lembrança de Katrina.

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Bebi bastante cerveja e acabei misturando com gin e vodka por mais que eu estivesse contente nunca era suficiente..

A felicidade já não parecia mais ser  aquela velha amiga de antes agora estava mais para uma colega distante .

Olhava as pessoas ao meu redor e para onde quer que meus olhos se voltassem havia pessoas sorrindo.

Era tão triste ver toda aquela alegria ao meu redor e não ter capacidade de poder senti lá era uma Maldição que cairá sobre mim .

Em um canto da casa havia uma mulher negra vestindo trapos e varrendo o chão empoeirado seu semblante se parecia tanto com o meu .

Podia sentir sua insatisfação e sua dor então eu meio que tentei ir lá ajuda lá mais não foi um bom plano .

Me aproximei com um copo de Run e uma garrafa de cerveja na outra mão , o dono do estabelecimento era amigo de meus irmãos e me "deu" ela de presente sem cobrar absolutamente nada .

Ela bem que tentou não ir mais foi ameaçada de morte por ele , então nós resolvemos subir para o andar dos quartos e nos conhecermos melhor .

Eu entrei primeiro e ela fechou a porta não parecia nem ao menos um pouquinho contente .

- não vou dormir com você , arrume outra mulher .

Ela disse rispidamente para mim fechando a porta do quarto..

- quem aqui disse isso ? Não seje tão arrogante  eu não quero você .

- se não me quer porque me trouxe aqui então ?

Sorri para ela esticando a cerveja em minha mão .

Sentei me na cama de casal que rangia bastante enquanto ela bebia minha cerveja..

- quero apenas desabafar sabe, sei que pode parecer estranho um homem adulto em um lugar assim querer apenas conversar , mais estou sendo sincero.

Ela se sentou ao meu lado e me observou intrigada com minhas palavras.

- você não é o tipo de homem que precise desabafar com uma simples faxineira é?

- hum eu sou um homem simples também.

Ela sorriu balançando a cabeça em negativa para mim parecia dúvidar da minha palavra.

Pouca a pouco ela foi confiando em mim e logo começou a falar de sua família também..

Seu marido era um carpinteiro e ficava o dia inteiro no trabalho que exigia muito dele , ela tinha cinco filhos homens e uma jovem moça de aproximadamente quinze anos .

Sua vida era bem difícil pois não tinha estudo e mal sabia escrever seu nome, veio trabalhar aqui por extrema necessidade .

Engraçado que aquela foi a primeira pessoa que eu em momento algum quis matar .

Conseguia ouvir seu coração bater e podia sentir o cheiro de sangue, mais não era capaz de machucar lá .

Era uma coisa estranha a sensação de ser humano novamente.
ter alguém "normal" conversando comigo sem sequer ter medo ou receio de ficar perto de mim era reconfortante .

Ficamos tanto tempo conversando que o dia amanheceu e nem nós demos conta disso..

Quando deixei ela na porta da casa dela de caruagem apareceu várias pessoas nas janelas observando alguma coisa que eu não entendi bem ali .

- muito obrigada pela conversa ontem você é um ser humano doce.

- não á de que meu jovem  foi muito bom  conversar com você .

Antes de ir ela me perguntou meu nome e eu apenas disse Jacob, com um sussurro quase inaudível ela me respondeu com seu nome .

- Suzana .

Uma pessoa amável só isso que posso dizer daquela mulher ..

Quando cheguei em casa fiquei observando um velho porta retratos de Katrina em nosso casamento.

Lembrar dela foi praticamente colocar uma estaca de ferro em meu peito .

Não devia ter feito isso porque agora ela não saia mais de minha mente , a última lembrança dela em um caixão pegando fogo acabou comigo.

beijo da meia noite Onde histórias criam vida. Descubra agora