CARLA DIAZ
Apesar das visitas serem rápidas, o tempo que fiquei esperando que minha sogra, meu sogro e minha cunhada entrassem e saíssem pareciam uma eternidade.
Quando por fim pude entrar, passei tão rápido pelo corredor que acabei esbarrando em um senhor que passava pelo caminho derrubando uma pilha de papeis no processo.
Ao chegar no quarto, uma das enfermeiras terminava de dar um remédio a ele, devagar me aproximei da cama esperando ela sair. Seus olhos logo encontraram os meus, senti ele suspirando, parecia... Aliviado?
— Eu ainda não estou conseguindo acreditar... — Falei dando um selinho no canto da boca dele, segurando sua mão — Tenho tanta coisa para te contar... Mas acredito que de inicio você queira saber sobre a Catarina.
Ele imediatamente apertou minha mão indicando que eu tinha acertado no assunto, prestando atenção em cada movimento.
Sem que ninguém estivesse olhando me sentei na cama ao lado dele.
— Nossa filha está bem, está com a Thais — Resolvi omitir o fato de que ela havia passado mal — Começou a frequentar a escolinha. Aprendeu a escrever o nosso nome, e o dela... completo. Deu um pouquinho de trabalho no inicio, porque na documentação está como "Catarina Lima", e a professora insistia que ela deveria escrever o "Lima" e a Catarina teimava que estava errado. Conversei com a coordenação e agora está tudo certo... Como tem que ser... "Catarina Louzada Picoli" — Os olhos dele brilhavam como nunca.
Continuei falando apenas as partes boas, como a médica orientou.
Contei a ele sobre a preocupação dos nossos amigos, das orações e carinho dos fãs, sobre como o Caio foi perfeito e nos ajudou por diversas vezes, que passamos alguns dias na fazenda dele, sobre a pequena ter cismado que queria um porco de estimação, já deixando claro que se pedido se repetisse, ele estava proibido de concordar.
— No aparta-mento n-não... — Fez uma pausa — tem como — Disse com dificuldade, me deixando em choque e com coração transbordando de tanta alegria.
— Sobre o apartamento... — Comecei a falar devagar — Não moramos mais nele — Ele me olhou confuso, a testa enrugada — Não queria estragar sua surpresa, mas eu acabei sabendo sobre a casa através da arquiteta. Não fazia muito sentindo renovarmos o aluguel do apartamento, então, nos mudamos praticamente em seguida.
— Gos-tou?
— Gostar? — É serio mesmo que ele estava me perguntando isso? — Nós amamos... Ela é perfeita. A casa dos meus sonhos. A Catarina nem se fala. Confesso que no inicio fiquei um pouco mal, porque era para ser um momento nosso... Mas acabou sendo um refúgio. Saber que você planejou cada cantinho, que pensou em mim e nos meus gostos... Entende? — Ele piscou os olhos devagar em concordância.
— M-matheus — Disse devagar.
— Que Matheus, amor? — Perguntei preocupada, tentando puxar na memória qualquer coisa que fosse relacionada alguém com esse nome.
— Facul-dade.
— Ah, sim! — Disse me lembrando do garoto que tinha me ajudado com o quase sequestro no restaurante — Não precisa se preocupar, estou mantendo contato com ele e está tudo certo. Os custos com a faculdade dele continuam sendo pagos.
Vendo ele se lembrar do Matheus, me fez recordar de como eu estava triste, cabisbaixa e assustada antes de vir para o Espírito Santo com o pesadelo que tive, onde o Arthur estava bem, acordado e não se lembrava de mim. Graças a Deus tinha sido só um pesadelo e que a memória dele estava intacta até demais.
— Vamos deixá-lo descansar um pouquinho agora? — Sugeriu a médica de plantão.
— N-não — Disse ele com os olhar assustado.
— Arthur — Chamou ela — Está na hora, sua noiva já ficou mais tempo que deveria. Eu entendo o seu lado, mas precisa descansar... e você, sabe que eu tenho razão. — A voz dela era calma — Cinco minutinhos e... que administração não veja isso — Disse fazendo uma careta, saindo do quarto em seguida.
— Provavelmente vou estar infligindo alguma regra do hospital, mas... — Comecei a vasculhar minha bolsa — Gostaria de ficar com isso? — Mostrei a ele minha corretinha vendo seu o olhar se iluminar na mesma hora — Enrolei a correntinha no pulso dele como se fosse uma pulseira.
— Amanhã eu volto e trago a pequena se eles permitirem e... Aproveita seu descanso garoto, que depois que você sair dessa cama... Está ferrado comigo — Falei brincando enquanto descia da cama.
— Gostosa.
— Isso você fala perfeitamente? — Finge indignação — Juro que não estou acreditando nisso... — Dei um selinho nele, colocando minha testa na dele enquanto fazia um carinho em sua barba — Até amanhã, meu amor... e não esquece; Você é forte e eu vou estar sempre do seu lado — Disse passando as mãos no cabelo dele.
Ele ficava o tempo todo observando. A sensação que eu tinha era que ele estava tentando memorizar cada segundo.
— Nossos amigos vão surtar quando souber da sua melhora — Disse andando até a porta, parando na soleira ao me lembrar da frase que ele costumava me acordar quase todas as manhãs.
— Você É o amor da minha vida — Disse em alto e bom tom.
Ainda no corredor vejo que tem uma mensagem da minha cunhada avisando que eles já estavam na entrada do hospital me aguardando para ir embora, quando volto minha atenção no caminho a minha frente percebo percebo uma figura conhecida.
— Charles — Gritei no meio do corredor ainda sem ter certeza — Charles — Gritei a segunda vez, ele aumenta o passo, tento acompanhá-lo — Ei — Disse o alcançando e o puxando sua blusa de grossa — Não está me escutando te chamar? — Questionei assim que ele se virou.
Quando o vi de frente uma enorme interrogação se formou na minha cabeça, meu funcionário parecia assustado, tinha os olhos vermelhos e vestia uma uniforme azul marinho de mangas longas e logomarca do hospital no bolso da camisa e na perna direita da calça.
— O que você está fazendo com esse uniforme? — Perguntei o olhando de cima a baixo? Os olhos dele se arregalaram, sua boca estava semi aberta como se tivesse sido pego fazendo algo errado — Pode me explicar o que está acontecendo? — Questionei impaciente — Tentei te ligar mais cedo...
1. Deu ruim p/ amiguinho 😂
2. Será que ele escutou alguma coisa da conversa da Carla com o Arthur? 🤔
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O Amor Não Tem Fim
FanfictionArthur Picoli e Carla Diaz, viveram um romance intenso dentro de um programa de reality show de confinamento. Esse relacionamento acabou sendo julgado de diversas formas possíveis e chegando ao mundo real, percebem que apenas o sentimento que nutre...