Capítulo 48 - Largada, perdida e pelada.

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~LILIEL~

Estava começando a me animar, minhas asas eram uma vergonha. Só eu não sabia voar direito entre os de minha casta. Espero mesmo que possamos dar um jeito nisso, não aguento mais sofrer bullying.

Absalon pediu que eu desse uma demonstração de voo, relutei um pouco comigo mesmo mas acabei cedendo. Se ele disse que íamos dar um jeito nisso, teria que confiar e perder um pouco o medo e a vergonha. Comecei a aumentar lentamente a velocidade de minhas asinhas e finalmente depois de três fracassos consecutivos, consegui deixar o solo. Com muita dificuldade consegui manter minha altura de 4 metros do chão. Estava começando a ficar cansada – Não que eu tivesse tanta dificuldade para voar, mas me manter parada no ar,  era sim muito difícil para mim.

Duas vezes ameacei cair no chão, ainda mais com Absalon olhando para minha calcinha. Ou eu voava ou abaixava meu vestidinho, os dois não dava. Quando Absalon estava prestes a falar alguma coisa, já estava descendo imaginando que ele me daria um pouco de descanso mas me enganei. Fui ordenada a ficar daquele jeito por mais duas horas seguidas enquanto o anjo guerreiro ficava olhando por baixo do meu vestido. Não estava nenhum pouco a vontade com isso. – Ele não me parecia desse tipo mas, seus olhos estavam completamente fixados no meio de minhas pernas.

– Pode descer. – Disse sem ao menos me elogiar enquanto caminhava em direção de uma árvore e se sentava junto aos seus pertences. – Por hora está bom. Descanse um pouco, a próxima etapa será um pouco mais complicada. – Nossa, muito confortável saber que o próximo passo seria mais complicado que isso. Fiquei muito feliz (Sarcástica mode on).

Finalmente no chão, desabei de costas no solo gramado. Parecia uma tarefa fácil para um anjo, mas já disse que tinha muita dificuldade em voar e mais ainda em me manter parada no ar. Fiquei a fitar o firmamento e os pássaros dançando em circulo cantando uma canção que só eles eram capazes de entender. Ficava me imaginando voando que nem eles, livres, leves e soltos. Sempre fui muito sozinha, todos viviam a caçoar de mim, era como se eu não pertencesse a esse lugar. Devíamos ser uma família. 

Olhava para Absalon e percebi que estava meditando ou algo do tipo. Fiquei pensando se ele queria mesmo me ajudar ou se só estaria cumprindo a missão de me treinar. Acho que vou ficar com a primeira opção, é mais confortante.

Quando já estava me acostumando com a ideia de não fazer mais nada, Absalon me acordou de um maravilhoso cochilo, sua voz era calma mas era bastante potente o que fez com que eu despertasse bastante assustada, soltando um grito que prefiro não descrever. – Foi horrível.

– Acabou o descanso. – Falou como se eu tivesse ficado uma eternidade descansando. – Vamos fazer agora umas manobras de voo. Quer dizer, você irá fazer. Ficarei olhando e dando as instruções. – Claro, para que ele iria se cansar atoa? Vamos nós outra vez.

Quem disse que por termos asas voar seria mais fácil? Pelo contrario, tínhamos que canalizar bem nossa energia, nos focar e nos concertarmos muito. Nossas asas serviam mais para as manobras, eu acho.

Enfim começamos, fui ordenada a voar em círculos, fazer rasantes e até subir em alta velocidade como um foguete. Confesso que tive muita dificuldade para isso tudo, mas depois de algumas horas sob o olhar duro e frio de Absalon fui melhorando. Me surpreendi bastante com meu progresso, suas ordens e instruções eram claras e eficientes. Qualquer um poderia entender e progredir facilmente, ele era um ótimo instrutor.

– Muito bem Liliel. – Me cumprimentou. – Já esta bem melhor que antes. Claro que tem muito mais a aprender, mas nosso tempo é curto. Ainda há umas ultimas coisas essenciais que preciso lhe explicar e lhe alertar. – Pelo jeito que falava era como seu eu tivesse sendo enviada para a guerra.

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora