Capítulo 49

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ARTHUR PICOLI

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ARTHUR PICOLI

Eu me sentia na completa escuridão, sem poder movimentar nenhum músculo do meu corpo. Não sentia dores. Tentava abrir os olhos e não conseguia, tentava escutar algo e era como se tudo estivesse no mudo. Pelo menos até aquele momento. 

Eu estava vivo? 

E a Catarina;

A Carla;

A Daniele.

O desespero tomou conta de mim. 

Será que elas estão bem? 

E, nesse instante, ouvi vozes ao longe. Não, não se encontravam tão longe. Estão perto, pareciam estar do meu lado. Procuro prestar atenção e aos poucos consigo entender tudo nitidamente.

— Nenhum sinal, Doutora? — Disse uma voz masculina.

— Já são quase três meses e nada. Uma pena. 

"— Como assim, nada? Eu estou aqui, vocês não estão vendo?" — Tentei alertá-los

Sinto alguém abrir as pálpebras dos meus olhos e uma luz fortíssima me faz sentir ardência, e por alguns segundos vejo o rosto da médica, meio distorcido, quando ela afasta a lanterna.

— Doutora... Nesses casos, o paciente não sente, não vê e nem ouve? — Questiona a segunda voz.

— Há controvérsias a esse respeito. Estudos e pesquisas afirmam que muitos pacientes já reagiram a sons. Eu, particularmente, acredito que seja possível.

 "— Eu estou ouvindo, eu consegui te ver" — Tentei gritar, mas não surtiu efeito algum. 

[...]

Por algum motivo eu não conseguia ter noção do tempo que se passava, mas pelo menos agora uma grande calmaria tomou conta do ambiente.

Tive sonhos bons, em um deles vejo minha avó passeando por lindo jardim de flores coloridas, com um belo vestido azul. Ela estava em paz, parecia tranquila, minuto ou outro, olhava na minha direção dando um sorriso doce, até sumir por completo em meio a plantação de girassois. No outro, vejo um menininho de cabelos loiros andando na encosta do rio, o lugar parecia ser em Conduru, mas eu não sabia ao certo onde estávamos, porque ele fazia muitas curvas, continuei o seguindo por cerca de uns dez minutos, e for fim viramos à esquerda.

— Papai — Diz o garotinho — Anda logo, a mamãe está nós esperando do outro lado.

O garotinho transmitia uma paz, uma luz, que só de estar perto me fazia querer sorrir. 

O Amor Não Tem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora