Capítulo 23 - Campo das Flores Azuis

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Chegando até no topo dá montanha eles olham para cima e veem a Charlott no ar como se estivesse meditando, os quatro decidem entre eles quem vai perturbar ela para fazer suas perguntas, depois de quase vinte minutos decidindo, eles ouvem uma voz.

– Será que vão demorar muito para dizerem logo o que querem? – Charlott desce para o chão.

– Vovó... Gostaríamos de saber se a senhora poderia responder algumas perguntas e dúvidas que nós temos. – Ruby.

– Você tem sorte que não me preocupo com vocês, porque sei que podem se virar sozinhas. – Charlott.

– Estávamos bem e treinando. – Mia.

– Ok, digam logo o que querem.

– Gostaria de saber por que elas podem se sentir atraída por um de nós e pelo outro não. – Jack.

– Bem... Elas são bruxas, nem era para serem afetadas por isso, mas como elas gostam de vocês a atração se torna mais intensa.

– Então elas não podem sentir isso por outro como nós? – Jack.

– Não, enquanto elas gostarem de vocês não. Na verdade, foi bom tocarem nesse assunto, eu estive puxando na memória e pesquisando, bruxas e dragões não costumam se dar bem, principalmente no amor.

– Por quê? – Mia.

– Porque como eu disse, a atração é mais intensa.

– E como isso pode impedir alguma coisa? – Ruby.

– Porque quanto mais intensa a atração fica, você não consegue saber se é amor ou ódio e no final acaba sempre um matando o outro. – Os quatro trocam olhares espantados.

– E tem alguma coisa que poderíamos fazer? – Bob.

– A poção funcionou?

– Para mim, Ruby e Jack não teve efeito, mas Bob não se sentiu bem.

– Qual foi à sensação?

– Eu tive que me conter para... – Bob para um minuto e pensa, Charlote nunca me viu se transformar, talvez ela não soubesse, será que seria melhor se ela não soubesse? Bob fica se perguntando.

– Teve de se conter para não se transformar, certo? – Charlott.

– Sim... – Bob abaixa os olhos.

– Entendo... Ainda tenho minhas dúvidas, pode ser que acelerou o processo dá atração ou... Ainda não sei qual seria a outra opção...

– Isso quer dizer que devemos evitar nos vermos por enquanto?  Até à senhora saber o que fazer? – Mia.

– Na verdade, acho que deveriam se ver mais e eu fico alerta com os sentimentos, assim talvez, eu descubra mais rápido o que fazer.

– Não tem alguma forma de aprendermos a controlar isso? – Jack.

– Não... Pois se os sentimentos que sentem um pelo outro aumentar a tendência é piorar.

– Como entende tanto sobre o assunto?  Foi em seus livros? – Bob.

– Na verdade... Eu passei por isso...

– Como assim?  O vovô era um dragão? – Ruby a encara.

– Não, foi um namoro antes do seu avô, eu tinha mais ou menos a idade de vocês...

– E o que aconteceu? – Mia.

– Eu o matei... – Fica silêncio por alguns minutos e todos se olhando.

– Vovó ajuda a gente... – Ruby.

– Vou fazer uma pergunta para os quatro... Vale a pena arriscar? Vocês gostam mesmo um do outro?  Porque vocês podem muito bem desistir e seguirem em frente com outras pessoas.

– Sim, para mim vale, eu... Por que só eu respondi? – Jack.

Ruby fica vermelha de vergonha, Bob e Mia dão risadas...

– Será que dá para levar isso a sério?  Que parte que eu matei quem eu amava vocês não entenderam?

– Desculpa... – Os quatro respondem.

– Bem... Eu sendo o primeiro a responder novamente, para mim vale a pena... A não ser que para você não Ruby... – Ele a encara.

– Logico que vale a pena tentar. – Ruby.

– Então tentaremos. – Bob diz sorrindo e Mia assente, concordando com ele.

– Ok... Então vou para casa ler um pouco mais sobre o assunto, e vocês... Sosseguem. – Charlott desce a montanha deixando-os ali, o silêncio toma conta do lugar e eles se entreolham, Ruby se aproxima de Jack e sussurra em seu ouvido.

– Eu não vou desistir de você tão fácil assim.

– Muito menos eu. – Jack deposita um beijo na testa de Ruby.

– Não esquecem que o efeito dá poção já passou viu Jack. – Bob o encara.

– Por isso está evitando olhar para mim? – Mia olha para Bob com um olhar triste.

– Desculpa Mia, mas eu não consigo me imaginar machucando você. – Ele a olha e rapidamente desvia o olhar.

– Como eu já disse para você antes, vamos viver o agora, o que vai acontecer depois à gente deixa para se preocupar quando acontecer. – Mia.

– Eu gosto do jeito que pensa Mia. – Bob sorri e a olha nos olhos.

– Você já disse isso... – Ela cora.

– Bem... Vamos descer também e dar uma volta, eu acho que eu e o Bob não conhecemos tudo aqui ainda. – Jack.

– A única coisa de tudo que a vovó disse que eu gostei, é que ela disse que temos que passar mais tempo juntos. – Ruby sorri e olha para Jack, ele retribui o olhar e o sorriso.

Todos descem a montanha e vão dar umas voltas pelo vilarejo, no caminho Ruby e Mia ficam um pouco irritadas, pois veem que todas as garotas ficam olhando para eles, Jack e Bob percebem isso pelos batimentos delas e decidem dar as mãos para elas, na hora que eles fazem isso melhora um pouco, mais pouco tempo depois elas começam a ficar furiosas novamente e eles decidem dar as voltas por uns lugares mais afastados, eles chegam até um campo bem grande, inteiro de rosas azuis e algumas árvores, um lugar bem tranquilo e relaxante, Mia e Ruby se olham e decidem sentar por ali um pouco para admirar o lugar.

– Muito lindo esse lugar, eu vinha aqui com o pai quando era mais nova, fazia tempo que eu não vinha aqui. – Mia.

– Se eu te falar que nunca vim aqui você acredita?  Eu nasci aqui e nunca vim neste lugar. – Ruby fica encantada com o lugar.

– É como se esse lugar me acalmasse. – Bob deita no gramado que ficava de baixo de uma árvore.

– Concordo com você Bob, eu me sinto até estranho, como se pudesse me controlar melhor, em todos os sentidos, em sentimentos e em poderes.

– Eu me sinto normal, a única coisa que sinto é que esse lugar é bem tranquilo. – Mia.

– Eu também me sinto normal, será que esse lugar tem alguma coisa que afeta somente vocês? – Ruby.

– Não sei mais esse lugar se tornou meu lugar favorito a partir de hoje. – Jack se deita no gramado também.

Ruby e Mia se sentam no gramado, poucos minutos depois Jack e Bob adormecem.

– Depois daquele dia na montanha eu não senti mais aquilo pelo Jack, sabe aquele sentimento de não conseguir se controlar?

– Agora que você me falou também não senti mais não.

– Temos que dar um jeito nisso, eu gosto mesmo do Jack, não quero perder ele.

– Eu também gosto do Bob, mais às vezes eu não sei se ele sente o mesmo por mim, uma hora é super fofo comigo e outra hora parece que me ignora como se eu nem estivesse do lado dele...

– Acho que está exagerando, eu já vi os olhares que ele te dá, mas às vezes é o jeito dele mesmo, você não viu onde eles vivem? Só tem dragões.

– Você tem razão, acho que é só coisa dá minha cabeça também.

– Me fala uma coisa, se a vovó falasse que a única solução seria realmente se afastar deles o que você faria? – Ruby...

– Eu fugiria com o Bob e viveria procurando uma solução... Nem eu acredito que eu disse isso. – Mia ri.

– Acho que eu faria a mesma coisa. – As duas riem.

– Eu não sei se você pensa como eu, mas eu tenho muito medo de me entregar, sabe?  De gostar de verdade do Bob e me magoar.

– Eu penso dá mesma forma. – Os dois acordam e se sentam no gramado, Jack se vira para Bob e diz.

– Acho que esse lugar me acalmou mesmo, acabei até dormindo. – Jack ri.

– Finalmente acordaram meninos. – Mia.

– Querem ficar aqui mais um pouco?  Ou querem ir para outro lugar? – Ruby.

– Vamos ficar mais um pouco por aqui, afinal nem aproveitamos direito e já dormimos. – Bob ri.

– Ok então. – As meninas respondem.

– Estava falando com a Ruby e achamos que este lugar afeta vocês de uma forma diferente, talvez seja por vocês serem metade dragão digamos assim.

– Eu não sei o Bob, mas eu me sinto como se tivesse o controle de tudo à minha volta. – Jack faz uma bola de fogo em uma mão e uma de ar na outra mão.

– Como fez isso Jack? Você está controlando o poder de dragão junto com o poder de bruxo? – Ruby parece chocada, assim como os outros.

– Na verdade eu não sei. – Jack sorri.

– Em falar nisso Jack, por que não perguntou sobre isso para a vovó? – Mia.

– Não sei, sinto como se ela já soubesse de mais sobre mim, na verdade ela sabe mais do que eu mesmo. – Jack.

– E sobre o que você estava dizendo Jack, de sentir como se tivesse o controle de tudo, eu me sinto assim também, sinto que tenho o controle do meu poder até na minha forma humana. – Bob.

– Eu não sinto que esse lugar me afeta de uma forma ruim, sinto como se esse lugar fizesse bem para mim. – Jack.

– O que acham se perguntarmos alguma coisa para vovó? – Ruby.

– Não sei... Sinto que sua vó mente muito bem, não consegui confiar em muitas de suas palavras e ela também parece contar tudo pela metade, como se quisesse que nós descobríssemos sozinhos. – Bob.

– Eu também não sei explicar, mas não acreditei em tudo que ela disse. – Jack.

– Como assim?  Vocês acham que a vovó está escondendo alguma coisa de nós? – Ruby.

– Não seria a primeira vez, não é Ruby? E ela adora falar as coisas pela metade. – Mia.

– O que vamos fazer então? Contamos para ela ou não? – Bob.

Todos se olham e ficam discutindo as vantagens e as desvantagens de contar para a Charlott, eles decidem então ir falar com ela.

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