Capítulo 18 - A Missão de Liliel

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Seu aposento era enorme. Pássaros voavam livremente em volta do Arcanjo, cantando sem parar. O vento soprava suave pelas janelas laterais que somavam quatro. Um longo tapete roxo os conduzia ate o trono de Rafael. Não havia mais nada ali dentro. Nenhuma mobília. Nenhum anjo. Rafael estava sozinho. Estava sentado com as pernas cruzadas. Seu rosto estava apoiado em seu braço esquerdo que descansava sobre o braço de sua poltrona.

– Curve se criança. – O guerreiro parecia um robô. Suas palavras sempre ditas de forma mecânica.

– Sim. – Curvou -se Liliel.

– Levantem -se meus queridos. Não é necessário tal atitude. Devemos apenas nos prostrar diante de Yahweh, nosso Deus e Senhor. – Rafael falava de forma calma e suave. Sua voz parecia um coro de pássaros e como o soar de uma orquestra de violinos.

– Sim, meu senhor. Aqui estamos. Trouxe a Protetor como me pediu.

– Muito obrigado Absalon. Fico muito grato por ter aproveitado sua viajem ate aqui para me cumprir esse favor. – Sua voz era meiga e doce.

– Sinto me lisonjeado com vossas palavras. ─ Absalon corou.

– Vou ser punida por alguma coisa? Me desculpa senhor. Juro que vou me esforçar mais. – Liliel falava de forma descompassada e enrolada. Estava aflita.

– Não minha criança. Não é nada disso. Pode ficar tranquila. – Sorria o gigante.

– Então. O que quer comigo? – Liliel era espontânea.

– Mais respeito Liliel. – Censurou Absalon.

– Me perdoe. É que não sei me portar muito bem nessas situações. Estou um pouco ansiosa e aflita por estar na presença de um dos Gigantes.

– Liliel. Minha filha. – Falou o gigante – Tenho uma missão para você.

Surpreendeu - se – Uma missão para mim?

– Sim Liliel. – Respondeu Rafael.

– Será uma honra servi - lo Meu Senhor. – Disse Liliel. Tentando imitar os gestos dos anjos nobres, mas agiu completamente desengonçada.

Liliel havia sonhado com essa situação há séculos. Mas nunca pensou que um dia isso pudesse mesmo acontecer.

– Temo que ela não seja suficiente para tal obrigação meu Senhor. – Ponderou Absalon.

– Então Liliel, esta pronta para sua primeira grande missão? - Perguntou suavemente o Príncipe dos Protetores.

– Sim Senhor. Farei oque me for ordenada.

Morgana estava assistindo tal conferencia escondida por detrás de uma pilastra. Estava enfurecida. Dedicara séculos de trabalho árduo e bem sucedido para com sua casta. E agora "aquelazinha", fraca, inútil e desajeitada estava sendo convocada diretamente pelo gigante para uma missão. Teve vontade de protestar mas temia ser punida e expulsa da fortaleza por ter entrado sem permissão. Pior. Não iria saber do que realmente se tratava tal missão.

Morgana ponderou e continuou a ouvir.

– Droga! – Resmungou Morgana. – Preciso fazer alguma coisa. Não permitirei que aquela anjo de classe inferior se sobre ponha a mim. – Morgana furtivamente avançou e se escondeu atrás de outra pilastra mais a frente para ouvir melhor.

– Senhor. – Liliel parecia aflita – Me desculpe... mas, por que eu? Não tenho tido muito sucesso em meus últimos afazeres. – Pigarreou – Mas, como poderei ser útil?

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora