Meu céu estrelado 4

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Sinopse (continuação do anterior)

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-Billie sou eu, S/n, você não lembra?

-Desculpa, eu não sei quem você é. Cadê minha mãe? -ela perguntou assustada -Cade minha família? Onde que eu tô?

-O que tá acontecendo aqui? -Maggie entrou assustada no quarto e logo correu até Billie para abraça-la.

-Mãe, o que aconteceu?

-Você sofreu um acidente minha filha -Maggie segurava forte as mãos da mais nova.

-Quem é essa mulher mãe?

-Você não se lembra dela?

Billie negou olhando para Maggie ainda assustada, tais palavras atravessavam meu peito como uma navalha afiada e fina que ia cortando as ligações e terminações nervosas que me mantinham viva.

-Cadê o papai mãe?

-Ele tá lá fora -Maggie me olhou com os olhos cheios de lágrimas enquanto tentava lidar direito com a situação e manter a calma -Pode chamar ele pra mim querida?

-Claro -eu já tinha forças pra esconder o quão magoada eu estava, não era culpa dela, eu sei, e muito culpa de qualquer um que estivesse ali a não ser eu mesmo, em tese eu poderia ter evitado isso,mas eu só fui embora.

Patrick entendeu que algo bom não estava acontecendo e veio até mim estendendo seus braços tão amigável me envolvendo num abraço acolhedor.

-Está tudo bem querida?

-Billie não se lembra de mim.

Ele apenas continuou me abraçando e deixando que eu chorasse.

Billie não se lembra de mim.

Ela não se lembra de nós.

Um nós que nunca esteve tão distante, num estante éramos apenas dois pedaços de um lugar muito machucado, e agora somos estranhas, estranhas tão estranhas que machuca.

Mesmo eu não podendo prever o futuro e não sabendo quantos dias ou quantas horas faltam para que o mundo se acabe, eu poderia simplesmente ter ficado, poderia ter ficado por ela, assim como ela me pediu.

...

Já se passavam das três da manhã, e o corredor do hospital continuava movimento em um vai e vem de médicos e enfermeiras lutando para salvar a vida de pessoas.

Maggie dormia no banco ao meu lado, enquanto Patrick tinha ido ao aeroporto buscar Finneas que depois que soube do acidente pegou o primeiro vôo de Madri pra cá, Billie também dormia, e pelo vidro opaco eu via sua silhueta deitada naquela maca ainda sendo monitorada por vários aparelhos.

Tomando coragem eu me levantei e caminhei calmante até o quarto da menina, que tinha cheiro de álcool etílico e observei enquanto o bipe da máquina enchia o quarto e fazia o silêncio parecer a melhor opção agora, Billie estava tranquila, sua pele machucada, suas mãos enfaixadas.

O roxo nunca foi tão bonito na pele dela. Billie sempre me dizia que achava lindo quando o sangue de um simples corte do dedo indicador escorria e manchava sua pele exageradamente branca fazendo um desenho majestoso, ela dizia também que vez ou outra quando se batia pelos móveis da casa e a marca arroxeada do hematoma aparecia em sua pele formando uma marca que ficaria por dias, e sentia doer toda vez que apertava o local não era uma sensação ruim, era bom, como um dor boa, uma dor que ao invés de machucar a deixava feliz.

IMAGINES // Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora