Capítulo 22 - A pequena e meiga Raquel

7 3 2
                                    


Em algum lugar do Rio de Janeiro.

Derek e Raquel foram largados em um beco escuro e úmido após alguns minutos que saíram do local do evento onde estavam e Derek concluiu que estavam perto. Queria voltar lá e arrebentar a cara daquele infeliz. Donovan era o nome do desgraçado que organizava aquela putaria. Conseguiu finalmente matar o puto do Cicatriz e vingar as meninas mortas pelas suas mãos sujas e covardes, mas Cicatriz era apenas um peão naquela organização toda. Um tráfico maior ainda de crianças escravas era mantido por Donovan.

— Droga. — Gritou Derek — Eu estava la dentro. Derrotei facilmente aquele lixo. Com certeza se eu tivesse com alguns homens aquela organização teria caído ali mesmo pelas minhas próprias mãos.

Derek estava andando de um lado para o outro, ansioso e preocupado. Se não bastasse tudo o que estava acontecendo, agora teria que servir de baba para uma órfã chorona e traumatizada. Mas uma coisa era certa, agora seria o lutador de Donovan, teria fácil acesso ao Coliseu. Só teria que matar alguns condenados. Depois era só conquistar a confiança de chefão e desmantelar o esquema do trafico de crianças. Além de ganhar uma boa quantia em dinheiro pelos serviços sujos.

— Vai ser mais fácil do que eu imaginava. E por sorte nao irei mais depender da merda da policia para me ajudar. Além do mais, terei dinheiro, putas e fama. É... não será tão ruim assim. — Derek falava de forma triunfal e egoísta e esquecia que a pequena Raquel estava ali bem ao seu lado.

— Você vai ser igual aquele homem? — Chorava Raquel ao lembrar – se dos momentos de dor ao lado de Cicatriz.

— Ga...garota. Não sabia que ja tinha acordado. Anda. Levante e vamos para casa. Hoje você dormirá comigo mas amanha te levarei ao conselho tutelar. — Derek gaguejou mas logo manteve seu tom de voz firme. Tinha que passar segurança a menina.

Derek estava sem seu aparelho celular mas em seu bolso havia uma enorme quantia em dinheiro que recebera de Donovan como adiantamento. Colocou Raquel em suas costas e tomou um taxi mais a frente. Em pouco mais de 30 minutos ja estavam em casa. Derek pagou com uma nota de cem reais e deixou o troco com o o motorista. Tinha mais de 10 mil com ele e então não se importou em ajudar um pobre trabalhador. "Estou amolecendo", pensou com pesar.

Derek pegou Raquel no colo, não queria acorda – la e a menina tinha passado por coisas horríveis até agora. Por um momento sentiu pena em abandona – la em um abrigo mas não poderia ficar com ela. Poderia ter a cobertura da policia mas sua vida era bastante complicada e perigosa para manter uma criança em sua guarda.

Finalmente ja estavam em seu apartamento. Bagunçado. Sujo, como sempre. Com os pés tirou umas latas de cerveja de cima da cama e liberou espaço para deitar a pequena Raquel sobre ela. Tirou seu sobretudo que a estava cobrindo e jogou um lençol sobre ela. Rapidamente pegou todas as camisinhas usadas e fechadas que estavam espalhadas pelo quarto e jogou dentro da gaveta de sua cômoda. Caminhou ate a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma lata de cerveja como sempre, era quase que um ritual.

Encostado na parede que dividia a cozinha de seu quarto ficou a fitar a pobre criança, e tentou imaginar o quanto deve ter sido doloroso para ela, ficou imaginando se aquela pobre menina também teria perdido sua inocência nas mãos daquele monstro. Dez, doze anos no máximo aparentava ter Raquel. Era muito nova para ter passado por tudo isso, mas pelo menos estava viva. Agora o futuro daquela criança não lhe interessava. As autoridades iriam decidir o que fazer com ela. — Pensou.

Ao acabar sua cerveja foi em direção ao banheiro e no meio do caminho ja ia se despindo jogando cada peça de roupa em um lugar. Ao entrar no banheiro temia em se olhar no espelho e o que era de se esperar se confirmou, o Falcão ainda estava tatuado em seu peito. Um fato que estava lhe chamando bastante atenção. Foi depois do sonho com as crianças e o tal anjo que a tatuagem apareceu. Deu dois tapas de leve em seu próprio rosto e entrou no banho. Só uma forte ducha quentinha poderia acalmar um pouco sua mente, seguida de uma boa noite de sono que imaginava terminar só após as doze da tarde do dia seguinte.

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora