a garota de cabelos azuis

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Sinopse:( você acaba conhecendo uma garota excêntrica de cabelos azuis, que se encontra na mesma situação que você)

[pitica não é famosa]

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Entrei em casa vendo meu pai sentando na frente da tv.

–Chegou, vai fazer o jantar..eu tô morrendo de fome –ele disse ríspido.

Meu pai era o típico homem machista, homofóbico e folgado. Ele não fazia nada em casa, desde que a mamãe morreu é eu por eu nessa casa, ele apenas montou nas minhas costas.

Fui direto para a cozinha tirando colocando no prato a comida que eu sempre deixo pronta na noite anterior, tinha que ser rápida para não perder o horário, trabalho em um bar aqui perto, meu pai trabalha, mas só meio período, o que gera pouco dinheiro, ele acha que eu vou para a igreja ajudar o pastor, mas trabalho para conseguir ao menos comprar os livros da escola.

Fiz um prato rápido e coloquei na mesa, ele rapidamente se sentou na mesa e eu peguei minhas coisas.

–Tenho que ir agora pai.

–Manda um abraço para o pastor Will –ele falou com a boca cheia.

...

Sentia meu corpo dar solanvancos para a frente e o gemido do homem atrás de mim, a voz grossa não me poupava de palavrões e xingamentos que muito pouco eu ouvia com clareza. Eu não estava sentindo prazer algum, na verdade não sentia nada, estava completamente drogada, chapada, mal sentia meu coração batendo ou meus gemidos de dor, sentia nojo de estar me sucumbindo a estar de quatro para um idiota que falou sete palavras bonitas no meu ouvido, não me culpa, culpe a droga.

Sentia um gosto amargo na minha boca, mas a sensação era boa. Eu não sabia direito qual o nome, só sabia que era um alucinógeno sintético que deixava nossa pele arrepiada e fazia sua boca salivar.

Fechei meus olhos deixando as lágrimas caírem e aquela maldita sensação de falta de ar, como se meu pulmão estivesse do tamanho de um botão, consegui ver meu reflexão no espelho, meu corpo se encontrava de quatro, meus peitos balançavam pra frente e pra trás, com outro corpo suado atrás de mim, se aproveitando da minha fragilidade no momento.

Tudo foi ficando preto e aos poucos o homem saiu de trás de mim quando começou a ouvir meus gritos de dor e desespero, eu não sabia muito bem o por que estava gritando, só queria gritar minhas mãos pareciam estar o triplo do tamanho e aquela agonia de querer correr por um campo ou nadar pelada, mesmo que meus pulmões estivessem me torturando.

Cada vez que eu ouvia minha própria respiração era como se fosse um ruído no meu ouvido, vi vultos de alguém entrando no quarto e eu caí na cama buscando o oxigênio que me faltava, algo azul passava na minha frente, e estava na minha frente movendo suas mãos como se quisesse me levar para dançar, acabei rindo e sentindo aquela coisa ou aquela pessoa me levar para dançar.

...

Acordei com minha cabeça martelando, minha boca seca, meu corpo dolorido. Tudo estava cheirando diferente.

Vi uma mulher de cabelos azuis sentada na mesinha mexendo em seu celular.

–Onde é que eu tô? –fiz ecoar minha voz dentro do pequeno quarto.

–Na casa da Jake –falou com tom tedioso.

–Quem é você?

–Uma amiga da Jake, tô ficando aqui por enquanto –ela me olhou finalmente, seus olhos azuis carregavam bolsas e olheiras gigantes –Billie!

IMAGINES // Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora