Os Escolhidos - A Missão do Anjo Liliel

Capítulo 24 - Piromaníaco

"Trovões. Relâmpagos. Tempestades. Terremotos e outras calamidades. Tudo ao mesmo tempo acontecendo em diversas parte do mundo. As coisas estavam mudando. O tecido da realidade que separa os planos espirituais e mundos.....ESTAVA ROMPENDO"

Enquanto isso no apartamento de Derek.

Após finalizarem seu cigarro e beber algumas latas de cerveja em completo silêncio, o Detetive finalmente desatou em falar o que lhe estava preocupando.

— Bem. — Pigarreou o detetive — Creio que não seja mais perigoso ou preocupante quanto esse assunto, mas a polícia esta preocupada com outra coisa agora.

— Claro. Essas porras estão com o rabo entalado com o pau de Denovan. Claro que a policia não estaria preocupada com o desaparecimento e a morte dessas crianças. —Derek parecia indignado e bastante furioso.

— Mas respeito homem. Não se esqueça que também sou da policia.

— Felizmente a policia ainda tem homens como você. Mas o resto esta apodrecendo junto com toda a organização e governo desse maldito país.

— Enfim. — Desviou o detetive — Não estamos aqui para discutir política.

— Raquel. — Chamou Derek— Pegue mais duas latas de cervejas para gente.

— Há alguns dias criminosos estão sendo encontrados carbonizados pela cidade. E sabemos que essa não é a sua marca e muito menos uma briga entre gangues e facções rivais.

— O que você esta insinuando? Mais um vigilante é isso? — Disse Derek de forma irônica.

— Não sabemos ainda do que se trata. Apenas que existe um lunático piromaníaco a solta na cidade e pessoas inocentes podem acabar se ferindo.

— Você mesmo disse que apenas criminosos estão sendo o alvo. Deixe que continue. Estão fazendo o trabalho da limpeza muito bem. Melhor que a polícia. — Derek não perdia uma oportunidade de humilhar a organização policial.

— Você esta louco? — Criticou o detetive — Se todos começarem a pensar assim teremos um bando de loucos querendo fazer justiça com as próprias mãos, ninguém esta acima da lei entendeu? Muitos inocentes irão padecer com isso. Criminosos são assunto das forças policias, queira você ou não. Isso aqui não é a seria do Arqueiro Verde ou um filme do Batman.

— Criminosos e policiais. Qual a diferença? — Brincou Derek.

— Será que você não leva nada a sério? Não podemos deixar que outro DEREK surja nas ruas de nossa cidade.

— Você esta certo. Só espaço para um vigilante nesta cidade. — Gargalhava enquanto abria uma cerveja trazida por Raquel.

— É impossível conversar sério com você. Mas quero que me ajude a descobrir quem é o desgraçado que esta causando esse caos na minha cidade, e por um fim nesses homicídios antes que os jornais espalhem a noticia sobre essas mortes e esse lunático.

— Tarde demais detetive... — Apontava Derek para a televisão.

"Hoje mais cedo as autoridades acharam corpos completamente carbonizado de três indivíduos adulto largados em um beco próximo a entrada da rodovia principal. Nossas fontes indicam que não é o primeiro caso de pessoas que aparecem mortas desta forma. Já se contam doze o número de vitimas.

As autoridades descartam a possibilidade de latrocínio já que todas as vitimas foram identificadas como membros de diversas gangues locais e cogita que seja obra do justiceiro fora da lei, Derek, que mesmo estando há tempos sem agir, todos nós lembramos muito bem de quando o mesmo caçava criminosos fazendo justiça com as próprias mãos..."

— Mas que porra... — Derek desligou o aparelho.

— Agora a merda começou a feder. — Esbravejou o detetive — Sabe muito bem que você foi proibido de bancar o super herói há tempos.

— Porra. — Interrompeu Derek — Você sabe que não fui eu. Que historia é essa agora?

— Eu sei que não é você. — Disparou o detetive — Mas a mídia não pensa assim. E mais tarde as autoridades irão pensar da mesma forma.

— Mas você sabe que isso não é obra minha cacete. — Derek parecia transtornado de raiva.

— Eu sou apenas um peão meu caro. Já imaginava que se isso continuasse logo estaria nos jornais locais e você seria o principal suspeito. Por isso vim até você lhe avisar.

— Mas isso não vai ficar assim. Vou descobrir quem é esse maldito e por um fim a essa merda. Essa cidade é minha.

— Sabia que iria mudar de ideia, não podemos perder mais tempo. Cedo ou tarde a policia irá vir ate você e eu não poderei fazer nada. — Disse o detetive.

— Matar queimado... — Que ultrapassado — Esses merdas ja se esqueceram de quantos criminosos perigosos eu ja tirei das ruas... — Derek estava indignado.

— Então esta certo. Essa noite Derek volta as ruas. Conto mais uma vez com você. Bem, estou indo. Tenho muitas coisas para resolver ainda. E não se esqueça que as ruas estarão sendo vigiadas mais que o de costume.

— Sim detetive. — Concordou Derek agora com o entusiasmo aflorado devido a ação que lhe aguardava.

— Charlie. Pode me chamar de Charlie. — Sorriu. Pela primeira vez o detetive lhe contara seu nome verdadeiro.

Charlie saiu um pouco apressado e nem ao menos tocara na lata de cerveja trazida para ele. Raquel abraçou Derek com medo e um aperto no peito lhe fazia pensar que poderia perder seu salvador.

— Raquel. — Falou Derek baixinho sentindo o pesar da criança — Não se preocupe, é apenas um maluco querendo chamar a atenção. Nada de mal vai me acontecer. Tudo bem?

— Mas eu tenho medo que você se machuque e acabe me deixando sozinha. — Chorava Raquel.

— O inferno ta cheio demais. Com certeza não espera por mim. — Brincou Derek.

Derek e Raquel conversavam e assistiam televisão juntos, riam e brincavam. Derek contava todas suas aventuras caçando os criminosos há um tempo atrás e quantas vezes ja tinha sido preso por isso. Mas seu peito apertava, por algum motivo achava que desta vezes seria diferente e talvez até mais perigoso que ter enfrentado Cicatriz. Bebeu mais uma lata de cerveja e tentava não pensar mais nisso. Não seria um piromaníaco que iria lhe atormentar o juízo. Tinha que descansar pois a noite seria bastante agitada e muito longa.

Mas o que ele não imaginava, era que essa nova aventura, iria mudar sua concepção de tudo que acreditava e acreditou até hoje, um novo mundo iria se apresentar a ele.

O mundo estava mudando.