beijo da meia noite

o último dia.

As horas não passavam o dia não amanhecia tudo ficou tão mórbido e tão pesado .

Não consegui olhar novamente coloquei seu corpo no nosso quarto.

Sentei me na velha cadeira da cozinha com uma garrafa de vinho e outras quatro de alguma bebida mais forte que eu não conseguia ler .

Bebendo e bebendo cada vez mais eu não conseguia parar era um tipo de anestesia geral em mim.

O gosto amargo era um consolo para minhas lágrimas que derramavam por todo rosto e escorriam até o peito.

Quando enfim terminei a última dose da última garrafa , eu quebrei lá no chão com violência.

Como poderia suportar agora , o que seria de mim e da minha vida sem ela .

Não conseguia respirar meus soluços me sufocavam e me limitando apenas a soltar o ar .

O dia enfim chegou de mansinho silêncio sem avisar não havia luz do sol ou pássaros ao lado de fora.

O céu acinzentado parecia estar desolado também nunca havia visto um dia tão feio quanto aquele.

O vento uivava sombrio e furioso em meus ouvidos trazendo mais tormento para meu corpo cansado .

Cambaleando até o estábulo eu cair diversas e diversas vezes até então chegar .

Peguei um saco de feno velho e algumas madeiras do chão ..

Arrastei tudo com dificuldade até a casa , larguei tudo na entrada .

Entrei no quarto e abri a janela de madeira , eu não conseguia parar de chorar nem sequer um minuto.

Esquentei água em uma bacia funda e larga para dá um último banho nela .

Apanhei lá da cama e carreguei com calma seu corpo com todo cuidado do mundo.

Quando enfim terminei eu sequei seus cabelos com um pano molhado com alfazema como ela fazia para dá perfume .

Vesti lá com seu vestido de casamento e coloquei lá em um caixa de madeira feita de madeira.

Eu mesmo fiz os arranjos de flores com tulipas, rosas , ortencias e até às suas tão amadas margaridas ..

Rodeando seu túmulo de flores eu me senti novamente perto dela .

Passando as mãos em sua pele fria e beijando sua boca pela última vez eu me despedir .

Antes que pudesse fechar o caixão com vidro eu ouvi um barulho de cavalo vindo da estrada .

Peguei a espingarda e sai na porta apontando para quem quer fosse a maldita alma que veio atrapalhar minha despedida.

Para meu espanto se tratava de uma jovem mulher .

E não parecia perigosa ou algo do tipo só queria conversa pelo jeito.

Descendo do cavalo com as mão para cima ela caminhou desconfiada até mim.

- sei o que aconteceu a Katrina ! Eu sei quem matou ela e eu quero te ajudar.

- como uma pobre camponesa sem era nem beira poderia me ajudar.

- falo sério . Eu sei quem matou ela .

Quando ela se aproximou de mim eu segurei seu pescoço com ódio fazendo a tirar seus pés do chão..

- quem ? Me diga o nome ?

Ela atravessou as mãos em volta do meu braço seus olhos imploravam clemência .

Soltei lá no chão e apontei a arma para o meio de sua cabeça.

- me diga agora !! Ou vou te matar .

- ele chama... Chamasse Willian é...o jovem xerife do vilarejo.

Peguei seu braço e empurrei lá para a cozinha sentando a na cadeira eu lhe servir água fresca .

- me conte melhor .

- ele e a irmã dela estavam se encontrando atrás da velha igreja todas as noite, ele saiba da vida que ela levava mais mesmo assim continuo...

Pausando para beber água ela observou o caixão atrás de mim com um certo pânico nos olhos .

- ela ficou grávida dele e ele não queria esse filho , sou amiga dela e eu sabia de tudo desde o princípio... Ontem sua mulher saiu para se encontrar com ela na fonte mais ele as achou e deu um tiro na cabeça das duas .

- como sabe que foi um tiro ?

- eu estava lá , fui eu quem mandou chamar sua esposa ontem... Me escondi atrás da igreja com medo .

Eu dei um golpe tão forte na mesa que ela se partiu no meio e fiquei de pé bruscamente..

- vou matar lo hoje mesmo e você á de vir comigo .

- por favor tenha piedade de mim , sou apenas uma mulher da vida tenho filhos pequenos para alimentar.

Sem dizer absolutamente nada eu peguei as sacolas de alfafa e grama seca na porta .