o que era um pouco atípico, se tratando do Rio de Janeiro.

Estava sendo comemorado, o aniversário do filho mais velho, do Senhor rezende.

Bruno, atingiu a marca dos 35 anos, com grandes conquistas, que deixavam seu pai orgulhoso.

Não só seu aniversário era comemorado, como a aproximação das olimpíadas de tokyo, que seria no próximo mês. Junto dos seus amigos mais próximos,  como a diretoria, Lucarelli, lucão e Douglas....

Bruno estava eufórico, pois acreditava no ouro, pra sua seleção!

Sozinha na cozinha da residência, ouvia as risadas ao longe, e a música um pouco alta, como de costume, quando eles se juntavam.

Guardava algumas louças de porcelanas, que era estimada pela família rezende, segundo seu Bernardo,  era de sua bisavô...

- não aguento mais essas músicas.
Vitória falou, adentrando a cozinha.

Sorri, por conta da sua cara amarrada.

- pensei que gostava.
Falei, fechando o armário.

- eu gosto Isa, mas, só dá isso. Queria ouvir um pop, ou qualquer outra coisa.
A caçula bufou.

- ai está você,  vão cantar os parabéns pro Bruno.
Julia falou.

- afinalmente,  o bolo! Única coisa boa disso tudo.
Vitória falou, fazendo eu e a ruiva gargalhar.

- você não vem Isa?
Julia perguntou.

- é só família Ju!
Respondi.

- mas, você é da família.  Tem que parar de achar, que é só uma simples funcionária.  Se não vou dar na sua cara!
Ruiva falou, e Vitória assentiu

- prometo, lhe trazer docinhos.
Vitória falou, saindo acompanhada da sua irmã.

Me aproximei da porta, que separava cozinha do corredor principal,  e passei por ela, me aproximando mais dos gritos.

Parei no meio do corredor,  ouvindo todos cantarem parabéns pra ele.

E comecei a lembrar dos meus pais, que foram funcionários também, do Senhor Bernardo.

Meu pai, era o motorista particular dele, e o homem de confiança. Minha mãe, era governanta, cuidava com tanto amor e carinho de todos.

Infelizmente ,minha mãe veio a falecer , em um trágico acidente,  onde meu pai estava dirigindo o carro.

Já meu pai, por conta desse acidente, ele não morreu, mas acabou ficando vegetativo, hoje em dia ele está internado em uma casa de repouso.

Antes disso tudo, eu apenas tinha começado a minha faculdade de nutrição, estudava e ajudava em casa.

Mas, depois do ocorrido,  tive que começar a trabalhar,  por conta das dívidas que foram acumuladas...

Senhor Bernardo, me ofereceu esse emprego em sua casa, como forma de me ajudar,  a reerguer minha vida, e manter meu pai nessa casa de repouso.

Eu me encontrava no auge, dos meus 20 anos, quando tudo isso aconteceu, e acabou mudando minha vida,drasticamente.

Desde daquele dia, não tive tempo pra chorar ou me lamentar, pois tenho um pai que depende e precisa de mim.

Inquietos!- Bruno Rezende! Onde histórias criam vida. Descubra agora