Caixão fechado!

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–Oi, Agatha –falei assim que avistei a mais nova se aproximando de mim.

–Oi, viu a Ray? Não encontro ela em lugar nenhum.

–Não –menti –Eu não a vi.

Seus olhos eram tão meigos, sua pele tão branca, seus cabelos eram tão bonitos e cobriam de forma majestosa o colo exposto dela pela regata.

Ela era linda e eu morria de inveja.

Apertei minha mochila no colo imaginado os mais diversos cenários possíveis para descobrirem o que tem dentro da minha bolsa.

–Você quer entrar? Pra esperar ela? –perguntei.

–Sim pode ser– ela me seguiu até o interior da  casa.

Eu, Agatha e Ray iríamos fazer uma trilha e marcamos de nos encontrar na cabana da tia da Ray, que ficava um pouco longe da trilha, eu e Ray chegamos primeiro, mas ela foi atrás de conseguir uma barraca para a Agatha dormir, já que as duas são inseparáveis agora.

Isso não é nem um pouco justo, ela é minha, só minha.

Ray nunca faria isso por mim, mas tem alguma coisa nela que sempre tira a atenção dela de mim para a Agatha perfeitinha. Eu a odeio tanto que seria capaz de enfiar uma bala na cabeça dela agora.

–Meu Deus S/n o que você tá fazendo?

Voltei para a realidade e encarei a pistola a minha frente apontada para Agatha.

–Por favor, se acalma..

–Por que tirou ela de mim? Você é má pra ela.

–Pra quem? Pra Ray? –ela parecia confusa, mas não existe nada de confuso aqui, ela me arrancou a única coisa boa que eu tinha nesse mundo.

–Você arrancou ela de mim, você tinha tudo que eu queria ter, voce tinha a atenção dela, o carinho dela, os beijos dela e sabe o que vocês fez? –gesticulei apontando a arma para ela novamente –Você pisou nos sentimentos dela, você magoou ela, fez ela chorar, e eu nunca vou te perdoar por isso.

–Por favor,me desculpa..

–Não, não tem mais como te desculpar –deixei escorreu a lágrima presa nos meus olhos –A minha Ray já sofreu demais.

Apertei o gatilho sentindo toda a adrenalina do meu corpo parar o meu cérebro e me impedir de racionar e o solanvando da arma, não demorou muito para que a mais nova estivesse no chão deitada sobre uma poça de sangue vermelho, escuro, espesso. Seu cabelo não era mais tão bonito assim, sua pele não era mais tão bonita assim.

Me ajoelhei junto ao seu corpo sem vida, seus olhos ainda abertos encarando um pontos qualquer.

–Você teve o que mereceu Agatha, você arrancou o que eu mais amava de mim, você não teve pena de brincar e de machucar o que eu mais amava nesse mundo.

Limpei minhas digitais na arma deixando ela sobre a mesa de madeira, caminhei até o banheiro e com toda a força que eu tinha no meu corpo eu golpeei minha cabeça na pia de porcelana do banheiro, o sangue não demorou pra escorrer. Eu era boa em fingir hematomas, peguei distância e bati meus ombro contra o batente da porta sentindo a dor insuportável se alastrar pelo meu corpo. E assim eu me enchi de hematomas, um pior que o outro.

Acendi o esqueiro na cortina bordada que fazia parte da decoração rústica da sala, o fogo logo se alastrou e tomou conta de toda a sala de estar, logo depois a cozinha e quando eu estava do lado de fora, mancando com o sangue escorrendo por minha camiseta branca eu vi que o fogo comeu a casa aos pouquinhos e não restava mais nada a não ser uma enorme chama que queimava e consumia cada vez mais a casa pequena.

IMAGINES // Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora