38° capitulo (bônus)

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(Pode conter gatilho)

CLLARA

Me olho no espelho mais uma vez, coloco meus óculos e me afasto vendo todo meu corpo. Eu queria ser mais forte. Mas sou muita fraquinha, não por falta de comer, também por isso, mas sou pequena demais.

Nem sei como explicar minha história, ela é melancólica.

Cresci numa família muito religiosa e amo ser cristã, amo jesus, mas depois de tudo que passou e depois de tudo que eu vi, passei a ver com outros olhos.

Meus pais eram donos de uma fazendo-a no interior do país e nós não crescemos com muitos luxos, mesmo tendo uma fazenda e tudo mais, não produzia tanto. Mas nunca passamos fome.

Eu ia a igreja quatro vezes na semana, aos cultos, cantava no coral, eu era a filha que todos queriam. Só que um dia eu vi minha mãe beijando o pastor da igreja, não contei nada, pós era pequena e tinha muito medo. Ninguém acreditaria em mim. Bom acabei deixando de lado isso, mas nunca mais olhei pra minha mãe, e pro pastor da mesma forma, eles não eram de Deus, estavam longe de ser e eu ainda era obrigada a ouvir ele pregando sobre fidelidade nos cultos.

Sempre fui muito inteligente e me formei aos vinte anos, em administração de empresas, mas nunca exerci a função. Meus pais não me deixavam ir pra outro estado e as contas lá de casa ficavam cada dia pior.

Encosto eu me casei!

Sim!

Meu pai me apareceu com um homem, ele era muito bonito, parecia ser gentil, eu gostava daquele homem que eu conheci. No início era bom, a gente só namorava em casa, quatro meses depois ele me pediu em casamento e nos casamos dois meses depois do noivado. Meu marido era de boa família e ajudou meu pai a construir um bom negócio. Eu e ele nos mudamos do interior pra cidade grande.

Então comecei a ver todas as dores. Ali eu percebi que havia cometido o maior dos erros.

Na nossa lua de mel, ele foi gentil comigo, parecia um verdadeiro sonho, era carinhoso, mas quando não mudamos pra cidade. O Dário não me permitia sair, nem nada disse. Eu ficava todo santo dia em casa, apenas cuidando nas funções de casa, mas eu achei que era normal, foi ensinada a fazer exatamente isso.

Um dia eu fiz uma sopa pois estava frio, quando meu marido chegou eu já o esperava, coloquei a sopa no prato dele e esperei ele dar a primeira colherada. Naquele dia eu quebrei um braço pela sopa está quente demais. Um mês depois quebrei uma perna por não está disposta pra ele. As agressões passaram a ser em um curto período de tempo entre uma e outra. Quando eu vi já estava me sentindo o pior dos lixos, com o tanta do coisa que eu ouvia. Que era uma vadia, uma puta preguiçosa, não prestava pra nada. Eu acreditei nisso.

Meu marido e cinco anos mais velho que eu. Eu do lado dele sou um palitinho. Não tenho nem chances . Por algum motivo o dinheiro da família dele acabou e meu pai falou, não falo com eles. Minha mãe deve continuar o traindo com o pastor da igreja. O Dário trabalha aqui em casa na garagem e quando a situação apertou ele me permitiu trabalhar. Mas ele fica na minha cola o dia todo, não ouso tentar contar a alguém o que passo na mão dele, ele é capaz de matar alguém. Tenho medo de envolver outras pessoas na minha vida miserável, ele tem aceso ao meu celular. Não posso ligar, quando saiu do serviço as sete, as oito o jantar dele tem que estar pronto e nunca quente demais. Eu apenas aceito isso. Tenho muito medo de envolver outras pessoas.

Mas eu não aguento mais, eu sinto que a qualquer momento ele vai enfiar uma data no meu peito ou me bater até a morte. Eu só...só espero por esse dia.

Saiu do banheiro e volto pra minha mesa. Hoje tivemos um grande problema aqui e tenho muito a fazer.

Me sinto bem aqui, sei que ninguém vai me violar aqui, me xingar o nada disso. Me passa segurança.

LUCAS E TIANA- Série Filhos Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora