Capítulo 46

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CARLA DIAZ

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CARLA DIAZ

Enquanto seguia até a casa da Pocah para buscar minha pequena, percebi que mesmo por pouquíssimo tempo, o quanto mexia comigo estar longe da Catarina. 

Nesse momento também percebi o quanto eu amava aquela garotinha de cabelos cacheados com todas as minhas forças, que tínhamos uma ligação que nunca tinha experimentado com nenhuma outra pessoa.

É um saudade que doí, um medo de perder, uma preocupação sem limite. 

Por eu já ter avisado que estava chegando, minha amiga já me aguardava próxima a porta de madeira.

— Amiga, não surta... — Ela foi avisando — É tinta spray e sai com água — Ela levantou as sobrancelhas preocupada, aguardando minha reação.

— Ma-mãe — Gritou a pequena correndo na minha direção — Meu bebelo está laranja igual ao da Merida no filme Valente  — Falou imitando uma fechada com um dos joelhos apoiados no chão — Imediatamente meus olhos se encheram d'agua pelo turbilhão de sentimentos que me invadiu.

— Como eu senti a sua falta, meu amor. — Aproveitei para abraçá-la com toda força possível, a girando no alto, aproveitando para sentir seu cheirinho — Seu cabelo ficou lindo, sua madrinha arrasou — disse colocando-a no chão e ajoelhando-me na altura dela.

— Eu também senti sua falta — Respondeu me abraçando de volta — Olha, a Dinda pintou minha unha  — Falou ao se soltar me mostrando as unhas, cada uma de uma cor — Ela ia pintar as da Toya também, mas ela dormiu.

— Que linda, vocês arrasaram.  Agora vai buscar suas coisas que já está tarde e temos que ir para casa. — Dei um beijo na bochecha antes de vê-la de sair correndo.  

— Amiga, como você conseguiu ficar três meses longe da Vitória? — Indaguei a olhando nos olhos.

Ela deu um suspiro longo antes de me responder.

— A certeza que ela estava com minha família em segurança. Que eu estava longe para garantir um futuro melhor para ela — Seus olhos nadaram em lágrimas —  Sempre, um dia após o outro. Agora você sabe como é, e como era difícil na prova do anjo, sempre tirar aquela maldita bolinha branca e nunca participar das provas para pelo menos ver um vidiozinho da minha filha.

— Eu te admiro cada dia mais, sabia? — Falei dando-lhe um abraço apertado.

— Te digo o mesmo, coalhinha — Disse apertando ainda mais mais.

[...]

— Filha — Chamo esperando ela aparecer.

— Sim, senhora — Diz ela com uma pelúcia de foquetinho nas mãos.

—  Onde você arrumou isso? — Questionei confusa.

— Era do papai, ele me deu. Tinha sumido, eu que achei dentro da estante. Tinha um cheirinho nele... — De repente ela parou onde estava feito estátua com os olhos arregalados, como se fizesse uma descoberta muito importante — Tinha o seu cheirinho — Contou empolgada — É sim, é seu cheirinho — Falou saindo do transe e vindo cheirar o meu pescoço — Era o cheirinho da mamãe.

O Amor Não Tem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora