Capítulo 8 - Noite de Carnificina 3 - Reviravoltas

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Enquanto isso no Coliseu da Morte...

Todos estavam frenéticos. Cicatriz dava um show de horrores e violência como de costume. O povo gritava e clamava seu nome, como se fosse um jogo. Uma brincadeira. Pelo contrário. As lutas eram reais. O sangue era real. As mortes eram reais.

Cicatriz ficava cada vez mais excitado ao ouvir seu nome. O show estava apenas começando. Cicatriz babava e seus olhos estavam arregalados de tanto ódio e em um piscar de olhos, avançou sobre 0126 que estava encolhido em um dos cantos, tremendo de medo. Covardia e pavor estavam estampado em seu semblante oriental e que por puro reflexo conseguira se esquivar, rolando para o lado esquerdo de seu algoz.

Agora ambos os condenados estavam lado a lado esperando temerosos pelo próximo ataque daquele assassino. 0126 olhava aflito para a plateia. Para os guardas. Esperando que alguém intervisse por eles. Os libertassem daquela gaiola sinistra. Que parassem aquele combate irracional. Mas tudo que enxergava era um público alucinado, pedindo por sangue e mais sangue. Teria que lutar...e isso era o que mais temia.

— Ei japinha. — Disse 0023 — Isso não são horas para ficar amarelando. Preste atenção no que eu digo. Iremos sair vivos desse local. Entendeu?

— Mas... Mas é impossível derrotarmos esse monstro. E Mesmo que conseguíssemos. Acha que deixariam a gente sair livres daqui? Eu não sei você, mas eu irei dar um jeito de fugir daqui. E alias...eu não sou japonês. Sou Norte Coreano — Gaguejava e fraquejava nas palavras 0126. Suas pernas magras mal conseguiam sustentar seu corpo que tremia de medo e pavor.

— Fique quieto. Ele apesar de forte é bastante lento. Usaremos isso ao nosso favor. Agora trate de honrar as calças que veste e faça como eu disser. Tenho um plano.

— O que você pretende? Acha que da para tramar alguma coisa? Ao menos se estivéssemos armados... — Antes que pudesse pronunciar mais alguma coisa, 0023 sacou uma faca de quinze centímetros da cintura na parte das costas. Era como uma faca de guerra, cabo robusto e serras pontudas. 0126 deu um sorriso maléfico e pela primeira vez parecia mais valente. Mas o terror ainda estava presente em seus pensamentos.

— Rápido. Pegue – a. Faremos o seguinte. No momento em que esse bastardo for nos atacar, iremos saltar para os lados. Eu irei agarra – lo por trás e você por fim, cortará a garganta dele. Mas terá que ser rápido e certeiro. Não tenho certeza de quanto tempo conseguirei segura – lo.

— Mas desta forma todos verão que estamos armados. Com certeza irão nos desclassificar e de nada vai adiantar. Voltaremos para a cadeia. — A covardia voltava a tomar conta das palavras de 0126. Novamente. Era um fraco. Pior. Era um covarde.

— Cala essa boca seu covarde de merda. Você mesmo disse que não há garantias de sairmos daqui livre. Então o que prefere? Ser morto por essa besta? — Cuspia no chão enquanto enxugava o suor que descia em sua face. — Ou voltar com vida para o presidio e esperar que se complete sua sentença? — 0023 estava certo que seu plano daria certo. E com certeza iria arriscar perder a suposta liberdade e assim garantir sua sobrevivência.

Ambos se entre olharam. 0126 empunhava a faca de forma escondida entre seu macacão, esperando o assalto de Cicatriz e fazer como o planejado.

Na plateia o desconhecido de capuz branco estava impaciente. Nervoso. De minuto em minuto olhava para seu aparelho celular, como se tivesse esperando uma ligação urgente. A morte daquela criança o motivou a lutar. Queria vinga – la. Mas quem seria louco de desafiar Cicatriz? Quem seria esse homem? E por que iria se arriscar dessa forma?

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora