Capítulo 25 - A Poção

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Na manhã seguinte... Bob e Jack levantam e já vão em quase todas as lojas procurar o que dar para as meninas, eles comparam um colar e uma tiara para cada, no caminho dá casa de Ruby. Jack e Bob apanham algumas flores, eles escondem os presentes em suas roupas e ficam só com as flores nas mãos, Jack bate na porta e quem os recebem é a Charlott, ela os mandam entrar e diz Mia já foi embora para a casa dela e que Ruby estava no quarto, Charlott pede para Jack esperar na sala enquanto ela vai chamar Ruby, Bob vai até a casa de Mia procurar por ela, chegando lá ele encontra o pai dela, ele manda ele entrar e se sentar na sala.

– Essas flores são para minha filha? Estão namorando?

– Muito prazer eu me chamo Bob, o senhor deve se lembrar de mim, eu vim aqui senhor Harry para pedir a mão de sua filha em namoro e gostaria de ter a sua benção. – Mia está descendo as escadas quando escuta o que Bob disse e fica ali parada onde não podem vê-la, escutando a conversa.

– Então você teve coragem de vir até aqui para pedir minha filha em namoro?

– Sim senhor, eu estou aqui para isso. – Bob sorri.

– Realmente você é muito corajoso, sabe que eu sou o melhor ferreiro daqui certo? E sou muito bom com espadas também, talvez diria que sou o melhor daqui.

– Que interessante senhor, eu não sou muito bom com espadas, acho que nunca toquei em uma.

– E como pretende namorar minha filha se não sabe nem se defender? Como cuidara dela?

– Eu não disse que não sei me defender, não sou bom com espadas senhor, mas sou bom em luta física.

– Acho que gostaria de ver, seria bem interessante. – Harry sorri de lado.

– Papai, eu acho que já chega... – Mia desce as escadas.

– Quando o senhor quiser. – Bob encara Harry.

– Gostei desse rapaz, hoje estou um pouco ocupado na oficina, mais logo quero ver o que sabe fazer.

– Estarei pronto, mais antes do senhor ir, não me deu sua resposta.

– Vocês têm minha benção para namorar, mas quero tudo diante de meus olhos, conheço muita gente na cidade que pode ficar de olho em vocês por mim. – Harry pega seu casaco para ir à oficina.

Mia corre até seu pai, dá um beijo em seu rosto e agradece ele por ter dado a benção dele, Harry vai embora, Bob pede para Mia se sentar, entrega para ela as flores e os presentes, Mia fica muito contente e dá um abraço em Bob e em seguida um beijo.

****

Jack está sentado na sala esperando Charlott e Ruby descerem, alguns minutos depois Charlott desce e fala que Ruby está indisposta e por isso ela não irá atendê-lo.

– Mais Ruby está bem? Está doente?

– Ela está bem, só não quer receber visitas. – Charlott abre a porta para Jack sair.

– Será que posso vir mais tarde?

– Acho melhor não, se ela não melhorar irei levá-la para um médico.

– Mais a senhora me disse que ela não estava mal, a senhora me disse que ela estava bem.

– Eu disse que ela não estava doente, agora pode ir, por favor.

Jack se retira dá casa de Ruby e segue o caminho dá casa de Mia, ele encontra com Mia e Bob vindo em sua direção.

– Oi Jack bom dia, cadê a Ruby? – Mia.

– Charlott disse que ela está indisposta e não quer receber ninguém. – Jack olha para o chão parecendo triste.

– Como assim?  Vamos até lá, duvido muito que Ruby faria isso. – Mia faz os dois voltarem até a casa de Ruby.

Chegando lá Mia pede para os dois se esconderem, para Charlott achar que ela estava lá sozinha, ela bate na porta e Charlott abre.

– O que deseja Mia? – Charlott fala séria e não dá passagem para ela entrar.

– Como assim? Não vai me convidar para entrar vovó?

– Onde estão àqueles seus amigos?

– Eles já foram embora, disseram que tinha coisas para fazer.

– Certo, se é assim pode entrar. – Mia entra e vai até o quarto de Ruby, chegando lá ela está na cama sentada e muito triste.

– O que aconteceu Ruby?

– A vovó me disse que não é para eu ver mais o Jack...

– Que história é essa?

– Ela disse que não quer que aconteça comigo, o mesmo que aconteceu com ela...

– Mais estamos atrás para descobrir isso e resolver.

– Ela me disse que quando estava acontecendo isso com ela, ela foi atrás e não achou solução e disse que não existe solução para isso, que bruxas e dragões jamais se darão bem... Somos inimigos há séculos...

– E você acreditou em tudo isso? Já parou para pensar que cada hora ela fala uma coisa diferente?

– Não sei o que pensar...

– Então é assim? Você vai desistir? Pensei que gostasse dele... Mais pelo visto era só passageiro.

– Eu gosto dele... Mais não quero prejudicá-lo, ele tem mais problemas do que ficar procurando soluções para ficar comigo.

– Eu acho que se ele não quisesse, ele não estava indo atrás e se você é fraca desse jeito a ponto de desistir acho que você não é mais a Ruby que eu conhecia.

– Não fala assim Mia... Eu só estou confusa, não sei mais o que fazer.

– Confusa com o que? Tem que escolher entre sua avó e o Jack?

– É mais ou menos por aí...

– O que ela te disse?

– Ela disse que eu jamais serei feliz com ele, porque dragões não são confiáveis, com esse dom que eles têm, eles podem conseguir as mulheres que quiser e é isso que eles fazem.

– E você acreditou em tudo isso? O que deu em você? Estamos falando do Jack... Ele jamais faria alguma coisa assim.

– Eu não sei... Ele ainda é novo... Nunca saiu com outras mulheres, como ele vai saber se ele não experimentar?

– Eu realmente não acredito que estou ouvindo isso... Acho melhor eu ir Ruby.

– Não Mia espere, me ajude, o que eu faço?

– Acho que teve gente que colocou coisas de mais na sua cabeça, eu não vou ser mais uma. – Mia sai do quarto de Ruby e desce as escadas, ela se depara com Charlott no andar de baixo, sentada tomando chá.

– Ela não está muito bem hoje, querida. – Charlott.

– Depois de ter ouvido tantas baboseiras, eu duvidaria se ela estivesse bem.

– Eu não disse nada demais para ela, só disse a verdade, eu passei por isso com o rapaz que eu amava.

– Sabe o que eu acho Charlott? Que ela já é grandinha o suficiente para decidir o que é bom ou não para ela.

– Charlott? Por que está me chamando assim? Sempre me achou de vovó, querida.

– Não acho que essa atitude seja de uma avó e sim de uma inimiga, então não tem o mérito do nome.

– Acho que tem razão querida, depois conversarei com ela, direi para ela tomar a decisão que vir em seu coração, agora sente aqui e tome chá comigo.

– Não, muito obrigada, já estou de saída, ouvi coisas de mais por um dia.

– Só uma xicara querida, depois você vai, gostaria de me desculpar com você.

– Ok... Só uma xicara.

Charlott serve uma xicara de chá para Mia e antes que ela colocasse a xicara na boca ela sentiu um cheiro de ervas, mais não ervas comuns para chá, ela não bebe e põe a xicara de volta à mesa.

– Foi esse chá que a senhora serviu para Ruby?

– Como assim querida?

– A senhora levou chá para ela hoje?

– Levei sim, para ver se assim ela se sentiria melhor.

– E o que tem nesse chá?

– É chá de Camomila, querida.

– A senhora realmente acha que sou idiota, não é?

– Não sei o que está dizendo.

– Essa erva que a senhora usou, é usada para confundir as pessoas, agora entendi como a Ruby estava tão confusa.

– Sempre soube que você era uma bruxa melhor do que a Ruby.

– Eu não... Deixa para lá, gente como você é melhor nem dirigir a palavra.

Mia sobe novamente as escadas e vai falar com Ruby, fala para ela dar uma volta com ela, Ruby fala que prefere ficar em casa, Mia insiste e Ruby vai com ela, elas descem as escadas, Charlott segura o braço de Mia.

– Me solte, agora. – Mia.

– Calma Mia, você pode ir, agora minha neta ficará aqui comigo.

– Depois do que você fez, acha que vou deixar Ruby aqui?

– Não foi um pedido Mia.

– Então a senhora terá que me obrigar. – Mia ergue uma mão para Charlott pronta para atacar com um feitiço.

– Sabe que eu que te ensinei, por isso sou bem mais forte. – Charlott ergue a mão para lançar um feitiço, ela lança o feitiço, a porta se abre e Jack entra na frente, absorvendo o feitiço de Charlott.

– Como fez isso? – Charlott estava espantada.

– Se tocar em fio de cabelo dá Ruby ou dá Mia eu te mostro como fiz isso e garanto que você não vai gostar muito.

– Eu não quero problemas com ninguém, só quero a minha neta, comigo.

– Se depender dá gente você nunca mais vai vê-la. – Bob.

Os três levam a Ruby até a casa de Mia, chegando lá Ruby desmaia e Mia corre procurando por alguma coisa.

– Mia, o que podemos fazer? O efeito passa? – Jack.

– Não, precisa de um antidoto e eu sei fazer, só preciso achar os ingredientes.

– O que podemos fazer para ajudá-la? – Bob.

– Joga água no rosto dela e deixa-a acordada. – Bob joga à água no rosto de Ruby a fazendo acordar e Jack fica conversando com ela para mantê-la acordada.

– Jack, eu não quero mais você, vá embora. – Ruby.

– Jack não liga para o que ela diz, ela está confusa. – Mia.

– Eu sei Mia... Eu escutei tudo... Até as conversas de vocês...

– Ok, então a ajuda a ficar acordada, só falta um ingrediente... Achei.

– E como é o modo de preparo?  É complicado?  Pode demorar muito? – Jack.

– Não tem modo de preparo, ingredientes de cura não são feitos com as mãos e sim com encantos.

Jack e Bob colocam a Ruby no chão, Mia põe todos os ingredientes na sua frente e começa a falar alguns encantamentos, fazendo os ingredientes flutuarem e se misturarem sozinhos, depois que se misturaram eles entram pela boca de Ruby, alguns segundos depois Mia põe um pote de vidro ao lado dela e fica segurando, Bob pergunta para que serve e Mia diz que logo ele descobriria, Ruby se levanta rapidamente, Mia põe o pote de vidro perto de sua boca e Ruby vomita uma fumaça, rapidamente Mia fecha o pote e fica observando aquela fumaça.

– Eu sabia que ela tinha usado a erva dá confusão, mas ela usou alguma outra coisa que eu não consigo identificar... Você se sente bem Ruby?

– Sim... – Ruby coloca a mão na boca. Jack ajuda Ruby se levantar e ela vai para o banheiro se lavar, logo ela volta e se senta.

– Ruby, se lembra de alguma coisa? – Mia.

– Lembro-me de estar falando com a vovó no quarto e acho que eu apaguei... O que aconteceu? Estou com uma dor de cabeça.

– Eu posso ajudar com isso, eu cuido dos ferimentos dos dragões na ilha, acho que posso ajudar com uma dor de cabeça. – Jack põe a mão na cabeça de Ruby.

– Depois que ajudar ela Jack, vocês podem dar um tempinho para gente? Preciso falar com ela... E sem você escutando dessa vez, de preferência.

– Ok. – Jack e Bob assentem. Jack cura a dor de cabeça de Ruby e eles vão para a praça enquanto as garotas conversam, Mia conta tudo que aconteceu para Ruby.

– Eu não acredito que a vovó pôde fazer isso. – Ruby.

– Acho que dessa vez ela foi longe demais.

– Que bom que você gosta mais de ler feitiços de cura do que eu, obrigada Mia.

– Mais você é melhor em feitiços lançados do que eu. – Uma sorri para a outra.

– E o que vamos fazer com a vovó? Onde vou ficar?

– Não seja boba, vai ficar aqui.

– É o primeiro lugar para onde ela viria me procurar.

– E quem disse que você vai se esconder?

– Não podemos enfrentá-la e você sabe.

– Por isso eu pensei em pedir para os meninos ficar mais um pouco aqui com a gente, com eles aqui ela nem vai vir atrás de você.

– Pode até ser, mais e quando eles se forem? Eles não podem ficar aqui por muito tempo.

– Acho que três dias é o suficiente.

– Para que?

– Para treinarmos para valer, juntas somos mais fortes que ela e no fundo ela sabe disso. – Ruby assente e Mia continua. – A partir de agora nosso foco será só o treinamento, esquece-se dos meninos, ok? – Mais uma vez Ruby assente. – Mas antes preciso te falar uma coisa... Bob veio aqui na minha casa hoje me procurando, meu pai quase brigou com ele e eu ouvi tudo... Bob pediu para o meu pai dar a benção dele para gente namorar...

– O Bob pediu a benção do senhor Harry? E como o Bob ainda está vivo?

– O Bob enfrentou o meu pai.

– Por Odin, essa história só piora...

– É aí que você se engana... Meu pai o adorou e deu a benção para gente namorar.

– Mentira! – Ruby estava muito empolgada.

– Te juro, agora sim a partir de agora sem falar de meninos. – Mia ri.

– Ok. Agora vamos falar com eles sobre eles ficarem esses três dias.

Mia e Ruby foram até a praça, quando elas veem Jack conversando com uma mulher e Bob sentado um pouco afastado.

– Mia, vamos nos aproximarmos escondidas sem eles nos verem e escutar a conversa?

– Ruby seu cabelo é vermelho e o meu é rosa, acha mesmo que conseguiríamos fazer isso sem ninguém nos notar?

– Verdade... – Ruby ri.

As duas se aproximam, olhando essa mulher de perto ela aparenta ter alguns poucos anos a mais que eles.

– Mia, Ruby gostaria de apresentar para vocês minha mãe. – Jack.

– Ela é sua o que? – Mia.

– Minha mãe. Dragões demoram um pouco mais para envelhecer do que pessoas normais. – Jack fala baixo.

– Prazer. – Ruby e Mia dizem juntas e sorriem.

– Muito prazer... Então elas sabem sobre vocês? – Lilian.

– Sim elas sabem. – Jack.

– O que o Bob está fazendo lá? Por que ele não está aqui? – Ruby.

– Mia se quiser ir até lá e tentar convencê-lo de vim, fique à vontade. – Jack.

– Não precisa... Já estou de saída. – Lilian diz indo embora.

– Sua mãe não gosta do Bob? – Mia.

– É complicado...

– Como em tudo em nossas vidas. – Mia ri.

Jack chama Bob para se aproximar, as garotas falam para eles sobre ficarem por três dias e sobre o treinamento pesado que elas gostariam de fazer, Jack diz que precisam avisar Filizx, mais que eles ficariam o tempo necessário, Ruby dá uma ideia para Jack de mandar o pássaro para Filizx, Bob diz que não tem certeza se dragões sabem ler e acha melhor ele ir até lá avisar pessoalmente, Bob vai até a ilha deles falar com o pai.

Jack, Mia e Ruby vão até a montanha para começarem o seu treinamento, os três treinam juntos um atacando o outro, poucas horas depois Bob volta e diz que seu pai não se importou que eles ficassem fora e pediu para não deixarem de treinar, Bob se junta ao treinamento, os quatro treinam juntos, mas cada um por si e o treinamento dura a tarde toda e a noite toda, com poucas pausas para comer, quando já quase amanhecia eles param para descansar, todos se deitaram no gramado olhando para o céu e para o nascer do sol que estava querendo aparecer, Mia decide ir para a casa e levar todos, para tomarem um bom banho e descansarem em algum lugar mais confortável, todos vão para a casa de Mia.

Chegando lá Harry seu pai estava acordado e preocupado.

– Mia onde estava? Charlott veio aqui procurando por você e por Ruby.

– Desculpe pai, estava na montanha com Ruby, Jack e Bob.

– E posso saber o que faziam lá?

– Estávamos treinando pai...

– Eles são bruxas como vocês?

– Tipo isso... Pai todos nós precisamos de um bom banho o senhor se importariam se eles tomassem banho aqui?

– Não tudo bem, mas eu quero falar com você depois.


– Na verdade pai, precisamos conversar agora. – Logo após ela dizer isso ela se vira para Ruby e os garotos. – Vocês podem subindo tem dois banheiros, aí vocês decidem quem vai primeiro. – Os três sobem, Ruby e Bob tomam o banho primeiro e Mia vai conversar com seu pai.

– Filha eu só quero que olhe em meus olhos e me diga que posso confiar em você.

– Pai o senhor pode confiar em mim, estávamos apenas em treinamento.

– Tudo bem, eu confio em suas palavras, só mais uma coisa... Você e Bob estão no máximo só nos beijos não é filha...?

– PAI! Mas é lógico, que pergunta.

– Desculpa filha eu precisava perguntar, sabe que só depois do casamento, não é?

– Pai eu nem vou responder essa pergunta e gostaria de pedir se Ruby pode ficar aqui por um tempo, ela não está muito bem com a Charlott.

– E pelo visto nem você, não é?

– Aconteceram muitas coisas hoje e se o senhor não se importasse eu gostaria de contar amanhã.

– Tudo bem filha e a Ruby pode ficar aqui sim... Agora sobre os meninos...

– Não se preocupe com isso pai, os garotos vão dormir na Taberna.

– Essa é minha garota, cada vez você me dá mais orgulho, agora se não se importa vou deitar-me, fiquei exausto de ficar te esperando até essas horas.

– Me desculpe pai...

– Tudo bem querida, o importante é que está bem. – Harry deposita um beijo na testa de sua filha e logo depois sobe as escadas para ir dormir.

Os três descem as escadas e Mia corre para tomar seu banho, depois todos se reúnem na sala para se despedirem, os garotos vão para a Taberna e as garotas sobem para o quarto, finalmente todos adormecem.

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