Capítulo 27

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ARTHUR PICOLI

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ARTHUR PICOLI

— Policia Militar do Rio de Janeiro, com quem eu falo? — Eu sabia que tinha alguma coisa errada acontecendo. Eu sabia. Me sentei no sofá quase que automaticamente, dizendo meu nome para a outra pessoa do lado da linha. Nessa hora eu já sentia que estava fora de mim, minhas pernas já tremiam sem parar — O que o senhor é da Carla Diaz? Encontramos seu número nos contatos de emergência.

— Eu sou a-amigo dela. Pode me dizer o que está acontecendo? — Questionei me preparando para o pior, sacudindo as pernas sem parar. Eu não devia ter deixado ela sozinha, não devia.

— Ela sofreu uma tentativa de sequestro por parte do ex marido. Não precisa ficar nervoso, apesar de bastante abalada,  está bem agora. O senhor pode comparecer aqui no 16º DP, na Praça Desembargador Araújo Jorge?  — "Como assim, tentativa de sequestro?" Pensei, querendo chegar lá o mais rápido possível.  

— Estou indo agora mesmo — Avisei me levantando ainda meio tonto. Dei um grito para minha irmã tomar conta da minha filha, enquanto pedia um uber pelo aplicativo, afinal de contas chamar alguém levaria muito tempo. 

Como era estranho não estar no controle da direção, a vontade que eu tinha estando no banco do passageiro, na parte de trás, era de ir até ele e apertar o pé dele, naquele acelerador. Entendo que o pobre coitado não tinha culpa da minha presa, mas precisava ser tão lento?

[...]

Ao todo, levaram-se quinze minutos para que eu estivesse na delegacia. O lugar parecia ter sido tomado pela impressa e por curiosos. Pelo que eu entendi, uma grande quantidade de pessoas acabaram presenciado o ocorrido. 

Assim que me identifiquei na recepção, fui logo encaminhado para uma sala, onde pediram minha identificação para confirmação e liberação do meu carro que tinha sido levado para o pátio. Depois me encaminharam para uma sala vazia, pendido que eu a aguardasse enquanto finalizam os depoimentos. Milhares de perguntas se formavam na minha cabeça. Prenderam ele? Como foi que aconteceu? Será que ela está bem mesmo, ou só falaram aquilo para me acalmar? Não, eles não fariam isso com uma pessoa. Foi nesse momento em que reparei na quantidade de ligações e mensagens perdidas nos últimos minutos. 

Pela quantidade de ligações do Fabricio, conclui que a noticia do ocorrido já tinha se espalhado. Carla Diaz, não era qualquer pessoa, a menina tinha crescido em meio a grande mídia, e todos iriam querer saber o que estava acontecendo. A grande questão agora era tentar entender até onde as pessoas sabiam.

Resolvi ligar para nossa assessoria para que pudessem soltar uma nota de que ela estava bem, que em breve ela se pronunciaria. Obviamente não é o que ela estava planejando fazer, mas agora era tarde de mais para manter a vida pessoal dela totalmente longe dos holofotes. Fabricio concordou com o que deveria ser feito.

Com uma voz fria e tranquila, um senhor de meia idade, devidamente trajado pela sua farda, me chamou para que eu entrasse na sala " — Como uma pessoa pode ficar tão tranquila com esse tipo de situação? Provavelmente já deve estar acostumado " — Pensei ao caminhar até a porta.

O Amor Não Tem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora