Capítulo 42

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CARLA DIAZ

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CARLA DIAZ

Enquanto seguia uma das enfermeiras pelos corredores da UTI para visitá-lo, comecei a repassar os fatos do acidente na minha cabeça, me perguntando se tinha algo que eu pudesse ter feito de diferente; Talvez se eu tivesse corrido o máximo que conseguisse quando percebi que alguém nos seguia, quem sabe poderíamos ter escapado ilesos?

— Assim que a mãe dele sair, você pode entrar — Disse a enfermeira borrifando álcool em minha mãos pela segunda vez desde que ela me chamou na recepção.

Com o coração acelerado me aproximei do batente na porta esperando. De cara, enxerguei minha sogra inclinada em direção a cama, conversando com ele. Ela parecia não ter percebido minha presença.

— Meu filho, não quero que você se preocupe com nada, está bem? — Sua voz era tranquila — Sua filha será muito bem cuidada por nós e pela mãezinha dela; a melhor que uma criança pode ter, mas isso eu nem preciso dizer que você já sabe, né? — Senti um nó na garganta. Ela acabou me notando quando de forma incontrolável dei uma respirada profunda.

— Arthur, eu vou indo, a Carlinha acabou de chegar aqui e vou deixá-los sozinhos. — Sussurrou Dona Bia com a voz embargada no pé de seu ouvido antes de sair.

Apenas nos dois no quarto, fiquei o observando por alguns minutos, analisando cada traço, até me aproximar de seu rosto.

— Lindo... Muitas pessoas que já acordaram do coma, contaram que conseguiam ouvir tudo que acontecia ao redor. Então, se você estiver escutando, luta por mim, pela nossa filha e pelo nosso menininho de dentinho coitadinho que ainda vamos ter — Passei os dedos levemente em suas bochechas — Eu não sei viver sem você, sem suas implicâncias, suas brincadeiras idiotas. Quem vai implicar com minha bolsa cara? Com a gasolina na reserva? Me acompanhar no salão mesmo que contrariado? Com quem vou brigar por encher meu cabelo de tinta tarde da noite? Quem vai ensinar o jogos de video game para nossa filha? Porque você me desculpe, mas eu não entendo nada daquilo — Procurei sua mão, por mão por debaixo do lençol, entrelaçando nossos dedos — Eu não sei viver sem você Arthur, volta para gente.

Continuei falando observando todo e qualquer detalhe, com esperança que ele fizesse qualquer movimento, mesmo que mínimo.

— Sabe o que estou me lembrando agora? De quando nos conhecemos — Disse com lágrimas nos olhos — Me lembro que eu tinha que ficar me policiando, para não ficar olhando para você o tempo inteiro, que as vezes eu arrumava qualquer desculpa só para estar um pouquinho mais perto...

— Boa Noite, exame de rotina — Disse uma médica já pegando o estetoscópio colocando em seu peito por alguns segundos, depois dando uma olhada detalhada em seus olhos — Você é a noiva dele, certo? — A pergunta fez meu peito se apertar.

— Sim, sou eu mesma — Ela deu um sorrisinho triste intercalando o olhar entrem Arthur e eu, que parecia dizer: Eu sei, já passei por isso.

Ele continuou fazendo os exames que precisava por alguns minutos antes de continuar.

O Amor Não Tem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora