Capítulo 63 - A batalha final se aproxima.

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Do lado de fora, parecia que o tiroteio não estava nem perto de acabar – e muito menos a munição dos revoltosos ─. A população que antes parecia numerosa, começava a cair de volume drasticamente, muitos estavam caídos ao chão feridos e muitos estavam mortos, alvejados certeiramente. A espera de um milagre. Era isso que aquelas pessoas estavam aguardando. 

Muitos tentavam fugir, mas mesmo estando longe do suposto limite de alcance da visão daqueles policiais, assim mesmo eram alvejados fatalmente no crânio. Não havia para onde fugir. Se correr a bala pega e se ficar os homens matam. Era o que estava acontecendo realmente ali.

Passado cerca de dez minutos, Liliel já havia retirado o projetil da coxa de Bond e ao que indicava, ainda não havia conseguido retirar o projetil do pescoço do rapaz, pelo contrario, havia causado um rombo catastrófico no lugar do ferimento, e isso fez com que o homem perdesse praticamente mais da metade de seu sangue, o que era visto visivelmente em sua face, que outrora de tez negra e agora estava praticamente esbranquiçada devido a grande hemorragia.

─ Consegui. ─ Deu um salto de alegria. Mesmo naquelas circunstancias ainda permanecia a mesma menininha meiga e inocente, com o mesmo sorriso doce no rosto, que se transformara novamente em um semblante de dor e horror ao ver que o aparelho que o mantinha vivo, apitava uma sinal agudo e mostrava a linha que representava seus batimentos cardíacos, parada.

Dentro das memórias humanas artificias de Liliel, ela sabia o que aquilo representava, a possível chance de salvação dela e dos demais, havia se reduzido ao nada com a morte de Bond, o guerreiro do futuro. Três socos no peito do rapaz e um pedido de ajuda, não o fizeram se levantar dos mortos e lhe dizer que estava tudo bem, o que a fez – novamente ─, desatar a chorar, debruçando – se no peitoral prateado do rapaz. Ela o balançava pedindo que acordasse...

– Ai... – Tossiu – Não me balance tanto anjinha. Estou todo dolorido. – Era Bond que segurava em sua nuca a lhe fazer carinho.

– Deeeeusssss. – Seus olhos brilhavam de alegria e esperança. – Você me ouviu mais uma vez. Bond você esta vivo. – E lhe deu um abraço caloroso e apertado.

– Ai... – Gemeu de dor novamente. – Não me aperte desse jeito, já disse, ainda estou me recuperando. E outra coisa, não sou Ele, sou eu, Bond, a Máquina perfeita de Deus.

Liliel reportou a Bond tudo o que havia acontecido até o momento. O prédio, a morte de Tay, a energia do cavaleiro dourado que ainda estava presente mas sem sinal da criatura. E por ultimo e não menos importante, a súbita mudança dos policiais que os levaram a atirar em todos. 

Liliel já havia voltado ao normal, não estava mais através do tecido e voltava a ouvir a gritaria e o tiroteio do lado de fora. Precisavam agir. Após dez minutos, seus ferimentos iam se fechando lenta e gradativamente. Liliel ficou chocada com a capacidade de recuperação do rapaz, ele estava praticamente morto.

─ Isso é incrível. ─ Elogiou empolgada. ─ Como isso é possível?

─ Eu sou um Escolhido, lembra? – Se vangloriava de suas capacidades enquanto massageava a região do pescoço que já estava praticamente cicatrizada. ─ Esse é meu dom. Aliás, um deles.

Bond já estava completamente recuperado. Bebeu bastante água e comeu alguns biscoitos de água e sal que estava no interior da ambulância, isso aumentou consideravelmente seu poder de regeneração. Era hora de ir.

─ Partiu loirinha.

Assim os dois saíram de dentro do veículo e testemunharam o verdadeiro inferno. Haviam pelo menos uns cem corpos estirados no chão banhados em sangue. Nenhuma pessoa viva. Inclusive os policiais que foram tomados pelo estranho comportamento.

Caminharam por alguns minutos entre os corpos e o que viram foi ainda pior, haviam praticamente oito crianças de sete a doze anos, só por onde haviam andado. Estavam a uns cem metros de distancia do prédio hospitalar e resolveram voltar ao ver que não havia mais ninguém ali. Iriam procurar nos destroços por Tay e possivelmente pelo cavaleiro dourado, pois sua energia ainda permanecia ali.

Ao chegarem nos destroços do prédio desabado, Bond e Liliel se entre olharam e cogitaram a possibilidade de uma possível batalha caso o cavaleiro dourado realmente estivesse ali. Bond perguntou sobre Derek, se ela acreditava mesmo que ele pudesse ser realmente o Escolhido daquela época. 

Liliel confirmou o que o seu Senhor Arcanjo Rafael havia lhe dito, que eram apenas boatos mas, tinha grande chance de ser. Ficaram elas por elas, não haviam provas e mesmo se houvessem, ele já deveria estar ali presente, pois já teria sentido essa enorme e ameaçadora energia. Por outro lado, também não daria tempo de procura – lo, Liliel presenciou o imenso estrago que a criatura havia causado sem ao menos manifestar seus verdadeiros poderes,  que segundo Bond  era bastante conhecedor do poder destrutivo da criatura.

─ Vocês dois ae, me ajudem. ─ Uma voz masculina, rouca e enfraquecida soou em meio aos corpos.

Liliel se virou e viu um homem tentando se levantar, era o tenente, reconheceu. Correu até ele e o ajudou a ficar de pé. Bond e a anjo, o ajudaram a caminhar até um banco ali próximo na calçada. O homem estava ferido mas não era nada grave. Um tiro de raspão no rosto e mais três tiros certeiros, mas não fatal. Um na coxa esquerda, na canela direita e no ante braço esquerdo.

Sentados, o Tenente se surpreendeu como eles haviam sobrevivido ao massacre devido a pouca idade que aparentavam e contou que fora surpreendido pelo seus homens quando os mesmo enlouqueceram. Fora baleado por um deles, mas por sorte pegou no colete, apenas o derrubando, lhe deixando desacordado por um tempo.

Quando o mesmo acordou, já não havia mais nenhuma alma viva, e os quatro homens estavam parados com a arma apontada em suas respectivas cabeças. Quando gritou o nome de um deles, os quatro dispararam contra si ao mesmo tempo, cometendo suicídio. A morte foi instantânea. Seus corpos caíram inerte sobre o tapete humano de cadáveres.

─ Que tragédia meu Deus. ─ Disse inconformado com a cachina que havia acontecido. ─ Nunca presenciei nada assim. ─ Tentou se levantar mas foi impedido por Liliel, que o acomodou sentado novamente. ─ Estou bem menina. Posso dizer que melhor que você. Você esta horrível, está toda ensanguentada. O que houve?

─ Uma pequena cirurgia de emergência. ─ Falou como se não fosse nada e deu um tapinha no ombro de Bond. ─ Aliás, qual o seu nome tenente? ─ Seu uniforme policial estava todo ensanguentado, o que impedia de ver o nome do militar que por pratica, eram estampados acima do peito.

Uma grande explosão novamente roubou a atenção do trio e o fizeram se jogar no chão como de costume em uma situação daquelas. Do meio dos destroços do edifício, o cavaleiro dourado se erguia como o vento, levitando como mágica e pairando a uns trinta centímetros do solo.

─ Não pode ser. ─ Falaram ao mesmo tempo assustados.

─ Droga. ─ Disse Bond completamente abalado. 

– O esforço de Tay foi em vão. Sua energia continua intacta, e não é nem o seu real poder. Não é nem 10%.

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora