Capítulo 32 - Ifrit. O Gênio do fogo

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Tudo o que Derek acreditou e desacreditou em toda sua vida, acabara de mudar completamente.

Bem diante de seus olhos, uma garota era tomada por grande combustão a consumir seu corpo, queimando – lhe as vestimentas, mas sem lhe causar mal algum. Desde que tivera o sonho com o anjo Liliel dos seios macios, ─ era assim que ele se referia ao ser de seu sonho ─ tentou não acreditar que pudesse ser real, mas agora diante de fatos que desafiavam as leis da realidade, não sabia mais no que acreditar.

Do lado de fora da fábrica de papel, muitos policiais, repórteres e civis tomavam conta das ruas, onde agora caia uma chuva leve e refrescante diante de tanto calor provocado pelo incêndio. O corpo de bombeiros acabara de chegar e com muita dificuldade tentava evitar que o fogo se alastrasse além da fábrica. Os civis estavam eufóricos e gritavam o nome de Derek e clamavam raivosos para que o deixassem em paz, já que o mesmo, havia feito o nível de criminalidade cair abundantemente até o momento com seus atos justiceiros e agora, supostamente voltara a matar...com fogo.

Um policial militar se aproximava do homem que parecia ser o comandante daquela operação e rapidamente foi acolhido por outros dois policiais de idade avançada. Estava com um profundo corte na testa e sangrava bastante. Após passar pelos primeiros socorros em uma ambulância ali estacionada, comentou que tinha sido atacados por Derek e que o mesmo não parecia estar envolvido com aqueles ataques. Havia pego eles de surpresa, mas perceberam que ele veio das ruas e não de dentro da fábrica.

Um homem maduro beirando os quarenta e oito anos ordenou que esse soldado voltasse ao seu posto na entrada dos fundos da fábrica, já que os outros dois que estavam com ele já haviam entrado na fábrica há alguns minutos atrás, acompanhado por mais três sargentos. Ao sinal do comandante, uma equipe que sobrevoava o local em um helicóptero se infiltrava pelo terraço da fábrica com homens fortemente armados. 

Seria o fim daquele que ousava perturbar a paz daquela pacata cidade e a desafiar e fazer de tola as forças militares. Seria o fim de Derek, vivo ou morto ele deveria ser parado, dizia aquele que parecia ser o comandante.

No interior da fábrica as coisas haviam saído completamente do controle e da realidade. Ao contrario do que achavam as forças policiais e a mídia, Derek estava tentando acabar com aqueles atos homicidas e não os provocando. Porém as coisas estavam muito além de Derek e dos policias.

Bem diante dele, um homem ─ se assim poderia ser chamado ─ de pele avermelhada, se erguida segurando sua espada com apenas uma mão, de forma a parecer um bastão de beisebol de tão grande e musculoso era seu braço, evitando assim, que seu ataque atingisse Kate. Seu corpo ardia em calor como se fosse magma, o que fazia com que Derek sentisse como se seus ossos pudessem derreter a qualquer momento. 

Finalmente em pé o tal ser misterioso media aproximadamente 2,40m de altura e o peso mal poderia se definir de tão musculoso que era, mas poderia dizer que nunca havia visto um homem daquele porte. Mesmo Cicatriz que já era terrivelmente grande e forte não se comparava com aquele ser.

Derek encarava paralisado o rosto daquela criatura sem imaginar o que pudesse ser. Algo dessa natureza não deveria existir no mundo real. Sua cabeça era grande respeitando sua anatomia avantajada; seus olhos eram como olhos de leão, assim como seu focinho e suas presas de onde escorriam saliva em demasia; seus cabelos assim como sua anatomia facial lembrava um felino, como a juba de leão, porém, no lugar de pelos, era fogo. Fogo vivo. Suas orelhas pontiagudas eram detalhadas com uma argola de cada lado de aproximadamente cinco centímetro na cor dourada. Estava completamente despido e parecia não ter sexo por não possuir qualquer órgão sexual. Em seus punhos e tornozelos haviam respectivamente pulseiras e tornozeleiras de ouro com aproximadamente dez centímetros, com a palavra IFRIT escrita em cada uma.

Kate abriu os olhos constatando que ainda estava viva e surpreendeu -se com a aparição daquela horrível criatura, que pareceu ter lhe socorrido de uma morte certa pelas mãos de Derek. Rapidamente se afastou daquele ser como se o calor não lhe afetasse e viu sua irmã ardendo em chamas como se não fossem nada. Estava parada e estática com os braços erguidos ao alto. Praticamente em transe.

─ Lohraine... ─ Disse preocupada estendo as mãos na direção das vistas incomodada com o brilho das chamas. ─ O que aconteceu? Foi você quem chamou essa criatura? ─ Kate não parecia ter se assustado com a presença nada comum e surreal daquele ser. Pelo contrário, estava apenas curiosa.

Lohraine não respondia...

─ Droga. ─ Resmungou Kate como se tivesse entendido o que estava acontecendo. ─ A mesma sensação que tive a primeira vez ao chamar Shiva. Preciso dar um jeito nisso antes que esse monstro saia de controle.

Kate com certo receio de ser vista como uma ameaça, mesmo tendo sido salva aparentemente por ele, tomou uma distancia consideravelmente segura e analisando os utensílios daquela tocha humana constatou que a palavra Ifrit poderia ser seu nome. Resolveu então arriscar um dialogo com a criatura afim de tentar descobrir seu real objetivo.

─ Ifrit? ─ Disse com medo porém de forma firme ─ Esse é seu nome, certo?

Silêncio. A criatura não moveu um musculo se quer. Era como se estivesse aguardando uma ordem. Derek por sua vez parecia hipnotizado com o acontecimento, seus olhos arregalados pela supressa pareciam demonstrar um estado de choque e apesar da distancia com a criatura, não parecia sentir o efeito do tamanho calor que poderia proporcionar o pequeno incêndio a sua volta, ou mesmo, as labaredas incandescente que surgiam da cabeça da criatura.

─ Ifrit? ─ Tentou Kate novamente. Desta vez com um pouco mais de autoridade. ─ Eu lhe ordeno que solte esse homem e assuma seu lugar de servo como deve ser.

Desta vez as palavras de Kate fizeram efeito e a criatura voltou sua atenção para ela, ainda segurando a espada de Derek. ─ Você não me da ordens. ─ Sua voz era grave, assustadora e ao final soltou um rugido estrondoso, deixando que vapores de fumaça saíssem de suas narinas e de sua boca.

─ Você esta enganado criatura. ─ Kate engoliu a seco temendo a reação de Ifrit a sua autoridade. ─ Foi eu quem encontrou a pedra, minha irmã apenas tomou de mim e por ela você fora chamado. ─ Kate deu uns passos para trás ─ Mesmo tendo sido ela a te libertar, VOCÊ é meu por direito. Me deve obediência e respeito.

Derek recobrou a consciência para quase perde – la novamente mediante os fatos. O que antes era medo e choque, agora transformava - se em coragem para enfrentar aquela ameaça, e então acertou um chute entre as pernas de Ifrit com o intuito de lhe distrair e lhe tirar as força. Porem, Ifrit não era homem e tão pouco humano, e o que Derek achou ser um ponto fraco, não era nada além de músculos. 

Percebendo o erro que cometeu, soltou sua espada e quando se preparava para recuar, Ifrit o golpeou com a parte posterior de sua mão lhe acertando no tórax, arremessando - o a uns metros de distancia contra uma parede. Sangue jorrou pela sua boca e pelo seu nariz, uma dor insuportável indicava que poderia ter fraturado algumas costelas. Mas não fraquejou, e com muita dificuldade tentava se manter de pé.

─ Por aqui. Ouvi gritos. ─ Uma voz se ouvia ali perto. Possivelmente dos policiais que Derek ouvira anteriormente ─ Devem haver sobreviventes no próximo galpão.

Um grupo de cinco policiais acabara de chegar onde estavam, armados de fuzis e protegidos por coletes a prova de bala. Derek não sabia se ficava aliviado ou com raiva por se meterem em uma luta sua. Porem, aquilo não se tratava de uma luta qualquer, estava além da compreensão humana e sabia que todos morreriam caso tentassem se meter.

─ Caiam fora daqui. ─ Ordenou Derek com dificuldade devido a dor em suas costelas ─ Vocês serão todos mortos. Fujam e tragam reforços. ─ Derek perdeu as forças nas pernas e caiu apoiado de costas sobre a parede.

─ Derek? ─ Reconheceu um dos guardas. O mesmo que fora atacado por ele há alguns minutos atrás na entrada dos fundos da fábrica. ─ Não pense que ira se safar desta vez seu merda...

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora