Capítulo 3 - Festa estranha com gente esquisita

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          André já tinha chegado de encontro a Patrick e já estavam em direção a casa das meninas. Patrick pegara carona na garupa da moto de André, e falava entusiasmado e sem parar sobre as garotas. Eles estavam querendo se divertir e aquela seria a noite para isso.

          André era um homem negro de estatura baixa. Possuía um corpo de porte atlético, definido e jovial que demonstrava ter entre 20 a 25 anos de idade. Falava de forma agitada e muitas vezes se esquecia que existiam virgulas nas frases. Cabeça raspada e uma barbixa no queixo o deixavam mais sério. Odiava o governo e muito mais, os partidos de direita - mas na verdade era um falso anarquista. Era viciado em videogame e artes marciais — que sempre treinava nas horas vagas ─. Um homem pouco popular e de gostos duvidosos. Deixara seus estudos de lado por certa dificuldade de aprendizado. Sua escrita e leitura demonstrava seu baixo nível de escolaridade.

          Patrick era um rapaz de cor branca, estatura média e físico magro meio malhado. Era um pouco tímido mas quando se sentia a vontade não parava de falar — era um tanto elétrico assim dizendo —. Seus cabelos castanhos eram tingidos em mechas loiras penteados de forma arrepiada em um estilo moicano. Vestia uma calça jeans clara um tanto justa, combinando com uma blusa regata cinza também justa ao corpo. Era um tanto vaidoso, portando dois brincos com pedras brilhantes — falsas — e um cordão de cor metálica. Sua idade era desconhecida, até por ele mesmo que já esquecera a própria idade — ele costumava dizer que tinha menos idade para as meninas que conhecia, pelo fato delas sempre serem bem mais novas que ele ─. Temia vexames em público e sempre que entrava em alguma confusão, tentava sair dela de todas as formas. Era completamente hiperativo e adorava mulheres loiras.

          Alguns minutos depois, a dupla chegava em seu destino. Um prédio pequeno de 6 andares. Tinha um bom acabamento. A pintura das paredes eram amarelas e as janelas eram de alumínio que brilhavam bastante ao refletir a luz fraca da lua. Estacionaram a moto de frente a entrada em um lugar próprio para isso e adentraram no pequeno edifício. Pegaram o elevador com destino ao terceiro andar. Ambos calados – o que era bem difícil – e com expressões de ansiedade, com um misto de nervosismo em suas faces. O soar eletrônico do elevador anunciava que eles tinham chegado e quando as portas se abriram foram recebidos por Melanie, que estava segurando uma garrafa de Whisky já pela metade. Melanie abraçara Patrick como se tivesse mais de horas que o amigo sairá de encontro a André.

          André ficou estático ao ver Melanie que estava mais linda do que nunca. Desfilava com um minúsculo short jeans desfiado nas pontas, mostrando seu belo par de pernas torneadas com os pelos tingidos de loiro. Vestia algo semelhante a uma blusa. Um tomara - que – caia verde musgo, molhado de suor e álcool, cobrindo apenas seus seios, deixando a mostra suas marcas de sol e sua barriga, que mostrava uma boa dieta com um pouco de exercício físico. Seus longos cabelos loiros estavam preso a um rabo de cavalo que descia ate acima da metade das costas. Completamente ensopados.

          Se cumprimentaram e adentraram no recinto.

          O apartamento era simples, mas uma simplicidade que desaparecia em meios a eletrônicos e moveis modernos e bem posicionados. Uma tela plana de LCD de 52" enfeitava a sala junto a um Home Theater com suas caixas de som instaladas nos quatro cantos superiores do local, e um aparelho de vídeo game de ultima geração. Duas poltronas com estampas de leopardo estavam afastadas para dar mais espaço no centro da sala, onde as outras duas meninas estavam dormindo deitadas no chão. As cortinas eram de um tecido fino arroxeado. O clima era gelado devido a um ar-condicionado posicionado ao lado superior direito da janela, que dava visão para a rua principal.

          — Poxa! Agora que cheguei a festa acaba? — Dizia André frustrado.

          — Fala Serio! A festa esta apenas começando — Patrick o respondeu enquanto puxava Melanie, afim de rouba -la um beijo. Mas foi levemente empurrado pela jovem sem protestar.

          — Melanie. Pega uma garrafa de refrigerante para nosso amigo. — Pediu Patrick — O tempo é curto loirinha.

          Melanie se virou sem dizer mais nada. O semblante de ambos era um pouco travesso.

          — Vamos acordar essas garotas, cara! — André estava com pressa — Liga o som. Vamos curtir. Dançar e namorar um pouco. Alias, elas gostam de game?

          André parecia animado e um pouco desconsertado com aquelas duas jovem largadas ao chão. Embriagadas. Vestindo apenas roubas de baixo. A situação era tensa e muito provocante.

          — Calma, cara. Relaxa. — Ponderou Patrick — Elas estão cansadas. Deixa elas dormirem um pouco. Para de ser tarado.

          Claro que Patrick estava tranquilo. Já tinha aproveitado bastante a situação. Já tinha namorado com as duas. — Esse cara é maníaco.

          — Então. Vamos fazer uma brincadeira. O jogo do copo. E a e, o que acha? — Sugeriu Patrick.

          Seu semblante estava serio. E Melanie presenciava a conversa debruçada no encosto do sofá, com a garrafa de refrigerante em mãos.

          — Fala serio cara. Isso é maior loucura. Quero fazer isso não. Sabe que não gosto dessas coisas. — A voz de André estava exaltada. Ele nunca gostara da ideia de brincar com essas coisas do além.

          — Para de ser bobo André. Isso é mais natural do que você pensa. Para de bancar o bebezinho medroso. Toma. Bebe um pouco para descontrair. — Melanie ria de forma sarcástica. Como se refrigerante puro causasse algum efeito alucinógeno.

          — Não sei de nada. — André tentou desviar do assunto — Vou apenas olhar. Alias, vou deitar um pouco com as meninas. Estou com sono e cansado. Perdi a animação.

          André Tentava fugir do assunto assombroso e tirar um pouco de proveito das meninas. Duas morenas de cabelos pretos espalhados pelo chão. Lisa e Elisa. Duas gêmeas de aproximadamente 19 anos.

          Patrick e Melanie deram de ombros e foram para outro cômodo. Onde André percebeu que eles estariam se pegando. Ainda desconsertado com a presença quase desnuda das meninas, André tentava acorda -las, mas de nada adiantava. Tirou sua jaqueta preta e jogou encima de um dos sofás e deitou entre elas. Torcendo para que alguma delas acordassem e ali pudessem fazer uma festinha à três. Elas eram irresistíveis e André não parava de come -las com os olhos. Com certeza aquelas imagens seriam suas companheiras noturnas em sua casa. Por muito tempo.

          Já tinham se passado mais de dez minutos e Patrick e Melanie não tinham voltado. André já estava ficando um pouco tenso com isso. Eles namorando lá dentro e ele deitado ao meio de duas mulheres maravilhosas, completamente bêbadas, porem largadas em sono profundo. O que o frustrava bastante.

          No quarto ao lado, o casal finalmente começara o ritual do copo – algo similar a Tabua Oija, um jogo ritualístico utilizado para conversar com os espíritos dos mortos. Onde Letras e números eram espalhados em ordem alfabética e numérica ao redor da tábua. Os participantes faziam perguntas a possíveis espíritos com o dedo indicador posicionado encima do copo. Caso existisse algum espirito presente, o mesmo iria movimentar o copo pelo Plano Astral em direção aos caracteres espalhados, afim de formar palavras para tais perguntas feitas a ele.

          Letras rabiscadas em recortes de papeis estavam em formato circular, e as palavras SIM e NÃO nas extremidades norte e sul, estendidos no chão. A luz do quarto estava apagada para dar um pouco mais de terror ao ritual. Eles estavam alegres e descontraídos por tal brincadeira. O que eles não sabiam é que antes mesmo do inicio da tal "brincadeira" um espirito carregado de forças malignas se aproximava do plano terrestre, com um único intuito. Atender o chamado daqueles jovens. De uma forma que eles jamais iriam esquecer.

"Crianças, nunca façam esse tipo de brincadeira sem conhecimento e proteção.

Nunca se sabe o que pode acontecer, ta coisinhas lindas"?- Liliel, o anjo da Guarda

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora